quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A Lágrima no Coração


Há uma lágrima no fundo do coração
Que ainda não saiu nos olhos
Uma incerteza que machuca a alma
Tão combalida de sofrimento.
Sonhos desfeitos no crepúsculo
Do dia sombrio da eternidade
Onde meus olhos contemplavam os seus
Na penumbra da ilusão.

Mas o choro não vem
Por mais que tente me libertar das lágrimas
Sigo remoendo a consternação
De uma ausência tão dolente.
Quero gritar ao mundo inteiro
Revelar minha angústia sentida
Mas os grilhões prendem o grito
Que não consegue dar o sinal.

Minhas mãos tremem ao menor movimento
Querendo tocar sua pele
Meigamente sentida um dia
Na magia do encontro de amor.

Sou a abelha errantemente perdida
Em busca daquela flor perfeita
Que me revelou um dia
O néctar de um sabor tão singular.
Viro-me no leito fundo de uma cama vazia
Tentando conciliar meu sono
Quem sabe dormindo consigo sobreviver
A essa tristeza tão profunda.

Nos sonhos contemplo seus olhos meigos
Serenos e sedutoramente sensuais
Que se distancia de mim
Sem mesmo dar uma nova esperança.

Não quero acordar desse sonho
Por mais irreal que ele seja
Pois, nele ainda consigo te ver
Diferente do que a realidade me mostra.
O coração sufoca a dor
Meus olhos uma lágrima deixa esvair-se
Demonstrando a dor sentida há tempos
Que não se conteve na longa tortura

Poema: Odair

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