quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Sonhos furiosos

Espinhos espalhados pelo chão 
Espelhos quebrados 
E um sonhador acostumado aos sonhos 
Que o transportava além de sua imaginação. 
Onde está a beleza da flor 
Que fala ao coração em dor 
E expande além do pensamento 
Toda e qualquer forma de sonhar. 
Sonhos furiosos de uma alma 
Se a razão e o amor tem suas asas 
Voam para o horizonte 
Se são livres para isso. 
Não há forma de se ver livre 
Quando fecha os olhos os sonhos aparecem 
No azul do infinito eles estão 
Olhando para as alturas pode se viver. 
Mentem os que disseram 
Que um dia perdi os seus olhos meigos 
Se através dos sonhos eles continuam 
Sendo a razão única do amor. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Sob o encanto desse sublime olhar

Nada poderia ser melhor para mim 
Do que ver a beleza do seu olhar; 
Além da imaginação foi a viagem 
Que me conduziu ao desejo de amar. 

 Olhar tão lindo como a primavera 
A revelar o mais singelo coração; 
E a beleza irradiante do sorriso 
Fez no sentimento nascer a paixão. 

 Sob o encanto desse sublime olhar 
E a meiguice do sorriso encantador 
Nasceu o amor que venho declamar; 

 Nada mais posso fazer contra o amor 
Que cresce nos pensamentos a sonhar 
No jardim que contém a mais linda flor. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

As marcas da vida

O que podemos dizer quando não há palavras 
E o coração chora suas mágoas? 
O que podemos deixar? 
As marcas da vida nas vidas das pessoas. 
Se somos o espelho 
O mundo pode ver as suas imperfeições 
Quando olho para a imensidão do infinito 
Que se perde no fechar dos olhos. 
Permaneço estático 
Quando há um vento nas folhas do tempo 
Não sabemos o futuro 
Mas teremos a vantagem se nos prepararmos 
E menos surpresas 
Que possam tornar o nosso dia ruim. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Podemos não nos encontrar no tempo

Se alguma vez não sentiu na alma 
A liberdade de voar com seus pensamentos 
O mais alto que a imaginação pudesse te conduzir 
Não faz parte do mundo onde vivo 
A maior parte da minha vida. 

 Nascemos em um reino florescente 
O reino onde há liberdade para sonhar 
Qualquer ideia pode expandir além do horizonte 
Onde não acreditamos em limites 
Que possam impedir a imaginação. 

 Pode ser que tenha confiado em tuas mãos 
As chaves das portas fatais 
Que só poderiam se abrir para mim 
E como o coração repousavas no silêncio 
Teus cuidados infatigáveis 
O fizeram vacilar perigosamente. 

 Podemos não nos encontrar no tempo 
Porque não notei que vigias no silêncio da noite 
E não descansas nem mesmo no tumulto do dia 
Como se não pudesse haver refúgio para mim 
Porque tu és o flagelo que desmorona a felicidade. 

 Eu te confiei o que tinha de mais caro 
O bem mais precioso que cercava-me a razão 
O tempo que poderia aproveitar para conhecer o mundo 
Deixei que escapasse de minhas mãos 
Porque esse último beijo não vai durar para sempre. 

 Quantos encantos brilharam em teus olhos 
Como promessas de uma revigorante chuva na primavera 
E tudo não passava de um tempo perdido 
Longas noites de sonhos e tormentas 
Tomaram o lugar do silencioso coração. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

A palavra é uma asa do silêncio

Se eu dissesse que te amo e não te amasse 
O fogo do amor continuaria ardendo em mim 
Qual crepitar das chamas 
E as fagulhas a desaparecer no infinito 
Quando deixasse de falar em amor assim. 

 Tudo é tão metafórico aqui dentro 
Se não há como entender o coração 
O que se pode fazer com a dor 
E quais palavras seriam necessárias 
Para que entendesse a solidão? 

