sexta-feira, 31 de agosto de 2018

O tempo que não passou em mim



Um grito na madrugada fria 
Onde o sono deixou de existir 
E os sonhos não povoaram a minha mente 
Deixando-me um sentimento vazio. 
Ao lado da cama um silêncio 
E meus pés estão nas nuvens 
Sem ter quem ampare a minha queda. 
Neste silêncio perturbador 
Eu vejo os seus olhos em lágrimas 
Recordando um tempo mágico 
De um amor que parecia não ter fim. 
O tempo que não passou em mim 
Deixou um rastro de destruição 
Que rasgou o meu coração 
Fazendo-me sentir a ausência fria. 
Tudo que eu mais queria na vida 
Era não ter te encontrado no caminho 
Pois, se assim fora eu teria paz 
E não estaria neste quarto sozinho. 
Mas a vida não é feita de rosas 
Nem os dias apenas de sol 
Há muitos momentos de tristeza 
Que arrastam os sonhos pelo chão. 
Caminho sem ter uma direção certa 
Depois que você se foi 
E não posso seguir-te pela jornada 
Que agora estás a percorrer. 
Deixo-me descansar de meus medos 
Na esperança de poder dormir um pouco 
A madrugada se arrasta lentamente 
E ouço o sussurrar do vento. 
O tempo que passou em mim 
Não pode trazer-te de volta 
E pelo caminho que ando agora 
Só o que me resta são as lembranças. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

Nenhum comentário:

Postar um comentário