quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

O que pensavam os dois


O que pensavam os dois 
No amanhã do adeus 
Quando tudo era silêncio 
E nem mesmo o vento 
Poderia balançar as flores? 
 
Aqui fica as canções 
As melodias e tristezas 
Os olhos não procuram 
Nem o coração deseja 
Esquecer esse dia triste. 
 
Eu a vejo de pés descalço 
E sente o frio da madrugada 
Os livros não contam 
As histórias de seus amores 
Que se perderam com o tempo. 
 
Essa é uma vida selvagem 
Onde os sonhos fenecem. 
Como pode haver esperança 
Se não sabemos ao certo 
O que pensavam os dois? 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Quando vejo você

Faze-me pensar sozinho 
Solitário no silêncio 
 
A alma deseja sonhar 
E o coração sentir 
 
No seu sorriso tão lindo 
Vi um amor tão singelo 
 
Não há como esconder 
O sentimento do coração 
Quando vejo você. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

A essência do amor

Sem tempo a perder 
Nem medo sentia 
 
Sonhava com aqueles olhos 
Com a beleza do sorriso 
 
No coração o sentimento 
Na alma a poesia 
Que encontrou 
 
Não queria esquecer 
Olhos tão lindos 
Como a essência do amor. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

"Nunca soube dizer"

O sentimento mais profundo 
Naquele olhar 
 
Parecia tão perdido 
Na estrada do amor 
 
Nunca soube dizer 
Nem mesmo em palavras 
O sentimento do coração 
 
Nem tudo foi em vão 
Quando viu 
O brilho de seu olhar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

É com você!

Por onde andei 
Quando você me procurava? 
A voz daquele anjo 
Sussurrou em meus ouvidos 
Quando penso ser feliz 
Quero que saiba 
É com você! 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 26 de dezembro de 2020

A rua feita de cabeças

Conta-se uma incrível história 
De tempos imemoriais da cidade 
Onde ruas foram feitas de cabeças. 
Conto-vos, melhor a narrativa 
De uma época tão singular 
Para que ninguém dela se esqueça. 
 
Antes mesmo de haver asfalto 
Quando a poeira era normal 
Nas tardes da seca estação. 
Difícil trafegar nas terras arenosas 
E cascalho também faltava 
Que pudesse cobrir o chão. 
 
Quando chegava a época das chuvas 
Tudo alagava como um pântano 
E tornava-se um grande lamaçal. 
Não havia nenhum calçamento 
Nas ruas estreitas de nossa vila 
A princesinha do nosso Pantanal. 
 
Para preencher os buracos das ruas 
Crânios de bovinos eram improvisados 
Para as poças de águas e lama tapar. 
As cabeças de animais abatidos 
Nas redondezas da cidade para consumo 
Tornava-se o meio seguro para caminhar. 
 
Quem percorre as ruas do espaço central 
E trafeguem sobre os paralelepípedos 
Saiba você e nunca se esqueça. 
Que um dia a nossa cidade bicentenária 
Teve seus logradouros cobertos de crânios 
E a singular rua das cabeças. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Toda forma possível de amor

Sentir a brisa da manhã ou olhar o pôr do sol 
Onde o vento possa levar os pensamentos 
Longe de qualquer ilusão que possa sufocar a alma 
Nem mesmo os parasitas podem sobreviver 
Quando as árvores olham os fios nos postes 
Se vê a solidão 
Um girassol pode até olhar o poente 
Sentirá eles a alegria estampando em seus olhos? 
 
Nas pequenas casas isoladas da montanha 
Se pode ver o horizonte 
Nem mesmo a noite mais longa 
Pode tirar o sono do apaixonado 
Que vê nos sonhos mais lindos a imagem mais bela do amor. 
 
Mas os fantasmas aparecem 
E ouve-se o canto dos pássaros despertando a manhã 
E haverá a oportunidade de se ver aquele olhar outra vez 
O mesmo que fez seu coração parar subitamente 
Como se fosse o barco a chegar na margem 
No destino final de quem ama 
Sem saber que o sol brilha outra vez 
Nos campos floridos do cerrado na primavera 
Onde o amor sempre pousou como uma borboleta. 
 
Sol e chuva não podem alegrar 
Quem quer apenas sonhar 
Sem poder esquecer o amor de sua vida 
Que atormenta suas noites sombrias 
Pois já não há mais a esperança de outrora 
Quando até o silêncio lhe fazia companhia. 
 