 A palavra é uma asa do silêncio 
Assim como o mistério que há no olhar 
Pode ser que tenhas duas vidas 
E que não estejas tão longe assim 
Mas não posso esquecer que vivo a sonhar. 

 Não se vá nem mesmo por uma hora sequer 
Porque tomaria o seu lugar a saudade 
O sentimento que toma conta do coração 
Não pode ser descrito nos versos 
Porque não há como descrever a felicidade. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Gafanhotos

Abra seus olhos para a realidade do mundo 
Era o que me diziam seus olhos silenciosos 
Mesmo sem sair uma palavra de seus lábios 
Podia se saber os segredos do coração 
E não existia mais saída 
O fim era real como as estrelas no céu. 

Nas lavouras notava-se a devastação 
Gafanhotos que assolavam as plantações 
Levando tudo que via pela frente 
Não se pode fugir de realidade assim 
Mesmo quando se espera algo maior para a vida. 

Segredos inconscientes não podem existir 
Na vida dos que sonham algo maior 
Do que a simples existência humana 
Esquecendo que são frágeis as porcelanas 
Que podem ser despedaçado o coração 
Quando menos se espera. 

Agora tudo faz sentido 
Já que os gafanhotos não deixaram quase nada 
A fome é uma realidade cruel 
Se até as nuvens no céu já não aparecem 
O cenário é desolador. 

Agora acredita nas previsões 
E lamenta não ter dado ouvidos aos conselhos 
Quando poderia ter armazenado os grãos 
E evitado a devastação feita pelos gafanhotos. 

Há apenas a lembrança dos dias bons 
Do verde da grama e frutas no pomar 
E o som mais angustiante de todos 
É o ronco da barriga desejando o alimento 
Que não existe mais nos celeiros vazios. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 23 de janeiro de 2022

Segredos ocultos profundamente

Pode ser que alguém até diga que não os tem 
Mas, todos temos deles, 
Às vezes, estão escondidos até de nós mesmos 
E sem o conhecimento 
A vida não vale nada. 
Será que não estamos exilados 
Fora do nosso mundo real? 
E quem pode questionar 
A insensatez da juventude? 
Isso merece mesmo uma reflexão 
Porque nem sempre podemos ser o bom samaritano 
Principalmente quando tocam 
Em algum nervo exposto 
Jamais a alma que perdoa pode ser esquecida. 
Que o passado seja desenterrado 
Que o coração seja aberto 
Que a alma revele segredos ocultos profundamente 
Partilhe comigo a sua essência íntima. 
Será que não nos tornamos criaturas inertes 
Perdemos o espírito 
E vivemos uma vida sem propósito? 
O futuro pode não guardar mistérios e esperanças 
E o passado pode não ter existido 
Somente a emoção do presente 
Importa para a maioria das pessoas. 
As coisas não podem continuar como estão 
Somos todos prisioneiros numa cela de seda 
Se tão somente nos esquecermos 
Do que pode nos esperar além do horizonte. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 22 de janeiro de 2022

Sensibilidade

Um olhar tão terno, meigo até 
De onde se pode ver o infinito 
O amor tão singelo quanto uma flor 
Na primavera a sonhar. 

O sorriso encantador 
A alma tão sensível quanto a lua 
Que se esconde atrás das nuvens 
Para não ofuscar o brilho do seu olhar. 

Porque amas tanto assim 
E destaca sua sensibilidade 
Na forma singela de falar 
O que o coração quer ouvir. 

Sua voz tão meiga, sensível até 
Acalma o sentimento 
Renova a esperança no coração 
De quem tanto desejou esse encontro sentir. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Alma selvagem

