sexta-feira, 9 de maio de 2025

O rosto nu do coração

No redemoinho da dor, 
Quando tudo desaba em silêncio, 
É ali que o coração se firma, 
Não por ausência de medo, 
Mas por saber que resistir 
Também é amar a si. 
 
Entre os escombros da calma perdida, 
Uma centelha pulsa: 
Não é desespero, 
É a força antiga 
Do que se recusa a morrer. 
 
O caos não destrói, 
Ele revela. 
Tira as máscaras do mundo 
E mostra o rosto nu do coração 
Aprendendo a bater mais forte. 
 
Às vezes, o coração só aprende a ser vasto 
Quando a vida o quebra em mil pedaços. 
Cada caco é um novo ritmo, 
Cada dor, uma batida. 
 
No caos, o coração não se esconde, 
Ele cresce. 
Como raiz que rasga pedra 
Em busca de água 
Que nunca deixou de existir. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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