Inútil sacudir as folhas orvalhadas da saudade 
Que insiste em arrancar a paz do coração 
Onde parece ter uma linha amarela que não consegue cercar 
Nem ofuscar a memória daquele amor tão fugaz 
Como o sol a brilhar nas manhãs de outono. 
 
Você não poderia ter ido dessa forma 
Não antes de conhecer 
Toda forma possível do amor. 
 
A solidão é como um parasita 
Que corrói a alma triste 
Arrancando-lhe a última esperança 
Até da árvore que retém os seus frutos 
Quando ouvem os sinos badalarem na torrezinha da vila 
Onde ela caminhava inocentemente 
E seus cabelos voavam com o vento. 
 
A flor vermelha cresce silenciosamente 
E a saudade faz companhia 
Oscilam-se os sinos sem ruído 
Agora está tudo muito quieto 
E também não vejo mais nada! 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

A travessia

O barco deslizava lentamente 
E descortinava a espessa neblina 
Enquanto tentava organizar minha mente. 
 
Tudo parecia-me muito confuso 
Sem saber muito bem onde estava 
Apenas seguia o caminho que parecia obtuso. 
 
Um personagem silencioso remava 
O barco pelas águas gélidas e obscuras 
Do labirinto em que me encontrava. 
 
Só lembrava-me de chegar à margem 
E ser apanhado pelo navegante desconhecido 
Que me apontou o barco para a viagem. 
 
Horas e horas em meio as águas serenas 
Ladeado por íngremes rochas 
Saber onde estava indo desejava apenas. 
 
Agora chegávamos em águas turvas 
Corredeiras perigosas fazia-me segurar firme 
Para não cair do barco nas curvas. 
 
Ao longe a silhueta de um castelo avistava 
E vi um mistério no olhar do condutor 
Que atormentou tudo que até agora pensava. 
 
Onde estava eu e porque ali me encontrava 
Era o que se passava na minha mente 
Enquanto o barqueiro agora tranquilo remava. 
 
Ao sairmos das águas turbulentas que me assustou 
Entramos em um enorme lago esverdeado 
E o castelo de vidro o barqueiro apontou. 
 
- Não temas e nem percas a alegria - 
Disse-me ele rompendo o silêncio 
- Você está sendo conduzido na sua travessia. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

É um assombro que o coração não derreta com essa visão

Eu a vi sorrindo 
Enquanto seu coração jubilava 
Não cabia em minha tamanha felicidade. 
A visão de tão bela imagem 
Transformou meu coração 
De forma inexplicável. 
O amor parecia sorrir também 
Como um dia de primavera 
Onde o sol encanta as flores. 
É um assombro que o coração não derreta com essa visão 
Tão única de um lindo olhar que sorria para mim. 
Meu caminhar, outrora tão solitário, 
Agora é acompanhado pela sua miragem 
Que dá esperança ao meu coração sonhador. 
Eu a vi sorrindo 
E a esperança do amor renasceu em mim 
Das cinzas da escuridão 
Brilhou o amor de um puro coração. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

O apego é a raiz do sofrimento

Tudo era tão lindo, tão fresco 
A paz reinava no coração 
E podia se ouvir as folhas 
Sendo carregadas pelo vento. 
Acredita-se que há um impulso do espírito 
E um despertar da inteligência 
Quando olhamos para a existência 
Não há nada impossível para aquele que tenta. 
Aprenda que o apego é a raiz do sofrimento 
Se chegar a verdade 
A falsidade pode desvanecer 
E um homem pode ser destinado a felicidade. 
Trabalho para cumprir a vontade do céu 
Porque minha consciência é cativa à Palavra de Deus 
Tão diferente quanto o dia é da noite 
Os meus pensamentos podem ser. 
Os antigos nunca construíram algo tão grande 
E não há nenhuma esquina que pode esconder 
A guerra que destrói vidas inocentes 
Por isso devo seguir a luz do sol 
E deixar o velho mundo para trás. 
Juntem todo o conhecimento 
Espalhado pela terra 
Não se esqueçam de suas grandes armas… 
A fé, a esperança e a coragem 
De construir um mundo melhor. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Quando vi seus lindos olhos


Quando vi seus lindos olhos 
Perdi-me na busca de um desejo 
Tão louco e sedutor 
Que aumenta toda vez que te vejo. 
 
Eu amo seus olhos e seu sorriso 
E você vive na minha imaginação 
Quero poder viver o sonho 
De ter-te para sempre no meu coração. 
 
Esses olhos misteriosos que tens 
Sempre procuram os meus 
Escondem amores de tempos 
Que amaram os olhos teus. 
 
