terça-feira, 31 de março de 2020

O Viajante


Sou viajante neste mundo e não um hóspede dele. 
Nesse sentido, a vida que caminho 
Diz respeito ao que penso 
E faço enquanto passo por esta vida. 
O que levarei de tudo que vi e que ainda vou ver? 
O que deixarei para a posteridade? 
Como viajante não tenho parada fixa. 
Minha caminhada não termina quando o sol se põe. 
Ela continua durante a noite escura. 
Mesmo naquelas em que o brilho da lua não aparece. 
Viajante que contempla 
O que o mundo estabelece como vida e sonhos. 
Viajante que vive a magia do amor 
Mesmo sem saber defini-lo. 
Viajante que acaba de passar por este espaço 
Mas que segue firme sua jornada! 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 29 de março de 2020

Contágio


Como um raio que cai em um dia chuvoso 
Seu sorriso tão meigo 
Cortou o céu do meu coração 
E um clarão tão forte 
Rasgou a escuridão da minha solidão. 
Um contágio profundo 
De um vírus 
Tomou conta da minha alma 
E dissipou a tristeza 
Que fazia-me companhia. 
Quando foi embora ficou a cicatriz 
As marcas profundas 
No coração. 
Como uma praga na lavoura 
Estragou tudo que havia em mim. 
O contágio surreal 
De um amor que não resistiu 
Ao antídoto do esquecimento. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 26 de março de 2020

Não há outra razão


Eu amo você! 
Amo pela forma singela de ser 
Amo pela meiguice do seu olhar 
E pela beleza do seu caminhar. 
Amo pela alegria do seu coração 
E pela forma de sonhar. 
Desde o dia em que te conheci 
Não há outra razão 
Que não seja te amar. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 24 de março de 2020

O Mundo de Ponta Cabeça


De repente quase tudo parou 
Há um silêncio nas ruas 
Não ouço o barulho dos aviões, trens e ônibus 
Agora só ouço os pássaros a cantar na minha janela. 
Cidades desertas, bares fechados 
Casas noturnas em silêncio 
E as pessoas em suas casas 
Algumas com medo do que está lá fora 
A ameaça que ninguém pode ver 
Mas que ceifa vidas 
Sem escolher se é pobre ou rico, 
Branco ou negro 
Homem ou mulher… 
A única diferença é que a morte 
Prefere os mais velhos e doentes. 
Ao notar o silêncio das ruas 
Nos perguntamos se era mesmo preciso uma pausa… 
Parece que sim. 
A vida frenética do mundo moderno 
Tinha que parar mesmo uma hora. 
Para dar fôlego ao planeta. 
A terra não suporta tanta exploração. 
Durante esse período de confinamento 
Haverá uma queda considerável na violência, 
Nos acidentes de carros 
Nas brigas de bares… 
Uma pausa para as pessoas refletirem sobre suas vidas. 
Em suas casas 
Às pessoas terão mais tempo 
Com suas famílias, 
Seus filhos, 
Seus pais… 
Alguns em suas casas poderão ler um livro, 
Ler a História 
E saber que não é a primeira vez que isso acontece… 
Pode ser que descubram 
Que se pode viver sem o futebol, 
Sem os shows 
E sem as festas 
 Que envolvem bebidas, drogas e sexo desenfreado… 
O mundo está de ponta cabeça 
Se autodestruindo 
E era preciso uma pausa. 
Um minúsculo vírus 
É capaz de colocar a terra em seu eixo natural. 
Governos devem agir, 
Tomar medidas 
Fazer alguma coisa. 
E a morte espreita lá fora. 
Passando de um para outro 
No toque das mãos, no abraço. 
E de repente se percebe quem são os verdadeiros heróis 
Os profissionais da saúde, 
Da segurança, 
Da ciência… 
E não jogadores de futebol ou pilotos de Fórmula 1 
Que ganham milhões de dólares. 
É. 
De repente percebemos algo diferente 
O mundo irá sobreviver a mais essa pandemia. 
Já sobreviveu a Peste Negra 
A Gripe Espanhola e outras epidemias… 
Mas, o mundo não será o mesmo. 
Com a descoberta da cura para o Coronavírus 
E das homenagens aos milhares de mortos 
Que não puderam ter a sua despedida… 
O mundo continuará a sua marcha 
E tudo isso só será mais uma lembrança. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 22 de março de 2020

O Coronavírus e a esperança!


