quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Cinquenta e dois anos de caminhos

Cinquenta e dois sóis já nasceram em mim, 
Cada um acendendo memórias no corpo, 
E deixando em minhas mãos 
O mapa daquilo que fui. 
Sou grato pelas sombras, 
Pois nelas aprendi a ver a luz. 
 
A vida me ensinou que o tempo não leva, 
Ele transforma. 
Tudo o que amei ainda vive em mim, 
De outro modo, de outra cor, 
Como o ouro discreto das folhas no outono. 
E sigo, esperançoso, 
Para o tempo que me aguarda com flores novas. 
 
Há uma doçura em chegar até aqui: 
Ver que o ontem foi escola, 
O hoje é milagre, 
E o amanhã — promessa aberta no horizonte. 
Sou grato ao que ficou, 
E confio no que virá. 
 
Cinquenta e dois anos de caminhos, 
De silêncios e vozes, 
De perdas que me tornaram mais inteiro. 
Hoje agradeço ao que fui, 
E saúdo o que ainda posso ser. 
 
Não conto mais o tempo em dias, 
Mas em amanheceres de coragem. 
A vida não é o que passou, 
É o que ainda pulsa, 
E eu sigo, com gratidão e esperança, 
Escrevendo o resto da minha eternidade. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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