segunda-feira, 5 de maio de 2025

Dor sem palavras

Mesmo no silêncio, 
A dor tem voz. 
Ecoa nas pausas, 
Grita nos gestos, 
Sangra nos olhos 
De quem não diz. 
 
A boca se cala, 
Mas o corpo delata. 
Há dores que falam 
Com mais fúria 
Que qualquer grito. 
 
Mesmo sem palavras, 
A dor se escreve no ar, 
Em olhares partidos, 
Em respirações pesadas, 
Em presenças ausentes. 
 
Há uma linguagem 
Que não precisa som. 
A dor aprendeu a usá-la 
Melhor do que ninguém. 
 
Silêncio não é ausência, 
Às vezes é palco, 
Onde a dor dança sozinha, 
Sem plateia, 
Mas sob holofotes invisíveis. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Nenhum comentário:

Postar um comentário