segunda-feira, 9 de junho de 2014

Afasta de mim este cálice



Há um silêncio no jardim
E, nem mesmo ouço a guizalha dos grilos.

Um vento frio percorre minha espinha
E adentra minha alma ferida.

Sinto uma dor profunda na alma
Um peso enorme nas costas.

Levanto os olhos ao céu
E nem posso ver as estrelas
Ofuscadas pela neblina dessa noite.

Meu suor transforma-se em sangue
Pois, a agonia é muito grande.

Afasta de mim este cálice
Mas, não se faça a minha vontade.

Milhões estão acorrentados em grilhões
E não tem forças para se libertarem
E, nem mesmo os que estão pertos,
Conseguem o sono afastar.

Minha súplica ao Pai é silenciosa
Pois, só Ele sabe o meu sofrer.

É um preço muito alto a pagar
Pelas vidas que se perdem
Na escuridão do mundo.

Afasta de mim este cálice
E dê-me forças para continuar.

Na angústia da morte
A vida entrego
Em favor da humanidade perdida.

Poema: Odair

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