E em cada cor que se despede do céu
Há um gesto teu que ainda me acena.
O sol, ao cair, não some,
Ele apenas faz o que você fez:
Vai embora, mas continua aceso em mim.
Toda tarde tem tua cor.
Não importa onde eu esteja,
O horizonte sempre encontra um jeito de te desenhar.
Olho o céu como quem procura respostas
E encontro você,
Não nas nuvens, mas no silêncio entre elas.
Lembrar de você no entardecer
É como ouvir uma música sem som:
A beleza está em tudo o que não se diz.
Cada fim de tarde é um eco teu.
A luz que some lentamente
É só mais uma forma do tempo me dizer
Que sentir tua falta virou rotina.
Te lembrar no entardecer
É como ver o céu chorar devagar,
Tingindo o mundo de saudade bonita.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense