sábado, 21 de junho de 2025

O desejo que provocas em mim

 Há em ti um incêndio quieto, 
Uma chama que me toca mesmo de longe. 
Teu olhar acende em mim 
O que a razão tenta apagar, 
Mas o corpo insiste em lembrar. 
 
Te encontro em cada silêncio, 
Em cada ausência de ar. 
O desejo que provocas 
É essa dança invisível 
Entre a pele e o pensamento, 
Um eco de ti dentro de mim. 
 
Quando penso em ti, 
Meu corpo inventa caminhos 
Que a realidade não ousa traçar. 
Cada palavra tua é um convite, 
Cada gesto, uma promessa sussurrada. 
 
O desejo que provocas é um veneno doce, 
Uma febre que chega sem aviso, 
Queima na pele, invade o peito 
E me transforma em espera. 
 
Não sei se te desejo pela tua presença 
Ou pela ausência que deixas quando partes. 
O fato é que, entre o querer e o tocar, 
Há um abismo chamado saudade 
E nele, eu me lanço… todas as noites. 
 
Teus gestos são mapas 
E eu sou viagem. 
Tua voz é orvalho 
E eu sou a relva molhada. 
Teus olhos… 
Ah, teus olhos… 
São destino e perdição ao mesmo tempo. 
 
 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Nenhum comentário:

Postar um comentário