Eles fogem quando quero vê-los 
Para não revelar o mistério de seu coração 
Busco-os em todos os momentos 
Pois, acendem o fogo dessa paixão. 
 
Seu rosto sempre meigo e angelical 
Abre-se em um lindo sorriso 
E, toda vez que busco no horizonte, 
Sei que você é tudo que preciso. 
 
Sua beleza ímpar e constante 
Quando desfila na passarela da existência 
Causa-me a sensação dos sonhos 
Que guardo na minha consciência. 
 
Quando vi seus lindos olhos 
Descobri que minha busca havia terminado 
Eles encheram minha alma de alegria 
E eu, por eles, estou enamorado. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Um sonho de liberdade

Se me beijar agora vou dormir tranquilo 
E nem me lembrarei das noites que perdi o sono 
Por causa de seus lindos olhos castanhos 
Que se foram para sempre. 
Ser feliz não é tudo isso 
Nem o que pensamos saber sobre a felicidade. 
Eu quero perguntar uma coisa 
E pergunto sempre sem obter respostas 
Isso causa-me muita confusão sempre. 
Vi coisas que vocês não acreditariam 
Coisas que deixaram meu coração como pedra 
Coisas que gostaria muito de esquecer. 
Quero apenas ter um sonho de liberdade 
Poder voar os espaços infinitos 
Como os pássaros sempre fazem 
Vislumbrando o horizonte distante. 
Quem quer ser um anjo? 
Cuidar das almas tão confusas a perambular pelas calçadas 
Nas madrugadas frias de inverno 
Na tentativa de livrá-las do inferno. 
Vamos continuar juntos, como sempre estivemos 
Sinto que algo importante está acontecendo à minha volta. 
E isso me assusta. 
Um dia vai chover de verdade 
E quero deixar-me molhar até a alma 
Sentir a água tocar o meu rosto enrugado e melancólico 
E ter a sensação dessa liberdade tão sonhada. 
Nunca quis me apaixonar de novo 
Só não sabia que fosse tão difícil cumprir essa tarefa. 
O mundo não fabrica heróis fora das suas histórias 
Nem são feitos deitados em suas camas. 
Mesmo assim não posso esquecer tudo isso 
Que atormenta minha vida. 
Leve-me até o ponto de ônibus e esqueça que me conheceu. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Conselhos de um jovem poeta

 
Cultive a esperança. Por mais que possa parecer o fim. Acredite sempre que haverá um dia melhor para viver. Olhe para as coisas boas da vida, o nascer do sol, a brisa da manhã e as estrelas que brilham junto a lua. 
 
Acredite na mudança. Nem tudo vai acontecer da forma que queremos. Mudanças, às vezes, são momentos de incertezas. Mas, creia no amanhecer renovador. Acredite nas oportunidades de uma vida diferente. 
 
Seja otimista em relação a você. Nunca pense que você não é capaz. Agradeça ao Criador pela sua vida e aproveite cada minuto para espalhar coisas boas por onde passar. Creia que você pode transformar alguém com o seu sorriso. 
 
Caminhe sempre olhando para as flores. Sua vida será mais colorida e perfumada. Haverá espinhos e, em alguns momentos até poderá ser machucado por eles, mas, dê valor as flores e as borboletas que pairam sobre a sua vida. 
 
Nunca deixe de acreditar. As lutas podem ser cruéis, batalhas podem parecer intermináveis. Mas, você será vencedor se acreditar na vitória e lutar por ela. Nunca pare no caminho porque não é aqui o nosso descanso. 
 
Tenha fé. A fé é o firme fundamento, a base para uma vida vitoriosa. Creia no Criador, creia em Deus. Acredite que Ele cuida de cada um de nós com amor eterno e uma misericórdia infinita. Não temas! 
 
Dê valor as amizades. Valorize aqueles que prezam pela sua vida. Seja otimista e voluntarioso com quem precisa de você. Cultive as amizades e compartilhe sua vida com quem você ama. Ninguém é uma ilha. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

O sol que brilha nesta terra

As múltiplas cores de Mato Grosso 
são constantemente modificadas 
as paisagens tão serenas 
com o tempo modificadas. 
 
O verde das matas hoje 
já não tem a mesma cor 
os pássaros não podem voar 
e a borboleta não encontra sua flor. 
 
O sol que brilha nesta terra 
parece ter bem mais vigor 
do que quando encontrava 
as árvores para estender o seu calor. 
 