É, a situação anda meio complicada 
Por causa desse vírus. 
E o que posso pensar sobre isso? 
Elevo meus pensamentos ao alto 
Na esperança de trazer um pouco de calma 
Em meio ao momento de crise. 
Digo isso com base nas palavras do Profeta Isaías 
Quando ele diz que Jesus levou sobre si as nossas dores 
E as nossas enfermidades! 
Da mesma forma o salmista afirma que 
Guardados pelo Senhor não somos afetados! 
Quando Cristo chamou Pedro para caminhar sobre as águas 
Notamos que enquanto ele focava no mestre 
Ele caminhava tranquilamente 
Mas, ao perceber a tempestade teve medo 
E afundava. 
Isso nos mostra como viver o sobrenatural: 
Confiar! 
O nosso foco define aquilo que estamos vivendo. 
Em épocas de crises devemos trazer à memória 
Aquilo que nos trás esperança. 
Só assim podemos acalmar os corações. 
Quando deposito minha confiança em Deus 
Eu creio que o Senhor não só cura 
Mas, Ele é a cura! 
O refúgio! 
A Palavra é o caminho 
A esperança para enfrentarmos todas as situações 
Por isso não precisamos temer mal algum! 
O que não podemos nos esquecer 
É que a Bíblia previu todos os acontecimentos. 
Por isso é importante sabermos 
Que precisamos estar atentos 
Somos sal e luz, 
E não é porque somos filhos de Deus 
Que devemos ser inconsequentes. 
A nossa fortaleza é o Senhor 
Mas, nosso corpo é templo e morada do Espírito Santo 
Precisamos cuidar dele! 
Por isso é importante nos reservar, 
Cuidar de cada um de nós 
E cuidar de quem amamos! 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 20 de março de 2020

O silêncio das ruas


Não se ouve mais o barulho dos carros 
Nem passos nas calçadas 
E as vozes silenciaram 
Com exceção dos pássaros 
Que ainda cantam suas canções. 
Em alguns lares o silêncio 
De quem está mais sozinho do que nunca 
E que não pode mais 
Abraçar seus entes queridos. 
Há um vírus 
Que espalha o medo e a morte pelas casas 
Sem escolha Sem acepção de pessoas. 
- Não saim nas ruas! - Eles gritam 
E não se ouve mais os risos 
E as músicas embalando esses sorrisos. 
Lágrimas silenciosas 
Em lugares solitários e frios. 
Lá fora o vento sussurra nas folhas 
Que caem das árvores 
Isoladas e tristes. 
Não há vida a salvo em lugar nenhum 
Nem posso caminhar em meio a multidão. 
Fileiras de esquifes 
Com corpos solitários 
Ceifados pela foice violenta da morte 
Sem poder se despedir. 
Quando vamos poder voltar às ruas? 
Haverá outras oportunidades para os risos 
Os abraços e as fraternidades? 
Quando a tempestade passar 
E o vento calmo soprar 
Haveremos de ver, outra vez, 
O sol raiar no horizonte. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 12 de março de 2020

O que ninguém poderia fazer


Eu estava perdido e sem esperança 
No mundo de pecado vivia a sofrer 
Não sabia a direção dos meus passos 
Nem para onde iria ao morrer. 

Vaguei sem destino pelo mundo 
Sentindo um vazio enorme na minha alma 
Sem saber o caminho certo 
Que pudesse dar-me alento e calma. 

Por meus esforços eu percebi 
Que não poderia alcançar a salvação 
Cheio de pecados e longe de Deus 
Eu chorava a minha triste situação. 

Até o dia em que ouvi uma voz 
Tão suave e meiga me dizer: 
Não temas meu filho, faço por você 
O que ninguém poderia fazer. 

Entendi a mensagem da cruz 
Que por mim o Senhor entregou sua vida 
Garantindo salvação à minha alma 
E uma eterna salvação prometida. 

Sou grato ao meu Senhor Jesus 
Pela maravilhosa salvação 
Pela paz e liberdade que deu a mim 
E a alegria que tenho no coração. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 11 de março de 2020

Que sorriso lindo!


Eu me rendo diante de tanta beleza. 
De um sorriso tão lindo. 
Procuro as palavras certas 
Que possam expressar esse sentimento 
Mas, não há palavras 
Que exprimam a meiguice deste sorriso. 
É um sorriso que traz alento ao coração 
E revela a alegria da alma 
De uma bela jovem. 
Majestosa como uma flor a desabrochar 
No jardim da existência 
E trazer aroma de felicidade 
Ao poeta que a descreve no silêncio da noite. 
Seu sorriso é a fonte da juventude 
É a inspiração noturna 
De quem não sabe esquecer 
Tão linda imagem que se descortina na eternidade. 
Seu sorriso é como o raiar do sol 
É a liberdade que traz paz ao coração. 
Ah! Que sorriso lindo! 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 9 de março de 2020

Refúgio oculto



O lamento de hoje é surreal. 
É a dor de um peito confuso, 
O choro de uma alma desconsolada. 
Ando perdido em meio à multidão 
Iludido pelos sorrisos falsos e hipócritas 
De pessoas sem escrúpulos. 
Ninguém nota o meu silêncio 
Ninguém vê a minha dor. 
E porque notariam? 
Sigo sem destino certo 
Rumo ao desconhecido incerto 
Na esperança de encontrar o seu olhar. 
O refúgio da alma é oculto 
Nas profundezas da sua ausência. 
Quero me libertar desses grilhões 
Que me prendem a saudade 
Do seu lindo sorriso. 
Não tenho mais a alegria 
Que sentia ao seu lado e caminho sem direção 
Na estrada dessa desilusão. 
Quero chorar e derramar minhas lágrimas 
Mas elas secaram-se e não consigo vertê-las. 
Onde está você? 
Seu calor é o que me aquecia desse frio intenso 
No qual estou envolto. 
Sinto saudades. 
Muitas. Saudades de você. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 3 de março de 2020

Coração apagado


Debruçado sobre a janela 
Distante e tão sombrio o seu olhar 
Perdido em pensamentos 
O vento no seu rosto acariciar. 

O que sinto em meu coração 
É o medo de uma falsa esperança 
Que não sai da minha mente 
De você, uma tão meiga lembrança. 

Olho as folhas revoltas pelo vento 
E as lembranças de um grande amor 
A saudade de tempos tão remotos 
Que causa um silêncio de dor. 

Tenho em mim um vazio tão cruel 
No peito um coração apagado 
Como se fora uma triste solidão 
De um olhar no tempo roubado. 

Ergo meu olhos ao horizonte 
E não quero mais lembrar 
Dos sonhos que perdi 
Quando deixou de me amar. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 2 de março de 2020

Escuridão já vi pior


Não foi o sonho perturbador que tive 
Na noite solitária de inverno 
Nem mesmo os olhos ameaçadores 
De uma mulher perdidamente apaixonada. 
O que tirou a minha paz naquele momento 
Foi a saudade cruel de um olhar 
Que penetrou a minha alma cansada 
Na manhã gélida do tempo. 
Eu até quis viver outra vida 
E procurei afogar minhas mágoas 
Mas, não consegui acordar direito 
Do sonho que dilacerava minha mente. 
Escuridão já vi pior 
Mas nunca tão profunda dessa forma. 
Eu podia sentir as garras afiadas da solidão 
Arrancando sangue das minhas veias. 
Nem chorar adiantava 
Então nem procurei derramar lágrimas. 
Apenas deixei-me caminhar nas nuvens 
E despertar do sono insano da minha juventude. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense