Mesmo no silêncio,
A dor tem voz.
Ecoa nas pausas,
Grita nos gestos,
Sangra nos olhos
De quem não diz.
A boca se cala,
Mas o corpo delata.
Há dores que falam
Com mais fúria
Que qualquer grito.
Mesmo sem palavras,
A dor se escreve no ar,
Em olhares partidos,
Em respirações pesadas,
Em presenças ausentes.
Há uma linguagem
Que não precisa som.
A dor aprendeu a usá-la
Melhor do que ninguém.
Silêncio não é ausência,
Às vezes é palco,
Onde a dor dança sozinha,
Sem plateia,
Mas sob holofotes invisíveis.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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