segunda-feira, 12 de maio de 2025

Não se programa o espírito humano

O espírito humano é como o vento entre as árvores: 
Não se deixa capturar por circuitos, 
Nem se traduz em algoritmos. 
Ele canta, ele se parte, ele sonha. 
E sonhar é coisa que máquina nenhuma sustenta. 
 
Pode-se codificar padrões, 
Mas não o lampejo do olhar diante do inesperado. 
Pode-se mapear emoções, 
Mas nunca o abismo que existe 
Entre o medo e a coragem. 
O espírito humano não se escreve, 
Ele se sente, ele se vive. 
 
Nenhum programa compõe o suspiro de uma perda, 
Nem compreende o silêncio 
Entre duas mãos que se tocam. 
O espírito humano dança 
Em um palco onde a lógica é apenas coadjuvante. 
 
É possível prever movimentos, 
Mas não o gesto súbito de ternura. 
É possível simular presença, 
Mas não a ausência que dilacera. 
O espírito humano é um mistério que desafia 
Até mesmo os deuses do silício. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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