terça-feira, 3 de junho de 2025

Suavemente

Suavemente, 
Como brisa que arde, 
Tua carícia me percorre 
Com a lentidão de quem conhece o abismo. 
 
Nas tuas mãos, malícia 
Domínio e desejo, 
Um jogo antigo 
Onde me perco por vontade. 
 
Prostrado, 
Sem defesas, 
Me ofereço à febre do teu corpo, 
À dança muda que só a pele entende. 
 
Na tua cama, sem sono, 
O tempo se dobra, 
E cada gemido 
É uma promessa dita com os olhos fechados. 
 
Me devoras 
Como quem reza em segredo: 
Profano e sagrado, 
No mesmo beijo. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Nenhum comentário:

Postar um comentário