domingo, 21 de setembro de 2025

Sepulcro da saudade

 Carrego a saudade como um túmulo aberto, 
Um corte que nunca cicatriza, 
Sangrando lembranças de um amor 
Que se perdeu nas sombras do tempo. 
 
O vento me devolve teu nome, 
Mas é um sussurro morto, 
Um fantasma que atravessa meus ossos 
E deixa o frio entranhado na pele. 
 
Teu perfume ainda vagueia no escuro, 
Como veneno que não se dissipa, 
Um altar de cinzas e silêncio 
Que me obriga a rezar pelo que não volta. 
 
Não sofro apenas o que vivi contigo, 
Mas o que jamais viverei, 
O futuro roubado, 
A eternidade quebrada. 
 
E nesta escuridão que me habita, 
Descubro a verdade cruel: 
O amor que me resta 
É apenas ausência, 
Um punhal cravado 
Que insiste em machucar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Nenhum comentário:

Postar um comentário