Suavemente,
Como brisa que arde,
Tua carícia me percorre
Com a lentidão de quem conhece o abismo.
Nas tuas mãos, malícia
Domínio e desejo,
Um jogo antigo
Onde me perco por vontade.
Prostrado,
Sem defesas,
Me ofereço à febre do teu corpo,
À dança muda que só a pele entende.
Na tua cama, sem sono,
O tempo se dobra,
E cada gemido
É uma promessa dita com os olhos fechados.
Me devoras
Como quem reza em segredo:
Profano e sagrado,
No mesmo beijo.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
Nenhum comentário:
Postar um comentário