domingo, 17 de fevereiro de 2019

Resistência


Não sinto minhas mãos 
Estão paralisadas, atrofiadas, algemadas 
E minha voz sufocada 
Já não posso gritar a revolução. 

Não há manifestações 
Que possam romper a crueldade 
A maldade, a infelicidade 
De gente sem afeto nos corações. 

Já não tem remédios com que venha curar 
Tamanha ignorância social 
De gente tão propensa ao mal 
Que destroem os que procuram amar. 

Eu quero abrir meu coração 
Falar do grande desastre racional 
De um mundo tão radical 
Que fere na alma a emoção. 

Sou um ser humano sonhador 
Que um mundo melhor deseja 
Para os meus filhos almeja 
Um mundo repleto de amor. 

Mas onde esse amor se pode encontrar? 
Se a maioria não busca viver 
Se a maioria não quer nem saber 
E nem ao próximo deseja amar? 

Não deixarei que destruam os sonhos meus 
Nem que a minha voz se faça calar 
Aos quatro cantos do mundo vou gritar 
Que não acabem com os planos seus. 

Vamos uma sociedade justa organizar 
Com ousadia e resistência 
Lutar com persistência 
Para um mundo melhor ao futuro deixar. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

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