O vermelho desta terra é coberto 
pelo branco do algodão 
pelo verde-marrom da soja 
que transforma este chão. 
 
O progresso alardeado 
não tem alma e coração 
a selva de pedra erguida 
provoca a destruição. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Lassidão

Um cansaço sentido 
A vida que se esvai 
Escorre pelos dedos 
A esperança de viver. 
Um esforço que dura o tempo todo 
Que sufoca o desejo 
Um tédio 
Tudo se repete continuamente. 
Um cansaço de estar cansado 
Almas incontidas 
Que não deveriam ter nascidas 
Pois o mundo não as alegram. 
O semblante abatido 
Mostra o fim longínquo
De uma terra inexistente 
De pessoas derrotadas. 
Não há cura 
Nenhum bálsamo para a ferida 
Ao homem lasso 
Era preferível não nascer. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Você é uma criatura da noite


Ouvia-se os gemidos de prazer 
Da volúpia arrebatadora 
Uma jovem inocente a delirar 
E desejava-se mais profundamente 
A paixão tão louca que sentia. 
Não conseguia deixar de pensar 
De desejar estar entregue ao amor 
Ao prazer que sentia 
Ao calor que a abrasava 
Da cabeça aos pés. 
Você é uma criatura da noite 
Dizia ela enquanto se entregava perdidamente 
Uma paixão que a destruiria 
Sem piedade alguma 
E sabia que não podia se livrar. 
Alma dilacerada pelo desejo intenso 
Pela satisfação 
Deixava-se levar aos sonhos mais loucos 
Aos pensamentos mais profundos 
Da alma insana. 
O que poderia dizer sobre essa paixão? 
Não tinha forças para se livrar 
E no fundo nem queria mesmo 
Apenas viver o amor tão intenso 
Que apertava seu coração. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Sou aquela nuvem andante

Sou aquela nuvem andante 
Que o infinito quer alcançar 
Ao vento deixo-me levar 
Como o peregrino viajante. 
 
Sobrevoando o espaço incerto 
Quero alcançar o fim do mundo 
Que meus pensamentos mais profundo 
Voe muito além desse deserto. 
 
Para mim não interessa mais nada 
Além do horizonte alcançar 
E lá ver seus olhos brilhar 
Como uma noite estrelada. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Lágrimas nas gotas de chuva

Era uma tarde chuvosa 
E a lama dificultava a caminhada 
As flores que eu carregava não suportaram 
E, com dor no coração, deixei-as pela estrada. 
 
Estava todo molhado 
Mas o coração batia acelerado 
Queria chegar logo e deixar as palavras 
Saírem do meu peito tão apertado. 
 
Faltava sempre a coragem 
De abrir meu coração e ser sincero 
E dizer-lhe que você em minha vida 
É o sonho realizável que mais quero. 
 
Você, toda linda, me abriu o portão 
E nos lábios o mais belo sorriso 
- Entre logo, senão molha todo, 
E eu sabia que era tudo que preciso. 
 
Um misto de alegria e surpresa 
Houve em seu rosto angelical 
Lágrimas envoltas nas gotas da chuva 
Selou nosso amor afinal. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

No fim da vida... o abandono

O caminhar lento e cuidadoso 
As mãos trêmulas a segurar a bengala 
Revela o cansaço da vida 
E a proximidade do fim. 
É comovente ver os dois passarem horas sentados 
Não se pode saber se conversam ou se só pensam sobre a vida. 
Observo-os todos os dias do alto de meu quarto 
E eles estão sempre lá, um ao lado do outro. 
As paredes dos prédios não os deixam ver o horizonte 
Às vezes, algumas nuvens, 
É a única coisa que seus olhos cansados podem contemplar. 
A vida passa muito lentamente para eles 
Ali abandonados depois de toda uma vida. 
Quem sabe onde anda seus filhos? 
Envoltos nos afazeres do dia a dia 
Na busca incessante pelo sucesso 
Não foi possível dar aos velhinhos o repouso de um lar. 
Vez ou outra ali chega alguém 
Fala algumas palavras e vai embora rapidamente 
E os dois voltam a sua rotina de sempre 
Olhar as paredes de concreto que os prendem naquele apartamento. 
A vida passa muito lentamente para eles 
E o coração sente a angústia de ambos. 
Quem irá primeiro? 
O que acontecerá com o que ficar por último? 
Um ao outro é o que afasta a solidão 
E os ajuda a continuar. 
Quantos anos estiveram juntos 
E quantas situações superaram tendo um ao outro na caminhada. 
O fim da vida 
O apagar das luzes no abandono da vida moderna. 
Já não se pode ouvir o cantar dos pássaros 
E nem alimentar as aves de manhã 
Nem correr pelos campos em flores 
Como faziam na juventude. 
A selva de pedra os condenaram. 
A mão do velhinho repousa sobre a mão de sua amada 
Parecem notar o meu olhar 
E em silêncio eles permanecem a pensar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

O que estamos esperando?

