segunda-feira, 26 de maio de 2025

Tão profundo como os mistérios do mar

Há um nome que não ouso dizer, 
Um fogo que arde sob o silêncio, 
Como brasas ocultas sob as ondas 
De um mar que nunca dorme. 
 
É amor — mas não desses que se contam. 
É amor do tipo que se esconde 
Nas cavernas salgadas do peito, 
Onde a luz não toca, 
Mas tudo pulsa. 
 
Carrego-o como um náufrago 
Abraça a última madeira: 
Não por esperança, 
Mas por instinto. 
 
Ele é profundo. 
Mais profundo que os olhos podem ver, 
Mais denso que as correntes que arrastam navios 
E segredos. 
 
Não posso revelá-lo. 
Não por covardia, 
Mas porque as palavras seriam rasas demais 
Para um sentimento que tem o peso do oceano. 
 
E ainda assim, ele me habita, 
Como o sal habita o mar, 
Silencioso, necessário, 
Irremediável. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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