Meus membros, minhas veias dilatam 
Rasgo o coração como se pudesse viver sem ele 
Minha audição e minha língua vieram até mim 
Meus olhos estão turvos 
Não vos importeis com os meus gritos 
Não vos importeis com o que chora e ora e implora 
Palavras! Apenas palavras 
Uma alma selvagem 
Não se ouve a voz do vento nem do tambor 
No chão onde pai e filho se encontram 
As palavras verdadeiras não falham 
Também o dia e a noite não falham 
Mas eu sei que aqueles olhos não verei jamais 
A bela irmã que conhecemos dança com as demais 
Os verdadeiros poetas 
Não são guiados apenas pela beleza 
Alegria, pele morena, 
Um instinto divino no pensamento 
As palavras dos poemas no sentimento 
Não procuram a beleza 
Elas são procuradas 
Extravasadas pela alma selvagem 
Que veem as crianças indefesas 
Homens e mulheres por toda parte tentando se esconderem 
Nós também, por quanto tempo fomos enganados? 
Tudo se foi no Jardim do Éden 
E não resta nada que possa superar essa dor 
O amor, a vida de seus corpos 
O sentido de ser 
Dificilmente saberá quem sou e o que significo. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

E o culpado sou eu

Quase não há ninguém que acredite 
Quando eu afirmo que outro estás a amar; 
Dizem que estou errado no meu palpite 
Porque não veem isso no seu olhar. 

 Deveras que fico com isso satisfeito 
E da dor insana em silêncio padeço; 
Só eu mesmo conheço o sofrer no meu peito 
Mas sei que de tudo isso mereço. 

 Perder-te assim foi um grande castigo 
Do qual eu não posso me acostumar 
Fico longe, mas no fundo eu a persigo; 

 Eu deixei ir a beleza do amor em seu olhar 
E o culpado sou eu, creia quando o digo, 
Porque o único consolo agora é lamentar. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Sombras que sofrem

As flores aqui já estão florindo 
É o que você tem a dizer 
Os olhos ainda são misteriosos 
Tão lindos de se ver. 

 Penso, então, o que esses olhos veem 
Os pensamentos do coração 
Tudo é tão novo no amanhecer 
Quando se desfaz a solidão. 

 Eu fico a pensar nas coisas loucas 
Sombras que sofrem no jardim 
Saudades tão profundas na alma 
Por estar longe de mim. 

 O amor é essencial para a alma 
Porque desafia o sentimento 
Realiza os sonhos do sonhador 
E da esperança ao pensamento. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

O pensador

Nas suas manhãs reflexivas 
Gostava de expor suas perguntas 
O turbilhão de pensamentos 
A percorrer sua mente o dia todo 
O que acontece no mundo a sua volta 
E porque as pessoas agem da forma que agem? 
Como saber o dia da sua partida 
Se não lembra o dia da sua chegada? 
O que acontece a nossa volta 
É uma guerra ou uma loucura? 
Se não pode sair de casa 
E não pode ficar em casa seria isso 
A melhor forma de liberdade? 
Sou eu um paladino da justiça 
Ou a força bruta que corrompe a verdade? 
Sou eu que procuro o segredo da vida 
Nos versos da poesia 
Ou apenas o protetor da ilusão 
Que escancara a pífia existência humana? 
O moribundo sabe que é miserável 
Ou o aristocrata sabe que é mais miserável ainda? 
Nas catacumbas da ignorância 
Desfila os arrogantes inconscientes 
Ou sabem eles que são mesmos imbecis? 
Será que vivemos em um mundo livre 
Ou estamos todos nós 
Vivendo em uma prisão absoluta? 
Se seus olhos não podem ser abertos 
Porque, então, tenta abri-los? 
E assim segue as perguntas todas as manhãs 
Como se o dia fosse dar alguma resposta 
O pensador ouve uma canção 
E sabe que é apenas mais um arauto 
De espírito eloquente 
Tentando resolver os enigmas do universo 
Quando não sabe nem porque a chuva cai. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Se o medo é real em mim

Caminhar sem medo pelos vales 
Depois de derrotar o gigante 
Que atormentava meus irmãos 
É a vitória de quem não tem nada a temer 
Quando se pode confiar. 

Os desafios que a vida nos oferece 
As pedras pelo caminho 
Tornam-se apropriadas 
Para vencer o maior dos medos 
A de não viver uma vida que faça sentido. 

A brevidade da vida me apavora 
Porque o tempo não deixa de andar 
E os dias da minha existência 
Tornam-se cada vez menores 
Como se tudo fosse chegar ao fim. 

Qual é o seu maior medo 
Quando olha para o horizonte 
E não vê mais o por do sol 
Que pode descansar os seus olhos 
E renovar as suas esperanças? 

Se o medo é real em mim 
Como posso superar as incertezas 
E caminhar na estrada do bem 
Para superar os meus próprios medos? 

Corto a cabeça do gigante 
E a levanto sobre os meus ombros 
Para que vejam a minha vitória 
Como um alerta para a eternidade 
Que a coragem faz quem acredita nela. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Não seja cega

Saia todas as manhãs 
Depois de dar-lhe um beijo carinhoso na face 
O compromisso de trabalhar e sustentar a casa 
A missão árdua de resolver os conflitos 
E amar de forma incondicional 
Perfeitamente um sonho de amor eterno nos pensamentos 
O desejo intenso de ser feliz para sempre 
Até que não há mais como esconder a decepção. 
 
Agora não existe o beijo na face 
Apenas o silêncio de uma cadeira vazia no meio da sala 
Um caderno com folhas amarelas de poeira 
Teias de aranha a enfeitá-lo na mesinha de centro 
O tempo de espera é longo quando não há mais nada 
E tudo não passa de ilusão perdida. 
 
Não seja cega 
Não espere um amor que não existe mais 
Feche os seus olhos e esqueça quem um dia te disse 
Que o amor era para sempre 
A vida é mais do que uma ilusão perdida 
E o tempo pode curar todas as feridas 
Até mesmo as mais profundas. 
 
Quando se ama de verdade 
Tudo pode ser entendido através do olhar 
Se o coração não pode esconder 
O sentimento que nasce no mais profundo do ser 
A única razão de existir 
É o amor que tudo pode restaurar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 16 de janeiro de 2022

Aprendi que Deus gosta dos aflitos

A dor de um ente querido que se foi 
A saudade dos momentos que viveram 
Como suportar a ausência do que se foi? 
Nessas horas de sofrimento 
Deus está presente para consolar. 

A solidão de um coração vazio 
No mais escuro de uma caverna 
Tentando esconder a dor mais profunda 
Os olhos do Senhor 
Contempla o moribundo 
E dá o alívio que a alma tanto almeja. 

Nas ruas solitárias abandonados 
Jogados pela sarjetas da vida 
Sozinhos no mundo 
Deus contempla cada uma dessas pessoas 
E seu olhar de misericórdia 
 Dá uma esperança de viver. 

Ninguém está sozinho neste mundo 
Porque Deus cuida de cada um de nós 
Mesmo que não entendemos o sofrimento 
Aprendi que Deus gosta dos aflitos. 

De alguma forma 
Todas as pessoas do mundo 
Carrega em si uma forma de sofrimento 
Que só Deus consegue ver no coração humano. 

Existe apenas um segredo 
Devemos entregar-lhe as nossas angústias 
Nossas dores e confiar-lhe a cura. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 15 de janeiro de 2022

Sob o olhar da coruja

A noite é de um rigoroso inverno 
Tão fria como o profundo inferno 
A neve fresca é cintilante 
Um contraste com as misteriosas sombras 
De árvores que parecem imóveis 
Como se fossem vigias do além. 
Um caçador adentra a floresta 
Tem esperança de encontrar alimentos 
Sem saber que corre grande perigo 
Ao longe se pode ouvir um fundo musical 
Que alguém tristemente toca 
Em algum órgão de uma igrejinha 
Seria o prenúncio de uma melodia final? 
Um prelúdio de morte? 
Um filhote de raposa persegue uma lebre 
Crava seus dentes afiados 
O viscoso sangue da vítima 
Escorre pela branca neve 
Enquanto os olhos saltam para fora 
E neles se pode ver o reflexo da lua. 
Uma coruja observa silenciosamente 
O caçador desaparece na floresta 
E a coruja rouba a carroça do animal. 
Na noite fria de inverno 
O prelúdio silencioso da morte 
Sob o olhar da coruja. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Se eu não puder te esquecer

Se eu não puder te esquecer 
Deixarei que fale o meu coração; 
Quando em mim fez nascer 
A mais pura e singela paixão. 

 O brilho suave de seu olhar 
Fez morada no meu pensamento; 
Nasceu em mim a razão de amar 
E o mais verdadeiro sentimento. 

 Se eu não puder te esquecer 
Saiba que é porque me trouxe felicidade 
Que meu sorriso fez renascer; 

 Quando eu sofria tanto de saudade 
Você foi o amor que vi crescer 
E por isso a amo de verdade. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

A longa viagem de Stone Halls

Sentia as dores intensas nas pernas 
O suor que escorria da testa e ardia os olhos 
O cansaço que tomava conta de todo seu corpo 
E o sol escaldante que ofuscava sua visão 
E queimava-lhe até a alma 
Curvou-se sobre seus joelhos 
Precisava tomar um fôlego e continuar a jornada 
Sem saber exatamente onde seus passos o levaria 
O vento até que batia nas folhas das árvores 
Podia vê-las se mexendo 
Mas não amenizava o calor que sentia 
Não tinha tempo também para observar as borboletas 
Apesar de achá-las interessantes 
Apenas a caminhada a sua frente importava 
O destino nem sempre é o que se pode esperar 
E a caminhada deve acontecer 
O tempo não para 
A vida não deixa margem para erros 
E cada um deve carregar a sua cota de sofrimento 
Dar os passos que forem necessários 
Sem ficar o tempo todo reclamando da vida 
Olha a sua volta outra vez 
O ar entra em seus pulmões e sente um novo alento 
Deve continuar a caminhar 
Nunca se chega ao fim se não tiver um começo 
O tempo não espera por ninguém 
E cada um deve trilhar a sua própria jornada 
Porque assim é a vida do ser humano 
Vê no horizonte o caminho a seguir 
Então recomeça a sua longa viagem rumo ao desconhecido 
Porque tudo que viveu até aqui é experiência 
Mas o que vem pela frente é uma incógnita. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Dias de um futuro esquecido

Ainda que não tivesse a visão do sol 
No vale sombrio da morte 
Meus passos caminhavam temerosamente 
Os pensamentos vagueavam como raios em noites de tempestades 
As minhas memórias não falharam 
E tudo parecia ser novo na caminhada. 

Os dias passavam lentamente 
Como se não quisessem mais existir 
E nem mesmo podia se ver o sorriso no olhar de quem tanto amou 
Porque as lembranças sempre permaneciam. 

Dias de um futuro esquecido 
Que se perdeu nos pensamentos de outrora 
Como os pássaros que voavam e regurgitavam incessantemente 
Os passos tropeçavam nas pedras do caminho 
Margeados pelos espinhos entre as flores 
Onde as borboletas voavam no seu colorido tradicional 
O coração quase parava com as lembranças. 

O mais bonito na vida 
É quando se vive o sonho real do coração 
Quando se ama com a intensidade 
Que causa a verdadeira felicidade 
Sempre desejada pelas almas apaixonadas e seladas pelo amor 
E tudo isso pode ser bem real. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Quando tudo parecia real

Chuvas torrenciais para lavar a alma 
Nuvens levadas pelo vento 
Pensamentos escondidos 
Onde o limite não existe 
E olhares se cruzam para invadir 
O que nunca mais será o mesmo. 
 
A boca entreaberta 
Os lábios a sorrir 
Como se tudo fosse uma grande festa 
Esbanja a felicidade 
Porque ela está aqui. 
 
O que provoca a dor não é a ausência 
É a lembrança do que se viveu 
Quando tudo parecia real 
E não passava de recordações 
Do tempo que ainda vai viver. 
 