 
Tão idiota como um animal ensandecido 
Que rasga suas presas com as unhas 
E não deixa escapar nenhuma alma. 
Não basta contar o que um homem realizou 
É preciso dizer quem foi ele. 
Mas, lembre-se: 
Ninguém fracassa quando tem amigos. 
Tenho a sensação de que não estamos mais sozinhos 
Todos têm suas razões 
E acreditam que são importantes. 
Você é maravilhosa, de um modo nojento 
E precisa dizer algo 
Mas se você disser o que está pensando 
Eu a estrangulo! 
Deus lhe prometeu algo? 
A guerra está declarada 
Não se alarmem! 
O que estamos esperando? 
Está quente aqui junto ao forno 
E me lembro de quando era criança 
Quando via os trabalhadores saindo para a labuta 
E não os via voltando. 
É difícil matar alguém direito 
Principalmente quem não se dá com a gente. 
Isto é o universo 
É um mundo difícil para as coisas pequenas 
Eu sou grande, as imagens é que são pequenas 
Todos queremos esquecer algo 
Então contamos histórias 
E as crianças acreditam no que lhes dizemos 
De todos os bares de todas as cidades do mundo 
Ela entrou justo no meu 
E amanhã, os pássaros cantarão felizes! 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Infinito


Levanto meus olhos para o infinito 
Imagino você com um brilho no olhar 
Muito além do amor mais bonito 
A sua beleza e seu jeito de amar. 
 
Trova: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Eu, os livros e a leitura (I)

 
    Por onde posso começar a falar de livros e leitura? Tarefa bastante hercúlea para se fazer. Todas as minhas escolhas será injusta. De cada dez livros escolhidos, outros dez ficarão de fora dessa lista. Portanto, minha missão é pontuar minhas leituras, livros que impactaram minha vida e que pode servir de sugestão para outros. 
    A leitura nos abre caminhos para um mundo fantástico, um universo maravilhoso de conhecimento e descoberta. 
    Estarei selecionando dez obras (não necessariamente em ordem de importância) que me chamaram a atenção e um bônus. 
 
    01) “O Altar Supremo: a história do sacrifício humano”. Livro que constitui um extraordinário e fascinante estudo sobre sacrifícios. É uma instigante história de aventura e, também, uma significativa contribuição ao estudo antropológico da religião em seu aspecto mais trevoso e violento. Foi um livro que comprei em um sebo por preço irrisório, mas que tem, para mim um valor imensurável. 
 
    02) “História Secreta do Mundo”. Fui atraído pela sinopse do livro. E SE AQUILO QUE NOS CONTARAM FOR APENAS UMA PARTE DA HISTÓRIA? Diz-se que a História é escrita pelos vencedores, mas… e se a História - ou o que conhecemos dela - tiver sido escrita pelas mãos erradas? E se aquilo que nos contaram for apenas uma parte? A partir dessa premissa, mergulhei nesta leitura que é fascinante. 
 
    03) “Lolita”. Polêmico, irônico e tocante, este romance narra o amor obsessivo de Humbert Humbert, um cínico intelectual de meia-idade, por Dolores Haze, Lolita, 12 anos, uma ninfeta que inflama suas loucuras e seus desejos mais agudos. Através da voz de Humbert Humbert, o leitor nunca sabe ao certo quem é a caça, quem é o caçador. A obra-prima de Nabokov é um livro para poucos! 
 
    04) “1984”. Poucos livros tem a capacidade de tocar tão profundamente como esse. Publicada originalmente em 1949, a distopia futurista 1984 é um dos romances mais influentes do século XX, um inquestionável clássico moderno. Lançada poucos meses antes da morte do autor, é uma obra magistral que ainda se impõe como uma poderosa reflexão ficcional sobre a essência nefasta de qualquer forma de poder totalitário. 
 
