sexta-feira, 31 de julho de 2020

Verba Volant, Scripta Manent



Escrevo o que penso e quando penso 
O que passa na minha cabeça 
E quero dividir com outras pessoas. 
A escrita me liberta 
Me dá vida e me faz sonhar. 
Sou um amante das letras 
Dos livros e das poesias. 
E aprendi com o tempo 
Que a escrita se eterniza 
Vive para sempre. 
“Verba Volant, Scripta Manent” 
Isto é, 
“As palavras voam, os escritos ficam”. 
Que assim seja para sempre! 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 30 de julho de 2020

O Tempo



Quando, como criança, eu ri e chorei, o tempo se arrastou. 
Quando, como moço, eu sonhei e falei, o tempo andou. 
Quando me tornei um homem maduro, o tempo correu. 
E quando envelheci, o tempo voou. 
Breve ouvirei, no fim da minha jornada: o tempo passou. 

Autor desconhecido.

quarta-feira, 29 de julho de 2020

O Brasil merece a verdade



O Brasil merece a verdade. 
Ah! E como merece. 
Precisamos urgentemente deixar de mentirmos a nós mesmos e acharmos que somos essa nação que se prega em todas as notícias. 
Basta de mentiras. 
Somos racistas e preconceituosos. 
Adoramos a desigualdades e não nos importamos com as minorias. 
Na verdade, bom seria se elas não existissem. 
Não ligamos a mínima para os menores abandonados e nem nos importamos com os mendigos jogados nas sarjetas. 
Deveriam trabalhar e deixar de serem vagabundos. 
Uma nação hipócrita e egoísta. 
Nas propagandas do governo somos uma nação prospera e temos um futuro promissor. 
Será mesmo? 
Parece mesmo que nunca houve uma ditadura militar no país e que ninguém morreu nos porões sombrios sendo torturados. 
Mentiras e mentiras são ditas o tempo todo. 
Basta! 
Não suportamos mais as mentiras que são ditas o tempo todo. 
Que país é este? 
Ouça o grito dos desesperados. 
Dos abandonados. 
Menosprezados. 
Até quando isso será possível? 
Por que não dizem a verdade? 
Por que não fazem nada para mudar essa situação? 
Sanguessugas no poder. 
Acabam com a esperança de um futuro melhor. 
Até quando poderemos suportar essa hipocrisia que toma conta da nação? 
O Brasil merece a verdade! 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 28 de julho de 2020

O rumo que aponta a rosa dos ventos



Pode parecer que estou perdido 
E não vejo o seu olhar na noite silenciosa 
O que tira de mim a paz de outrora 
Fazendo-me chorar na madrugada. 

Lágrimas são feitas de vento 
Que escorrem pela fenda da alma 
Na solidão que teima em estar aqui 
Para mostrar-me o quanto era feliz. 

O rumo que aponta a rosa dos ventos 
É mais distante do que meus olhos 
Conseguem alcançar 
Deitar-me faz em rochas frias 
Onde os espinhos parecem estar a ferir-me. 

Por que as angústias do dia a dia 
Extrapolam a alegria de um sonho louco 
E eu não posso ver-te nas nuvens 
Que agora foram dissipadas pela tempestade? 

Carregas em si a dor oculta do mundo 
No silêncio lúgubre das madrugadas 
Sem saber que a esperança daqueles olhos 
Não passaram de uma triste lembrança. 

Sabes o que pode definir a sua morte 
E não tens a coragem de lutar contra isso 
No escuro da solidão de um lamento 
Deixa-se ser vencido pela ilusão de um sorriso 
Que não pode mais dar alegria. 

O que é que eu posso fazer com essa rosa? 
Como posso entender esse mundo? 
O meu coração sente as agruras de um amor 
Que causa em mim esse desconforto. 

Sentes o frio da madrugada sem saber o que fazer 
E não pode ver o que se passa no meu coração. 
Tudo isso foi desfeito pelo tempo 
Em que deixou a incerteza tomar conta dos sonhos 
E levar para longe tudo que um dia desejamos. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Homenagem à Lambari D’Oeste



Suas ruas são pequenas 
De pouco movimento também 
Mas, as crianças nelas podem brincar 
Amar e sentir o bem. 

Os jovens são cheios de amor 
A cidade é pequena, mas é amada; 
Humildes e simples são seus habitantes 
E, aos visitantes, sempre agrada. 

Lambari é, sem dúvida nenhuma, 
Um paraíso em calmaria 
Não existe nela violência 
E qualquer um ali em paz viveria. 

Ninguém pode contestar 
Que Deus abençoa aquela terra; 
Lambari é para todos um lar 
Porque lá não existe guerra. 

Lambari tem, acima de tudo, calmaria 
Hoje, longe dela, sempre tristonho, 
Lembro que, lá, eu tinha alegria 
E hoje, de Lambari, só tenho o sonho. 

Obs. Poema escrito em 1997, cinco anos depois de ter saído da cidade onde vivi a minha adolescência. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Se ainda existe amor



Ando devagar pelo caminho sombrio 
Tendo como companhia a solidão 
Seus olhos meigos já não os vejo mais 
E um vazio toma conta do meu coração. 

Lembro-me da primavera dos nossos sonhos 
De quando deitavas na grama a olhar a lua 
Do sentimento a envolver-te na noite 
E dos passeios secretos naquela rua. 

Buscas-me com seu singelo olhar 
Todas as vezes que nos encontramos 
E, nos seus olhos posso ver, 
Que unidos pelo amor ainda estamos. 

Meu coração anela pelo reencontro 
Pelo dia em que decididamente iras voltar 
Para viver esse amor lindo que nos envolve 
E que a rotina fez-te de mim se afastar. 

Em cada alvorecer contemplo o seu sorriso 
E, nos jardins floridos, vejo a mais linda flor, 
Por que sofres com a ausência se podes voltar? 
Por que não voltar se ainda existe amor? 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 21 de julho de 2020

A mulher que fugiu de Sodoma



A única coisa que conseguiu ver foi uma silhueta 
Que esgueirava pelas colinas 
E tentava furtivamente se esconder da luz do sol 
Escaldante e impiedoso que ofuscava sua visão. 
Um pesadelo terrível perpassava sua mente 
Causando pavor e angústia como nunca havia sentido 
E nem imaginado sentir na sua longa vida 
De luxo naquela cidade extravagante. 
Agora podia avistar ao longe apenas uma bola de fumaça 
Que erguia-se ao céu como um cogumelo gigante 
E que não podia obstruir o pavor que causava aos olhos 
Que outrora havia contemplado as belezas da campina verdejantes. 
Lágrimas de desespero corriam em sua face 
Agora tão ruborizada como um coração rasgado 
E os pesadelos de noites intermináveis teimavam em corroer-lhe 
A alma já fatigada pelo desespero de uma vida sem sentido. 
A ordem explícita de não olhar para trás 
Ainda ecoavam em seus ouvidos 
E era combatida pelo desejo de ver seus bens adquiridos 
Ao longo dos anos em que ali estivera a batalhar. 
Nada parece fazer mais sentido nesta vida miserável 
Porque uma fúria silenciosa tomava conta de seu coração 
Tudo que lutou para juntar agora viraria poeira e cinza 
E que coisa tão injusta isso poderia ser. 
Na sua angústia durante a fuga vertiginosa 
Não pode conter o desejo que a envolvia 
O que de pior poderia lhe acontecer ainda? 
E, ao olhar para a cidade em chamas, 
Tornou-se uma estátua de sal castigada pelo vento. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Que esse amor aconteça



Meus olhos marejados estão 
Tentam revelar-te o amor que sinto 
Estou neste labirinto 
Entre a paixão e a solidão. 

Sou uma pessoa apaixonada 
Que não consegue viver sem você 
Hoje quero te ver 
Não deixe minha alma isolada. 

Reconheço que errei 
Que você pode não mais me querer 
Não deixe-me triste viver 
Pois você é quem mais amei. 

A distância não pode impedir 
Que esse amor aconteça 
Por favor, não me esqueça 
Pois quero contigo sorrir. 

Não podemos viver uma amizade 
Pois existe um lindo amor 
Que nos enche de calor 
E pode nos dar felicidade. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 17 de julho de 2020

O homem é um animal



Se conhecêssemos a nossa natureza humana 
Saberíamos o qual incapazes somos. 
Míseros humanos que carregam a soberba na frente do nariz. 
Quanto mais estudamos descobrimos a nossa ignorância 
Mas, não damos valor a isso, 
Ou pelo menos, não aprendemos com isso. 
Você pensa que tem o controle e, descobre, de forma trágica, 
Que não é possível ter o controle de coisas que você não conhece. 
Deveríamos ser mais humildes 
Para reconhecer a nossa incompetência, 
Mas não somos. 
A soberba da vida corrompe o nosso âmago 
E acreditamos que regemos o mundo. 
Sem saber que a maldade ronda o nosso cotidiano. 
E a dor da decepção por saber qual limitado você é deixa-nos confuso. 
Quero sair dessa prisão. 
Ser livre e voar os espaços da plenitude celestial. 
O homem é um animal miserável 
Que necessita urgentemente da misericórdia divina. 
A alma é dilacerada com a descoberta da sua insignificância. 
Pensamos na carreira prospera 
E nos deparamos com as valas da decepção. 
Choramos a ausência de quem nunca esteve presente 
E, mesmo assim, sonhamos 
Com a sua volta que nunca vai acontecer. 
Os sonhos são castelos de areias 
Que desfazem-se com as ondas do mar. 
Restam os desejos que sobrepujam nossa alma sedenta de realizações. 
Olhamos as vitrines e expomos as paixões que nos cegam. 
Seria tão bom poder apenas ver o pôr do sol 
E contentarmo-nos com sua beleza. 
No entanto, não é isso que nos satisfazem. 
O coração tem anseios de coisas que não nos farão bem. 
As tristezas sufocam a alegria quando deveria ser o contrário. 
O dia da morte é melhor que o dia do nascimento. 
E viva o controle absoluto dos instintos animalesco. 
O lobo uiva nas paragens mais escuras da noite 
Seu grito ecoa no silêncio sepulcral de nossa existência falida. 
O filho pródigo recorre as bolotas que o porcos comem 
Para acalmar o seu estômago vazio. 
Mas, a alma continua com fome. 
O animal deita na relva. 
Esta cansado da fadiga. 
Passou o dia correndo atrás da presa e não acalmou a sua fúria. 
Somos o caos da criação. 
E a solução é a misericórdia que está sendo oferecida. 
Desçamos do pedestal onde nos colocamos 
Deixemos o trono da soberba e vivamos uma vida de humildade. 
Quem sabe assim seremos resgatados. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 14 de julho de 2020

Beijada pela ventania



A luz do sol a brilhar 
Iluminava seu rosto angelical 
Como as flores na primavera. 
O brilho do seu olhar tão intenso 
A ofuscar a saudade de outrora. 
O sorriso 
Deslumbrante como o por do sol 
Transmitia a beleza do amor. 
O vento leste silencioso 
A espalhar as folhas no outono 
E acalentava o coração apaixonado. 
Beijada pela ventania 
Abriu os lábios lentamente 
Para deixar sair um suspiro de felicidade. 
Uma princesa inocente 
Uma rainha de beleza rara. 
Seu olhar tão terno 
Revela a magia de um amor 
Que ainda está escondido no coração. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Ilusão



Ver seus olhos meigos foi uma tentação 
Pois, pensei ter encontrado neles a felicidade 
Mas, eles foram apenas a ilusão 
Que trouxe ao meu peito a saudade. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Levantar-me-ei



Hoje reconheço minha realidade, 
Uma dor enorme invade minha alma. 
Não consigo dormir à noite toda 
E o coração acelera repentinamente. 
A tristeza invade a alma 
Com uma solidão terrível 
Difícil de suportar. 
Hoje sei o que sinto 
Que meus passos são incertos na caminhada 
Que estou perdido em algum ponto no universo 
Sem saber para onde seguir. 
Sinto-me preso em cerca de espinhos 
E não consigo me mover para lado algum 
Sem me ferir mortalmente. 
Uma vontade profunda de sepultar-me 
No profundo do abismo 
Para notar se o sofrimento é real. 
Caminhava de cabeça erguida 
Como se soubesse para onde ia 
Sem saber que no horizonte distante 
Uma miragem me aparecia. 
Sinto um frio percorrer o meu corpo 
Descoberto pelas feridas da vida. 
Tal como Jonas no mar profundo 
Nas entranhas do grande peixe. 
Busco uma resposta para o sofrimento 
Que aflige a minha alma 
E contemplo seus olhos meigos 
Mostrando-me onde foi que errei. 
Observo as bolotas que os porcos comem 
E meus olhos se enchem de águas 
Relembrando a fartura na mesa do Pai. 
Meus horizontes sem ti se afunilam 
Transformam-se em miragens no deserto 
E me sucumbem na angústia de uma vida errante 
Sem sentido e sem direção. 
Então olho para suas mãos 
E as vejo cravejadas por mim 
Que indicam um retorno 
Na estrada onde me perdi. 
Tempos infindos se passaram 
Mas sua graça me susteve 
Não deixando que sucumbisse 
Aos desesperos da vida. 
Quero voltar ao caminho certo 
Onde tinha paz e alegria 
Quero sorrir outra vez 
E desfrutar do seu amor. 
Qual filho pródigo, inclino-me diante de ti. 
E suplico o teu perdão 
Por abandonar-te durante todo esse tempo. 
Levantar-me-ei e irei ter com meu pai 
Não permita miragem no meu caminho 
Quero ver tua imagem real 
A estender a mim o seu amor 
E caminhar na tua presença para todo sempre. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 9 de julho de 2020

No fim



No fim 
Tudo tornou-se denso 
Sua face já não tinha cor 
Em seu olhar 
Já se desfazia o crepúsculo 
Os sonhos 
Não existiam mais… 
Então, 
Findou-se o encanto 
Os versos não faziam sentido 
Pois a canção 
Não mais tinha melodia. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 7 de julho de 2020

Eu só queria falar de amor



Foi tudo pelos ares no momento 
E eu não consegui mais segurar 
Esse segredo tornou-se um tormento 
Que eu não consigo mais guardar. 

Um sentimento tão forte 
Que causava em mim uma dor 
Era temeroso como a morte 
E todos diziam que era amor 

Eu só queria falar de amor 
Mas no meu peito tinha saudade 
Aquele olhar tão lindo como a flor 
Dilacerava meu coração sem piedade. 

Tenho em mim um profundo sentimento 
Que encontrei no seu olhar 
Sua beleza não sai do pensamento 
E eu desejo apenas te amar. 

Você é a mais linda flor 
Que encontrei neste jardim 
Tens no olhar aquele amor 
Que eu sempre sonhei para mim. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 3 de julho de 2020

As três faces do amor



O verdadeiro amor é aquele que sofre. 
Se você diz que ama, no entanto, não sofre por ele, 
Então esse sentimento não é amor. 

O verdadeiro amor é aquele que perdoa. 
Somos humanos e suscetíveis ao erro. 
Se você diz que ama e não perdoa, 
Então esse sentimento não é amor. 

O verdadeiro amor é aquele que sente saudade. 
Saudade das pequenas coisas, 
De um olhar, de um sorriso, 
Enfim, de sensibilidade da pessoa amada. 
Se você diz que ama e não sente isso, 
Então esse sentimento não é amor. 

Quem ama sofre, perdoa e sente saudade. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Imaginação



 Você é à força da minha imaginação 
A musa que inspira meu coração 
A alegria do meu amanhecer 
A razão que me faz viver. 

Quero muito estar ao seu lado 
Sem ter medo de nenhum pecado 
Fazer valer a pena esse sentimento 
Que tomou conta do meu pensamento. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Sonhos ao luar



Livre como um pássaro a voar 
Às alturas que não posso alcançar 
Elevo meus sonhos até o luar 
E vejo a magia de um olhar 
Intenso que me fez apaixonar 
Canto a ti essa canção de ninar 
Inabalável sentimento a destacar 
A felicidade em te amar. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense