sexta-feira, 19 de julho de 2019

Quando a estrada e o caminho são demais para mim


No silêncio profundo de uma dor 
Onde solitário vejo as horas passarem 
Sem nenhuma novidade que possa 
Amenizar esse sofrimento banal da vida. 
Caminhar pela estrada deserta 
Sem ouvir os cantos dos pássaros 
Que simplesmente sumiram 
Deixando apenas um vazio sem sentido. 
Quando a estrada e o caminho 
São demais para mim 
Eu choro a ausência de um amor 
Que se foi na madrugada fria. 
Deixava-me descansar em seus braços 
Como se não existisse mais nada no mundo 
Que fosse mais importante do que estar com você 
Imaginando a vida feliz para sempre. 
Então, como em um passe de mágica, 
Seus olhos tão meigos já não pertenciam a mim, 
Se é que um dia havia pertencido 
E na noite do adeus se foi para sempre. 
Eu que sempre confiei no brilho desse olhar 
Acabei tropeçando em meu desespero 
De ter que caminhar sozinho 
Por uma estrada que não conheço. 
O medo da solidão me apavora 
E dos meus olhos saem lágrimas 
De saudade do seu calor tão aconchegante 
Que dava sentido a minha vida. 
Ergo-me da minha triste solidão 
Olho pela janela e vejo 
O sol nascendo no horizonte 
Dizendo a mim que a vida continua. 
Levanto-me, então, do meu leito solitário, 
E meus pés tocam o solo 
Consigo dar os primeiros passos 
Rumo à liberdade que sempre sonhei. 
Quando a estrada e o caminho 
São demais para mim 
Eu invento uma canção de amor 
Que tocará o seu coração no fim. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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