sexta-feira, 2 de abril de 2010

Um Estranho no Ninho



Não encontro meu lugar,
Meus olhos estão vermelhos
Inchados de tanto lamentar.
Uma tristeza abstrata invade meu ser.
Demônios sobrevoam meus espaços
Sufocam-me de pavor.
Uma mistura de medo e sofrimento
Abate-se sobre minha alma aflita e desorientada.
O caminho é espinhoso.
As noites são escuras, sem brilho nenhum.
Preso aos grilhões da desilusão
Algemado às correntes da incerteza
Meus passos são trêmulos e sem rumo.
Não encontro um ombro amigo
Para ajudar-me nesse instante.
Os olhares são fugazes
Arrasadores mesmo
Arrancam pedaços de minha carne.
Sinto as fagulhas do inferno a me torturar
Na tristeza de um dia sem esperança.
Sinto-me um estranho no ninho
Longe da sua estação
Perdido no tempo
Sem saber onde é o norte.
Vivo um pesadelo
Do qual não consigo me despertar.
Minha vida sem sentido
Caminha nas margens desse purgatório
Sentindo as labaredas do Hades
Que me sufocam e aterrorizam.
Quero me libertar
Preciso de salvação, libertação,
Se isso ainda é possível.

Poema: Odair

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