    05) “A Divina Comédia”. Essa obra-prima da literatura universal dispensa comentários. Texto fundador da língua italiana, súmula da cosmovisão de toda uma época, monumento poético de rigor e beleza, obra magna da literatura universal. É fato que a "Comédia" merece esses e muitos outros adjetivos de louvor, incluindo o "divina" que Boccaccio lhe deu já no século XIV. Mas também é certo que, como bom clássico, este livro reserva a cada novo leitor a prazerosa surpresa de renascer revigorado, como vem fazendo de geração em geração há quase setecentos anos. Uma longa jornada dantesca através do Inferno, Purgatório e Paraíso. 
 
    06) “O Conde de Monte Cristo”. Essa história foi impactante na minha vida de leitor. Um dos maiores clássicos da literatura francesa há mais de 150 anos, “O conde de Monte Cristo” gira em torno de Edmond Dantè, que é preso por um crime que não cometeu. Ao sair da prisão, Edmond vai à busca de vingança contra seus inimigos. Uma trama repleta de reviravoltas dignas de um jogo de xadrez. 
 
    07) “Frankenstein”. Um clássico nunca morre. Considerada a primeira obra de ficção científica da história, fazendo sucesso arrebatador desde 1818 até os dias de hoje, Frankenstein deu vida ao gênero do terror e influenciou diversas gerações desde então. Ao mesmo tempo, suscitou entre seus leitores a questão que reside no imaginário da humanidade desde suas origens: quão humano pode ser um monstro e quão monstro pode ser um humano? o livro narra a história de victor frankenstein, um estudante de ciências naturais empenhado em descobrir o mistério da criação e que acaba por construir um ser humano – ou monstro? – em seu laboratório. 
 
    08) “As Catacumbas de Roma”. Um livro com uma mensagem impactante. Uma obra que mostra a pureza e o vigor dos primeiros seguidores de Cristo, os quais mesmo coagidos, foram fiéis até a morte. Para mim, uma lição muito importante do que é fé. 
 
    09) “Bíblia Sagrada”. Não poderia deixar de falar da maior obra, para mim, da literatura universal. Um conjunto de livros que mudou a minha vida para sempre. Leio-a todos os dias e tenho diversas dela em diferentes estudos. Dispensa comentários! 
 
    10) “As Crônicas de Nárnia”. Viagens ao fim do mundo, criaturas fantásticas e batalhas épicas entre o bem e o mal - o que mais um leitor poderia querer de um livro? O livro de C. S. Lewis é uma fantástica viagem ao mundo da imaginação. Para mim, um dos maiores escritores de todos os tempos. 
 
    Bônus) “O Homem Que Queimou a Bíblia”. Não poderia deixar de falar de um dos meus livros. Escrito a partir de muita leitura e com o coração. O Homem Que Queimou a Bíblia é um conjunto de relatos e mensagens que precisa ser lido. Sou grato a Deus por ter me dado capacidade de escrevê-lo. 
 
    Obs. Em breve a Segunda Lista!
 
    Texto: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

A alma é o lugar da saudade

 
Eu só queria falar o que sinto agora 
Deixar que as palavras voem as alturas 
E alcance o seu coração. 
Que elas pudessem dizer-te 
Com a sinceridade que sinto 
O quanto sua falta me dói no coração. 
A alma é o lugar da saudade 
Porque é no silêncio da noite que busco o seu olhar. 
Quando não encontro saída para a dor 
Eu quero encontrar o seu carinho. 
Seus olhos brilham na escuridão 
É como uma estrela no firmamento 
E quero alcançar suas mãos. 
Mas, a solidão me devora 
E não deixa mover os meus pés. 
Sinto a alma sangrar 
E o sangue escorre pelas areias do tempo. 
A saudade que deixou-me 
É a causa desse sofrer 
A lembrança de sua voz tão suave 
A espantar todo o meu medo. 
Os sonhos que outrora me acalentava 
É a fuga da minha insônia. 
A alma é o lugar da saudade 
Pois, nela encontro você. 
Suas lembranças a me torturar 
E não a deixar esquecer. 
Mas, as palavras se perdem no ar 
Como as nuvens levadas pelo vento 
E eu me pego a pensar 
No que poderia acontecer 
Se elas chegassem até você. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Fiz florescer os desertos

 
Nunca deixo de pensar no que poderia ter feito 
Na manhã triste do adeus 
Quisera eu voar os espaços para te encontrar 
E dormir nos braços seus. 
 
Na minha jornada sem destino por ai 
Já fiz até florescer os desertos 
Mas não consegui esquecer os seus olhos 
E meus passos são sempre incertos. 
 
As lembranças dos sonhos de outrora 
Vivem a povoa minha mente 
Quero encontrá-la outra vez nesta vida 
E amar-te novamente. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense