sábado, 30 de julho de 2022

A morte é só pedra do esquecimento

O pensamento perpassa a alma em frangalhos 
No peito arde a dor terrível da saudade; 
O sentimento mais profundo do coração 
Apagado desde que perdeu sua liberdade. 
 
A morte é só pedra do esquecimento 
E com o tempo se foi a lembrança; 
Se tudo foi desfeito na eternidade 
Não terei nunca mais a esperança. 
 
Eu não tenho nunca mais o destino 
Nem a esperança de ver esse olhar 
Que se transformou em desatino; 
 
A morte da esperança só veio apagar 
O que seria o sentimento genuíno 
Que no coração fiquei sempre a desejar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 29 de julho de 2022

Te amei sem que eu o soubesse

Busquei-te nas minhas memórias
Nas lembranças mais profundas 
Queria apenas um sinal 
Uma revelação da verdade 
Do sentimento existente em mim. 
 
A verdade revelava algo memorável 
Te amei sem que eu o soubesse 
Nos seus olhos foi onde ancorei 
No seu sorriso deixei-me descansar 
E agora tudo faz sentido. 
 
O sentimento que está em mim 
Sempre foi fogo e luz no tempo 
Enquanto caminhava comigo 
Eu te toquei e se deteve em meu ser
E sem ti, a luz de outrora se foi. 
 
O que vejo agora me assusta 
E não passa de uma miragem 
Um sonho do qual acabo de despertar
Uma lembrança só da imaginação 
Porque você ainda não existe. 
 
Busco um lugar para descansar 
Os meus pés procuram sossego 
O coração já está em paz 
Conformado com a descoberta 
Que a sua imaginação fez em nós. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 28 de julho de 2022

Tento voar

Sem pensar em nada 
Eu estou a pensar 
Mesmo o que desejo esquecer 
Quando lembro-me de você 
Eu só estou a pensar. 
 
A saudade é a companhia 
De quem não deixa de pensar 
Nos olhos meigos 
No sorriso encantador 
De quem exala o mais puro amor. 
 
Tudo é tão vazio 
Quando não se tem a sua presença 
E a solidão que dominar 
Por isso clama bem alto o coração 
Que não esquece essa paixão. 
 
O pensamento toma conta 
E o dilema existe na alma 
Se é o amor que te revelo 
Ou o amor que sentes por mim 
Que provocou o nosso fim? 
 
Tento voar os espaços infinitos 
Na busca de respostas 
Que acalme o meu coração 
Mas minhas asas estão cansadas 
E as esperanças desoladas. 
 
Guardo no peito o sentimento 
E as lindas lembranças 
Do sorriso tão meigo 
Da beleza do olhar 
Que me fez por ti me apaixonar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Escravos Institucionalizados

As vidas dos órfãos são desprezadas 
As crianças abandonadas pelo Estado; 
Nas ruas estão os sem tetos 
Cujo sonhos não são realizados; 
O tormento da vida em sonhos alheios 
Do tempo que são esmagados; 
Pessoas podem até rir da situação 
Mas não vemos nada disso engraçado. 
 
A vida solitária da viúva 
Segue a dança do velório do Estado; 
O lixo é jogado nas ruas 
Nas sarjetas estão os drogados; 
Nada se faz na urgência desenfreada 
Para ajudar os pobres abandonados; 
Tudo que pensam é no lucro 
Mesmo que para tê-lo faça errado. 
 
O vírus da corrupção se espalha 
Pelos corredores do poder do Estado; 
Cada um busca o seu próprio interesse 
Com os pobres ninguém está preocupado; 
O que importa mesmo é ganhar dinheiro 
Nem que seja nas costas dos desempregados; 
Porque na sociedade capitalista 
Tudo segue sendo sem escrúpulos manipulado. 
 