Seu coração não está aberto 
O sorriso não encanta 
Assim como as nuvens deslizam no firmamento 
No pensamento 
Sua presença nunca deixou de existir. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

O pensamento humano

Uma voz que sussurra na madrugada fria 
Apenas uma sombra em meio a escuridão 
E o medo percorre a espinha 
O desejo translouco de uma alma que viaja no tempo 
Na esperança de encontrar alento para sua procura 
E tudo não passa de pesadelos 
De incertezas que bailam em sua mente. 
 
O pensamento humano pode te levar longe 
Onde não há limite entre o real e a imaginação 
Tal como o lobo solitário nas montanhas 
Olhando além do horizonte distante 
Na esperança de avistar a próxima vítima indefesa 
Sem saber que está na mira do caçador. 
 
Tudo pode parecer não fazer sentido algum 
São como letras misturadas em um tabuleiro 
Ou peças de um grande quebra-cabeças sobre a mesa 
Os pensamentos soltos na mente do ser humano 
Uma fonte inesgotável de maluquices 
Tão sórdidos às vezes que nem podem ser imaginados 
E não há inocentes no mundo. 
 
O que podemos fazer contra os pensamentos 
Quando eles chegam sorrateiros e fazem morada 
Na sentimento controlados pelo coração?
Porque só existe um que pode vê-los no seu esconderijo 
O Criador do próprio ser humano. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Tormentas

O lugar onde tentas esconder 
Pode ser visto por qualquer um 
Que olhe atentamente 
Nem mesmo a chuva pode lavar a alma 
E o sol não pode brilhar 
Quando as tormentas da vida 
São mais profundas que os pensamentos 
Tudo foge repentinamente 
Nem um sorriso falso 
O batom nos lábios vermelhos 
Carregam os anseios do coração 
Por trás do sorriso forçado 
E lágrimas são contidas nos soluços 
Onde cada um carrega sua cruz 
E esfolam suas costas em penitência 
Como se o mundo fosse acabar amanhã mesmo 
Há até mesmo sombras pelo caminho 
Apesar do dia nublado 
Na imaginação de quem apenas acreditava 
Em palavras que foram ditas 
No silêncio da eternidade 
Mas agora nada mais importa 
Se não pode mesmo esquecer 
O que o faz sorrir nos momentos de solidão. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 9 de janeiro de 2022

Um dia termina

No olhar um silêncio profundo 
Que mais parecia querer esconder 
A ilusão que sentia do mundo 
Que sempre quer nos fazer sofrer. 

Tudo pode até ser passageiro 
Porque no fundo tudo tem um fim 
Só desejava que o amor fosse verdadeiro 
Porque sempre acreditou ser assim. 

 Contudo isso nunca foi tão real 
E com o tempo deixou de existir 
A lembrança de outrora é banal 
E nem consegue mais fazer sorrir. 

 Quando tudo que sonhou um dia termina 
O sentimento tão profundo se vai 
A solidão toma conta do olhar e domina 
O desejo tão imenso que se esvai. 

 E assim acontece com alguém 
Que não sabe onde deixar o coração 
Quando se entrega demais, ninguém, 
Pode resistir a desilusão. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 8 de janeiro de 2022

Pavor

O descaso do mundo 
No pensamento de um novo amanhecer 
Chove lá fora 
E bem que a chuva poderia levar as angústias 
Que atormentam a vida humana 
Mas, não vai 
O que causa mais pavor 
É a incerteza de dias chuvosos 
Porque você não sabe o destino 
Você não pode conhecer as ameaças 
E isso é assustador 
Não se faça de inocente 
Porque você também é responsável 
Sabes bem que és um destruidor 
Um egoísta vivendo no meio de outros egoístas 
Pensando apenas no seu próprio bem 
Não dando a mínima para ninguém 
O sacerdote que passa de largo 
O saltador que tenta roubar 
A dignidade humana 
O descaso do mundo 
É tudo aquilo que penso agora 
Quando a chuva parece ter ido embora 
E sabemos que ela voltará 
Assim como a destruição continuará 
Até que não tenha mais solução. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense