Há um tipo de silêncio
Que não se encontra no fim dos sons,
Mas no meio do tumulto
Um refúgio invisível onde a alma sussurra
O que nem o mundo ousa escutar.
Enquanto os minutos se desdobram em pressa,
Busco o instante imóvel entre dois suspiros
Um abrigo onde o tempo hesita
E a inquietude se curva diante do vazio.
No caos das vozes e passos apressados,
Há um silêncio escondido,
Como um animal tímido entre folhas secas,
À espera de quem o saiba encontrar.
A inquietude é uma prece sem resposta.
Mas quem aprende a escutá-la
Descobre que o silêncio não é ausência,
É presença profunda demais para palavras.
Busco o silêncio como quem busca o céu
Num quarto sem janelas.
Ele está dentro, não fora.
Não se conquista — se aceita.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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