Há um nome que não ouso dizer,
Um fogo que arde sob o silêncio,
Como brasas ocultas sob as ondas
De um mar que nunca dorme.
É amor — mas não desses que se contam.
É amor do tipo que se esconde
Nas cavernas salgadas do peito,
Onde a luz não toca,
Mas tudo pulsa.
Carrego-o como um náufrago
Abraça a última madeira:
Não por esperança,
Mas por instinto.
Ele é profundo.
Mais profundo que os olhos podem ver,
Mais denso que as correntes que arrastam navios
E segredos.
Não posso revelá-lo.
Não por covardia,
Mas porque as palavras seriam rasas demais
Para um sentimento que tem o peso do oceano.
E ainda assim, ele me habita,
Como o sal habita o mar,
Silencioso, necessário,
Irremediável.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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