Até quando haverá esse lamento 
Onde o que se vê é o povo sendo explorado; 
O povo pela mídia sendo ludibriado 
Tendo que engolir inverdades porque é obrigado; 
Enquanto nos gabinetes colarinhos brancos 
Seguem tendo seus gados sendo engordados; 
E as pessoas que deveriam ter uma vida justa 
Estão sendo escravos institucionalizados. 
 
Nada disso que vivemos na sociedade 
É algo que soa engraçado; 
Estamos fadados aos caprichos de gente 
Que não liga a mínima para o Estado; 
Só pensam em seus próprios interesses 
E nem mesmo olham para o outro lado; 
Porque a forma da conduta pública 
É a atitude do pensamento programado. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 25 de julho de 2022

E se eu não conseguir ler

Quando o amor deixou o céu 
Cortou as estrelas 
E despontou no amanhecer 
A minha alma sentiu 
Os meus pensamentos voaram 
Tomaram um novo rumo 
E ao infinito se foi. 
 
E se eu não conseguir ler 
A melodia da última canção 
Os versos da poesia 
Que podia tocar a sua alma? 
Como poderia viver 
Sem ouvir essa linda melodia? 
 
Eu não tive forças para lutar 
Contra o desejo tão intenso 
E vi na sua alma o sorriso 
Um encanto singelo no olhar 
Que tudo poderia ser esquecido 
Menos a paixão que inflamava o coração. 
 
Tu és encanto perfumado 
A letra única de uma canção 
Que desejo ler a vida toda 
Ao som dos pássaros te ver bailar 
Nos sonhos mais lindo da minha alma 
Que só sabe pensar em você. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Dia Nacional do Escritor

 "O historiador e o poeta não se distinguem um do outro pelo fato de o primeiro escrever em prosa e o segundo em verso. Diferem entre si, porque um escreveu o que aconteceu e o outro o que poderia ter acontecido."
 
Aristóteles

sábado, 23 de julho de 2022

Quando aprendi a te amar

Se há uma razão para te amar 
Ela está em seus olhos 
Nestes mesmos que vivo a admirar 
Porque são meigos e sonhadores 
Mostra-me que de amores 
Minha vida fica a sonhar. 
 
Você tem os olhos mais lindos 
Que os meus puderam ver 
Por eles meus sonhos são infindos 
Porque neles vivo a pensar 
Neles vivo a sonhar 
É encantador ver você sorrindo. 
 
Esse olhar tirou minha solidão 
Quando aprendi a te amar 
No tempo certo entrou no meu coração 
À minha vida deu um novo sentido 
Já não me sinto mais perdido 
E por isso a ti dedico essa canção. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 22 de julho de 2022

Em uma rua qualquer de algum lugar

Por um instante os olhos se abriram 
Diante de si as imagens de um tempo remoto 
De alegria e sonhos a serem realizados 
Os olhos atentos buscavam entender 
Sabia a sua triste situação 
Deitado ali naquela sarjeta 
Tendo jornais velhos como cobertor 
E buscando no final do dia nas latas de lixo 
O seu alimento para sobreviver. 
 
A vida havia o empurrado para os becos 
Na companhia de outros infelizes 
Cuja vida não fazia mais sentido algum 
Apenas uma existência vazia 
Em um mundo contaminado pela dor 
E abandonado pela hipocrisia de seus cidadãos. 
 
Preferia viver entre as latas de lixo 
Em meio a sujeira das ruas 
Embrulhado nos jornais e cobertores velhos 
Do que suportar a arrogância de gente hipócritas 
Sentadas em suas cadeiras confortáveis 
Explorando mais um indigente jogado nas sarjetas. 
 
Mas nem sempre fora assim e isso o machucava sempre 
Ao lembrar sua vida na juventude 
A linda esposa, a família, o emprego 
Os finais de semana no lago, na grama a brincar 
Com sua linda filha pequena 
E, ao lembrar tudo isso, não continha suas lágrimas 
Que tentava esconder entre as barbas longas 
No rosto triste de uma saudade. 
 
A noite é fria e o vento silencioso empurra os jornais 
Tenta se agasalhar como pode entre os trapos 
E olha firme para o vidro de uma loja chique na esquina 
No reflexo do espelho vê a imagem que muda seu coração 
Do outro lado da rua duas mulheres 
Com olhares entre a dor e a esperança 
Faz com que seu coração quase deixe de bater. 
 
A sua linda garotinha cresceu 
E agora é uma jovem adolescente de rosto angelical 
Seus passos são vacilantes entre o desejo de abraçá-la 
Ou correr para bem longe 
Onde poderá esconder a sua tragédia. 
 
Sua esposa trás em si as marcas da dor 
Em um rosto marcado pelo abandono de quem amava 
Mas seu semblante também era de perdão 
Como se o tempo pudesse mudar aquela situação 
E tudo voltar ao normal outra vez. 
 
A jovem dá os passos decisivos em sua direção 
Não se importa com a sujeira e o mal cheiro do lixo 
Com sinceridade e lágrimas nos olhos 
Ela o abraça forte e sussurra em seus ouvidos: 
- Papai! 
Sob os olhares de seus colegas e transeuntes nas ruas 
Há uma comoção nos corações 
Que se alegram com esse reencontro. 
 
Então o barulho estridente de um carro em alta velocidade 
O faz acordar do sonho 
E contempla atormentado a sua miséria 
Deixa escapar lágrimas de seu rosto 
E pensa na sua família a muito tempo deixada para trás. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 21 de julho de 2022

Para onde caminha a humanidade?

O que estamos presenciando em nossa sociedade? 
O que nos assusta mais? 
A violência, a desigualdade ou o medo? 
O que podemos fazer diante de tantas injustiças? 
Onde está o amor e a compaixão? 
O respeito pelo próximo? 
Para onde caminha a humanidade? 
 
Numa sociedade decadente 
Não existe mais o desejo de crer, 
Resistir, 
Combater, 
Lutar, 
E perseverar. 
 
No lugar do desejo de lutar 
O que há é o desejo de se conformar, 
De ficar à deriva, 
De deixar do jeito que está, 
De se render, 
De desistir. 
 
Mas não podemos deixar que isso aconteça 
Não podemos nos conformar desta forma 
Ergamos a nossa voz 
Contra as injustiças, 
Contra os abusos, 
Contra as desigualdades 
E vamos à luta! 
 
Queremos uma sociedade melhor para os nossos filhos 
E vamos lutar para deixar algo melhor 
Uma sociedade mais justa e humana 
Que valoriza o seu semelhante 
Que respeita os valores 
Que pratica a empatia. 
 
Esse é o sonho que não podem nos roubar 
O desejo de um mundo melhor 
Que vamos lutar 
Com todas as nossas forças 
Para que tenhamos uma geração futura 
Melhor do que a que temos hoje! 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 20 de julho de 2022

No silêncio da noite

Cai a noite e vem o silêncio 
E na brisa a bater na janela 
Ouço a voz do seu coração. 
Meus pensamentos, então, 
Voa os espaços e procura você. 
E nos meus sonhos 
Você aparece linda e meiga 
A sorrir para mim. 
Então adormeço silenciosamente 
Com a beleza de seus olhos 
Na minha alma. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

O melhor presente

Um presente dado com amor abre sorrisos 
Alegra a alma de quem o recebe 
E todos nós gostamos de receber presentes 
Mas, um presente não é um presente 
Até que alguém o aceite. 
 
A maior parte das pessoas 
Aceita de bom grado um presente dado com amor 
Porque isso faz parte da natureza humana 
Dar e receber presentes 
Que alegram a alma e abre sorrisos. 
 
Deus nos deu o maior presente 
Que nossa alma poderia imaginar 
O melhor presente de todos os tempos: 
Seu Filho amado 
Para nos dar a Salvação eterna. 
 
O maior presente que recebemos 
Precisamos aceitar 
Porque Deus não força sobre nós 
O seu melhor presente 
Se não o aceitarmos de coração. 
 
Quem poderia rejeitar um presente assim? 
O Filho de Deus está de braços abertos 
Ele estende suas mãos poderosas 
Quer que você o receba 
O melhor presente de Deus para você! 
 
 Oh, Senhor nosso Deus, 
Eu recebo nesta hora 
O melhor presente que poderia me dar: 
Jesus Cristo, meu salvador, 
Recebo-O no meu coração nesse instante! 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 19 de julho de 2022

A miséria que vira rotina

Longe dos olhares do povo 
Em seus gabinetes fechados 
Maquinam suas estratégias 
Para desviar verbas da educação, 
Saúde e qualquer uma que consigam... 
 
Urubus que sobrevoam a Capital 
Sanguessugas em salas climatizadas 
Enquanto crianças são jogadas 
Em salas sem ventilação 
Sem alimentação... 
 
A miséria que vira rotina 
Nos gabinetes onde são distribuídas 
Propinas 
E podem se ouvir palavras bonitas, 
Egos inflados 
Dos engravatados 
Que prometem melhorias para o povo... 
 
Bandeiras pretas, 
Vermelhas e azuis 
Verde e amarelo 
Tanto faz, não importa 
Porque todos estão com o mesmo propósito 
De encherem os bolsos 
Com recursos públicos... 
 
Longe dos olhares do povo 
Distante o bastante da realidade 
Não se misturam com a gente pobre deste país 
Gostam quando tudo está calmo 
Os senhores do Estado 
Acumulam seus capitais 
De preferência em paraísos fiscais. 
 
Abra o seu olho 
Aprenda a votar desta vez 
Expulse essas aves de rapina 
Que só pensam em propina 
Está na hora de fazermos um limpa 
E dar fim a essa corja de ladrões 
Que ocupam Brasília! 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

A metamorfose do futuro

No topo de uma antena parabólica os pássaros não pousam 
Enquanto palavras manuscritas caem como penas 
Nas cabeças ocas perfuradas por melancolias 
Numa clínica maluca estão os destroços de alguns corações 
E os corpos grandes e gordos começam a cair. 
 
A próxima garota e sua próxima dose de entorpecente 
Ao som estridente de uma louca gritaria 
Se diverte junto a um apanhado de caras comuns 
Que fazem promessas nos submundos da cidade 
Onde estão os ratos e outros milhares de parasitas. 
 
As fábricas não param por nada em nem um momento 
Porque tudo é fabricado e tudo segue o trajeto linear 
O horário comercial se estende até além do planejado 
Porque a violência precisa ser dublada e programada 
Para o horário nobre em todos os lugares possíveis. 
 
Está compreendendo o que estou tentando dizer? 
Eu morri e eu renasci e abri os meus olhos 
E percebi o caminhar da humanidade como bovinos 
Que não consegue ver as desgraças que os cercam 
Porque é nisso que se resume a coisa: ignorância! 
 
Você está aqui mesmo quando pensa que não está 
Consumindo mais um produto desnecessário 
Apenas para satisfazer o seu egoísmo interno 
Dizendo que está planejando o futuro 
Sem saber que não consegue distinguir nada mais. 
 
O que pensou que seria esse futuro tão sonhado? 
Um paraíso coberto de flores pelos campos? 
Tudo bem que tenha pensado assim e não imaginado 
A metamorfose de um futuro sombrio 
Onde somos costas curvadas e colunas envergadas. 
 
O seu rosto não me é estranho 
Mesmo assim acho impossível me dizer coisas novas 
Se meus olhos já contemplam esse cenário distópico 
Que quase ninguém quer perceber porque preferem 
Continuar sua caminhada de olhos bem fechados. 
 
 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 18 de julho de 2022

No peito um coração que sorria

O tempo parecia não passar nunca 
Era como se tudo tivesse deixado de caminhar 
No coração apertava uma triste saudade 
De alguém que não conseguia do peito tirar. 
 
Suas noites eram solitárias e intermináveis 
Onde o sono demorava uma eternidade para chegar 
Nelas tentava de todas as formas esquecer 
O encanto que tinha encontrado naquele olhar. 
 
A espera demorou muito tempo 
E já pensava seriamente em desanimar 
Mas a esperança nunca deixou de existir 
Porque ninguém pode deixar de acreditar. 
 
Então em uma bela manhã de primavera 
Viu ao longe o seu inconfundível caminhar 
E soube no fundo da alma esperançosa 
Que tinha outra vez uma razão de sonhar. 
 
O sofrimento de outrora se foi 
E agora poderia exultante se alegrar 
No peito um coração que sorria 
Deixava-se em júbilo a voz a cantar. 
 
O amor tomou conta de tudo no coração 
Transformou em festa o perfeito luar 
Nessa noite incrível de esplendor 
Porque não há razão mais forte que amar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Não tenho tempo a esperar

Nem tudo que sonho agora 
Um dia poderei realizar; 
Nem todos os sonhos do mundo 
Podem um dia me despertar. 
 
 Sou como a andorinha solitária 
Que não pode fazer o verão; 
Os meus limites são muitos 
E ferem o meu coração. 
 
Acredito sempre no amor 
Mas nem sempre o vejo nas pessoas; 
Falta muito para conquistar 
Essa voz no interior ressoa. 
 
A caminhada da vida é longa 
Não tenho tempo a esperar; 
Os meus passos nem sempre estão certos 
Do lugar onde quero chegar. 
 
 Abro o meu coração e deixo sair 
A esperança que me faz caminhar; 
Sei que a vida é um sopro 
E não posso de forma nenhuma parar. 
 
Então sigo minha jornada 
Sem nada no mundo temer; 
O que mais importa nesta vida 
É não ter medo de viver. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 17 de julho de 2022

Tirado do fundo do poço! - Assista ao poema em Vídeo!

Tirado do fundo do poço! - Assista em Vídeo! 



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Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 16 de julho de 2022

Onde estão todas as crianças perdidas? - Vídeo!

 Onde estão todas as crianças perdidas? - Veja o vídeo!


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Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Onde estão todas as crianças perdidas?

Algumas vezes fomos esquecidos pelo caminho 
Abandonados à própria sorte 
Jogados aos lobos famintos 
Para serem devorados no rigoroso inverno 
E as almas levadas ao inferno. 
 
Velhos conhecidos foram mortos pela manhã 
Quando a maioria ainda estavam dormindo 
Depois de uma noite de bebedeiras 
Rostos destroçados pela miséria 
E corpos abandonados nas sarjetas da cidade. 
 
Choramos lágrimas de festim e transbordamos fantasias 
Quando não conseguimos proteger os inocentes 
Que são devorados pela violência 
Abusados nos porões e quartos escuros 
De monstros que destroem toda inocência 
De anjos sofredores. 
 
Tentamos não acreditar 
Nas mentiras glamourosas que nos contam 
Mas toda a existência sufocante 
Perde seu sentido 
Quando descobrimos o esconderijo da infância. 
 
Por que um homem triste deve se importar 
Com a mácula de mentes juvenis? 
Por que não damos ouvidos aos lamentos 
Quando vemos as marcas em seus rostos 
Desfigurados pela dor e pelo medo? 
 
Toda esquina do século vinte e um 
Guardam o seu melancólico recado: 
Onde estão todas as crianças perdidas? 
Até quando ficaremos de braços cruzados 
Vendo o caos sendo estabelecido na sociedade? 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Tirado do fundo do poço

O meu coração arde no peito 
Quando em silêncio me ponho a pensar 
Ergo minhas mãos aos céus e agradeço 
Por saber de onde suas mãos me tiraram 
E onde firmou os meus passos. 
 
O Senhor me tirou do fundo do poço 
Onde só havia desespero e medo 
De um atoleiro sem fim 
Firmou os meus passos sobre uma rocha 
Deu paz ao meu coração 
Uma nova canção aos meus lábios. 
 
Eu não tenho palavras para descrever 
As muitas maravilhas do Senhor 
Sou grato a ti em saber 
Que os seus planos são perfeitos 
E que cuida de mim o tempo todo. 
 
Contemplo a eternidade e me pergunto 
O que é a minha vida aos seus olhos? 
Então percebo que a vida é um sopro 
Que logo se esvai e nada pode mudar isso 
O que emudece os meus lábios 
E procuro estar na tua presença. 
 
Não quero guardar só para mim 
A boa notícia da salvação 
Quero gritar ao mundo inteiro 
As maravilhas que fizeste por mim 
Mesmo quando eu não merecia nada disso. 
 
Que minha maior alegria 
Seja fazer sempre a sua vontade 
Que meus pés sejam guiados 
No caminho da gratidão 
Porque sou pobre e necessitado 
Mas o Senhor cuida de mim! 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 14 de julho de 2022

A sublime alma do poeta

O poeta tem uma alma sublime, 
Alma que o impossível quer sonhar; 
Como um pássaro alado 
As mais altas nuvens voar. 
 
Alcançar o infinito 
Onde está o seu olhar; 
No único lugar confiável 
Onde possas me amar. 
 
O poeta é um sonhador 
E a poesia vive a cantar; 
Mostra o mundo de outra forma 
A melhor que se possa imaginar. 
 
E este é o sonho mais bonito 
Que a alma pode anelar; 
Deixar livre a imaginação 
E nas estrelas descansar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Escrevo e descrevo minh’alma

O que hoje escrevo com lágrimas 
É sobre sorrisos largos de felicidade 
Essas histórias, sonhos e fantasias 
Na minha lembrança 
Reencontros de encontros e abraços 
Que não se perderam pelo tempo. 
 
Nas noites, madrugadas de solidão 
Onde o sono não aparece 
E as desilusões esclarecem 
No fazer amor, sexo casual 
Paixão e momentos felizes 
Na tristeza de momentos de decepções… 
 
Busco rimas para um poema 
Que transmita minhas sensações 
Que traduza o meu coração 
As dores, os amores 
Que tornaram-se desamores 
Na longa jornada do tempo. 
 
Desilusões de um olhar que se foi 
Sem ao menos despedir-se 
Que tornaram as noites solitárias 
E as madrugadas frias. 
 
Leia-me com atenção 
Sou um livro aberto pelo tempo 
Experiência e solidão 
Expresso meus sentimentos 
Nos versos, nas rimas de uma canção 
Que nunca irei cantar. 
 
Palavras sentidas 
Que ecoam de um coração que ama 
Que sofre por amor 
Que expressa esse sentimento 
Sem medo da dor. 
 
Escrevo e descrevo a minh'alma 
Páginas de sentimentos 
Escorrem pelos dedos 
E alcança o seu coração… 
 
Escrevi-te uma carta de amor 
Deletei-te dos meus pensamentos 
Os rascunhos joguei no lixo 
E permito revelar-te essa paixão 
Que não consigo guardar no peito. 
 
Então, descrevo-te 
Inspiro-me em sua beleza 
E deixo meu coração falar 
Da meiguice desse teu olhar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

A cama que sonhava

O jardim estava repleto de lindas flores 
Onde as borboletas voavam e encantavam 
Enquanto alguns casais passeavam 
De mãos dadas sentindo a fragrância do paraíso. 
 
Meus olhos procuravam o seu lindo sorriso 
Na esperança de viver mais um dia de amor 
Sem saber que seus passos decididos 
Já não pertenciam a esse lugar. 
 
Eu queria sair dali e ir para bem longe 
Mas não conseguia mover os meus pés 
Sem saber o que fazer para me livrar 
E levantar-me da cama que sonhava. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense