quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Perder ou ganhar

 No relógio da vida, o ponteiro avança, 
A cada tic-tac, uma nova esperança. 
Perdemos tempo, ganhamos momentos, 
No paradoxo dos dias, somos feitos de ventos. 
Quando corremos, pensamos ganhar, 
Cada segundo, um passo a mais para andar. 
Mas, por vezes, correndo, deixamos no coração, 
Os detalhes pequenos, que nunca mais voltarão. 
 
Perder tempo, olhando o céu a brilhar, 
Pode ser o que nos faz, de fato, ganhar. 
Pois, no simples ato de contemplar a imensidão, 
Encontramos sentido, alma e direção. 
 Ganhar tempo, buscando atalhos e algo mais, 
Pode ser, em verdade, o maior dos sinais, 
Que o que pensamos ser economia e ação, 
É somente vazio, pressa sem direção. 
 
No entrelaço dos dias, o que será que vale? 
O relógio que corre, ou a pausa que fale? 
O paradoxo nos mostra, com clareza e sem fim, 
Que perder pode ser ganhar, e ganhar pode ser um sim. 
Então, na dança da vida, onde o tempo é rei, 
Que possamos lembrar: o agora é a lei. 
E que perder ou ganhar, seja como for, 
O que importa é viver, com presença e amor. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

No coração humano

Nas sendas da vida, onde os raios dourados se escondem, 
Despontam histórias de almas, destinos que se correspondem. 
Altruísmo ergue suas asas, como o sol que aquece a aurora, 
Bondade flui como um rio, carregando a paz que tanto implora.
No coração humano, a compaixão encontra morada, 
Um farol em meio à escuridão, guia na jornada. 
Desespero às vezes espreita, como a sombra da noite escura, 
Mas a chama interior persiste, mesmo na crise mais obscura. 
 
Solidão, a companheira silenciosa, às vezes abraça a alma, 
Um vazio profundo que nos leva a buscar a calma. 
Na encruzilhada do ser, a crise existencial se desenrola, 
Questionamos o propósito, a busca por uma sólida parola. 
Mas eis que surge a luz das estrelas, no céu noturno a brilhar, 
Lembrando-nos que somos parte desse universo a pulsar. 
Na mão estendida, no sorriso compartilhado sem medida, 
Encontramos as respostas, a razão para essa vida colorida. 
 
Pois mesmo nas sombras há esperança, como o sol atrás da montanha, 
E na doação sincera, a força que nossa jornada acompanha. 
Despertamos para o fato de que, juntos, somos mais fortes, 
Caminhando lado a lado, superando quaisquer desafios e sortes. 
Então, abracemos a missão de sermos luz na escuridão, 
Cultivando altruísmo, bondade, compaixão, na contramão. 
Que a solidão seja apenas um intervalo, não o destino final, 
E na crise existencial, encontremos um renascer vital. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

As perguntas que permanecem

 Em velhos pergaminhos, a história se inscreve,  
Onde está tudo isto? Cristo.  
Da injustiça à fé, o coração percebe,  
Nas trilhas da paixão, teu sacrifício.  
 
Barrabás!!!  
Hoje, livre, tu estás?  
Na sombra do destino, um nome esquecido,  
Mas, na cruz da história, eternamente punido.  
 
Pôncio,  
Foste ou não foste cônscio?  
Das mãos que lavaste, da escolha feita,  
Será tua alma, agora, pura e perfeita?  
 
Por que tu "caíste em coma"?  
Roma!  
Em teus arcos e ruas, em tuas pedras frias,  
Ressoam os ecos dos antigos dias.  
 
O império em ruínas, a glória se foi,  
Mas as perguntas permanecem, sem fim, sem depois.  
E na dança dos tempos, entre o bem e a dor,  
Buscamos as respostas, no silêncio do amor.  
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Último suspiro

Saber que um dia tudo isso acaba 
Não é o suficiente 
Por que, como você explica isso ao coração? 
Com quais palavras podem ser esclarecidas 
Os sonhos frustrados de uma pessoa? 
Ninguém sabe a dor do outro 
Não na profundidade que se sente 
Mesmo estando por perto 
Nunca saberá a exatidão do sofrer de alguém 
Porque os nossos olhos não passam do invólucro 
Sepulcros caiados 
Que por fora são belos 
Mas por dentro estão cheios de podridão. 
O tempo é o único que sabe 
Que só o tempo irá revelar as facetas 
As intermitentes feridas da alma 
Que ficam expostas nas cicatrizes 
No momento em que a poeira abaixa 
Que o silêncio faz refletir 
Descobre-se que muitas coisas 
 Poderiam ter sido evitadas com apenas o silêncio 
Que a falta de comunicação poder causar 
Um estrago imenso nos corações. 
Num canto vazio da existência 
Alguém tenta sobreviver ao barulho do mundo 
Deseja apenas silenciar a própria alma 
Que ainda tenta desesperadamente um último suspiro 
Para encontrar forças e caminhar 
Trilhar os caminhos de sua jornada 
Abrir os olhos para a realidade 
E enfrentar seus próprios demônios 
Apenas isso e nada mais. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Velocidade da luz

Num porão úmido e esquecido, 
Onde os sonhos são contidos, 
O eco de passos perdidos 
Desvanece, indefinido. 
No limiar da eternidade, 
Em meio à vasta imensidão, 
Ecos de antiga saudade 
Resplandecem na escuridão. 

Saudade na velocidade da luz, 
Viaja pelo cosmos sem fim, 
Buscando o que a alma traduz, 
Um amor, um começo, um sim. 
Não existe uma estrada real para o coração, 
Nem mapas que indiquem a direção. 
É um caminho feito de intuição, 
Onde só se vê com a alma, não com a visão. 

Outrora o cérebro do pensamento, 
Agora mero instrumento, 
Em um universo em movimento, 
Busca sentido no vento. 
Mas entre esquecimentos e memórias, 
Na dança da noite e do dia, 
As almas contam suas histórias, 
Em busca de eterna harmonia. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Amor fugaz

Em vãos retiros te busquei, amor, 
Por entre sombras, campos e avenidas, 
Teu vulto escapa, e minhas mãos perdidas 
Tentam alcançar-te em vão, oh triste dor. 
 
Por que foges assim, fugaz fulgor? 
Será que meus anseios e feridas 
Te afastam mais, em sendas esquecidas? 
Amor que foge, causa-me temor. 
 
Mas mesmo em fuga, vejo teu reflexo, 
No riso alheio, no crepúsculo complexo, 
Na brisa mansa que acaricia o rosto. 
 
Fugindo vais, mas deixo a porta aberta, 
E embora doas como punhal no peito, 
Espero-te, amor, sempre de braços abertos. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

O monstro, a serpente e os sete dedos da morte

 Na vastidão da praça, imponente e frio, 
O monstro branco erguia-se alto e sozinho. 
Com olhos de mistério, e pele de mármore nas dobras, 
Guardava histórias de sonhos e de sombras. 
Ali perto, oculto por névoas e encantos, 
O castelo da serpente espreitava o horizonte. 
Com paredes que sibilam segredos e enigmas, 
Sua fortaleza era teia de esperança e tormento. 
 
A cada torre, cada canto, um novo desafio, 
Os sete dedos da morte tocavam o destino. 
E quem ousasse enfrentá-los, desafiando a sorte, 
Veria revelada a trama da vida e da morte. 
No meio do tumulto, uma alma errante, 
Por todos passava, mas era uma pessoa desconhecida. 
Os olhos vazios buscavam um porto, um canto, 
Na vastidão do mundo, seu coração gritava perdido. 
 
Mas entre os ecos do tempo, as melodias do espaço, 
Ressoavam as loucuras do amor, vibrante e audaz. 
Pois mesmo na escuridão, na sombra do monstro, 
O amor encontra caminho, trazendo luz e paz. 
Então, nesse cenário de mistério e fantasia, 
Os fragmentos tecem uma tapeçaria. 
Onde a vida dança com a morte, o amor com a loucura, 
E cada verso revela uma nova aventura. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Nas veredas do destino

Em veredas do destino, nossas almas se cruzaram, 
Entre risos e segredos, nossos corações falaram. 
Lembranças tecem trilhos, por onde o tempo desliza, 
Memórias de dias quentes, em tardes de suave brisa. 

No relicário da mente, guardo momentos tão claros, 
De sorrisos compartilhados, sob o manto dos astros. 
A cada passo dado, uma história para contar, 
Em cada olhar trocado, um mundo a desvendar. 

Saudade, essa dor sutil, que no peito faz morada, 
Como brisa que nos toca, feito canção enamorada. 
É o eco do que foi vivido, o abraço que não se solta, 
O perfume da rosa ida, a melodia que nos laça em volta. 

Mas olho adiante, e sinto a esperança aflorar, 
Porque o futuro, ah, ele está a esperar. 
Por mais que o passado tenha sua doce canção, 
O amanhã nos reserva novos versos, nova paixão. 

E assim, entre destinos e memórias a dançar, 
Há sempre um novo começo, um novo lugar. 
Com saudade no peito, mas com olhos no porvir, 
Há sempre um sonho novo, pronto para surgir. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 27 de agosto de 2023

Descaso

Descaso 
Então caso outra vez 
Descubro que não posso viver 
Que não tenho a paz que preciso 
Para escrever 
Desuso 
Depois que entendo 
Que minha vida é sozinho 
Entre os solitários que imaginam a noite 
Que vive entre as estrelas 
E percorro o infinito 
Na busca de uma estrela 
Que provavelmente não exista 
Descarto 
Ideias mirabolantes 
Sonhos futuros 
Porque quero apenas viver o momento 
Ser eu mesmo neste lugar 
E não precisar responder a ninguém 
Os meus pensamentos perturbadores 
O que estou a imaginar 
Para colocar nas linhas deste poema 
E assim a vida permanece 
Eu percorro o desconhecido 
Em busca de paz para sonhar 
O que desejo para mim. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Todos os dias em que espero por você

Todos esses dias marcados na alma, 
Como tatuagens de um tempo sem calma, 
O fogo que incendeia a longa estrada, 
Ilumina o coração, a mente embriagada. 
 
Os pensamentos que percorrem as páginas dos livros, 
São como rios que cruzam florestas e declivos, 
Narrando histórias, segredos e mistérios, 
De paixões ardentes e amores sinceros. 
 
Todos os dias em que espero por você, 
A esperança cresce, mesmo sem me perceber, 
E cada alvorecer traz uma nova canção, 
De amor, de saudade, de doce emoção. 
 
Sem saber se iremos juntos por outro caminho, 
Guardo em mim, cada momento, cada carinho, 
Pois a vida é feita de sonhos e desafios, 
E em cada passo, reencontro nossos fios. 
 
Que os dias futuros nos tragam surpresas, 
E que juntos, sob novas promessas, 
Possamos seguir, pela estrada da vida, 
Com a alma marcada, mas sempre unida. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Que o vento me leve

Em meio à vastidão do tempo, tão estreito, 
Preciso de um novo caminho, discreto e reto, 
Libertar-me das coisas feias e reais, 
Desvencilhar-me das sombras e dos vendavais. 
 
Todos os lugares parecem iguais, 
Ecos de memórias, momentos triviais. 
Em cada esquina, em cada viela, 
A solidão insiste, fiel sentinela. 
 
Ficar sempre sozinho, não é o que quero, 
Mas, às vezes, é o preço do destempero. 
No entanto, busco nos raios do dia, 
Preciso de um tempo de alegria. 
 
Que o vento me leve, que o sol me guie, 
Para um amanhã onde a esperança floresça e confie. 
E nesse novo caminho, possa eu encontrar, 
Um lugar onde a alma possa, enfim, descansar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Inevitável amor eterno

No silêncio da noite, uma questão ecoa, 
O que é que não fazemos por amor? 
Por paixão, entregamos nosso coração, 
Rendemo-nos, sem temor, à mais doce emoção. 

Nas curvas do destino, busquei desvendar, 
O que é que não fazemos por paixão? 
Por um olhar, por um toque, pelo prazer de sonhar, 
Nos perdemos e nos encontramos em cada canção. 

Eu tentei viver sem você, na vastidão, 
Em cada amanhecer, na escuridão da solidão, 
Mas é impossível, como conter o mar, 
Ou pedir à lua para não brilhar. 

Não consegui tirar você da minha vida, 
Seu nome é tatuagem, eterna ferida. 
Mesmo que o mundo gire, que o tempo insista em passar, 
Por amor, por paixão, aqui estarei, a te esperar. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Reflexões sobre a existência

 No vasto oceano do pensamento imerso, 
Mergulho em questões, na imensidão do universo. 
Diversas coisas vêm à mente, em versos dispersos, 
Sobre a vida, o ser, o universo e o inverso. 
 
Eu penso em mim, na essência do meu ser, 
No mistério da existência, o que significa viver? 
Será que em meu íntimo, há algo a perceber? 
Ou apenas sou um grão, sem muito a oferecer? 
 
A existência é um enigma, uma constante dança, 
Nas entrelinhas da vida, busco a esperança. 
Será que no cosmos, somos mera circunstância? 
Ou há em nós um propósito, uma lança? 
 
A indagação surge, inquietante e profunda, 
No coração da humanidade, a pergunta ressoa. 
Será que em nós, há uma luz que nunca se afunda? 
Ou somos apenas poeira, que o vento destoa? 
 
Há algo especial, sinto em meu peito pulsar, 
Mesmo em meio a dúvidas, algo a brilhar. 
Em nossa busca, podemos nos encontrar, 
E descobrir que, sim, há algo em nós a iluminar. 
 
 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Preconceito

 Em um mundo de cores e desafios, 
O negro enfrenta seus calvários, 
Briga por justiça, respeito, sem vícios, 
E carrega nas costas séculos de sofrimentos vários. 
No olhar, a história de lutas passadas, 
De ancestrais que resistiram, insistentes, 
Nas veias corre o sangue das jornadas, 
De guerreiros e guerreiras resplandecentes. 
 
O revólver engatilhado, uma ameaça constante, 
É o medo que tenta aprisionar o espírito combatente, 
Mas a força que emana de sua alma vibrante, 
Desafia o preconceito de quem olha diferente. 
Quem vai de graça para o presídio, para o saco, 
É a vítima de um sistema que não dá espaço, 
Mas o grito do justo não será jamais em vão, 
Pois a luta por igualdade é a verdadeira missão. 
 
A dor do preconceito, a injustiça aferroada, 
São fardos que carregam, dia após dia, 
Mas na luta pelo direito, a alma renovada, 
Sabe que a verdadeira batalha é por harmonia. 
Que o direito de brigar seja sempre respeitado, 
E que a justiça prevaleça sobre o errado, 
Porque no coração do negro, a esperança reside, 
E na busca por respeito, 
A luta nunca se esconde e nunca se esquiva. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 22 de agosto de 2023

Por mais breve que seja

Seus olhos são lindos, como o brilho do dia, 
Reluzindo esperança, com promessa de vida. 
Cada olhar que me dá, por mais breve que seja, 
Traz consigo a paixão, que meu coração deseja. 
 
Menina, seus olhos traduzem em silêncio certo 
O som de uma melodia, sem começo, sem fim. 
E entre notas e pausas, nesse doce concerto, 
Vejo nosso futuro, fluindo sem termo assim. 
 
Seus olhos são lindos, mais uma vez eu repito, 
Porque neles me perco, e neles me reencontro. 
É a luz que ilumina, em cada passo que sigo, 
A rota do amor, por onde, sonhando, eu desmonto. 
 
Quero muito ter você, não só no pensar profundo, 
Mas em cada amanhecer, ao meu lado, no mundo. 
Para juntos ouvirmos a canção que seus olhos produz, 
E na dança do amor, nossas almas seduz. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Abrigo preferido

 Em silêncio, no silêncio em mim, 
Escondido no eco de um desejo sem fim. 
Estou a ver-te escondida, 
Nas sombras da memória, tão comprimida. 
 
Estou aqui, de mansinho, 
Tentando reencontrar nosso antigo caminho. 
Reinventa o sorriso em mim, 
Acende a chama que parecia ter chegado ao fim. 
 
Devolve-me a loucura que senti, 
Nos tempos em que o mundo descobri. 
Quando o teu olhar era o meu guia, 
E em teus braços, eu me perdia. 
 
Em silêncio, espero por ti, 
No universo profundo e infinito de mim. 
Volta, e sussurra em meu ouvido, 
Que ainda sou teu abrigo preferido. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

O amor vem do nada

 Os lábios são a porta principal da alma, 
Guardiões silenciosos do que em nós se exalta. 
Eles sussurram segredos, cantam histórias, 
E traduzem em beijos, amores e memórias. 
 
Os olhos, ah, são a janela que revela, 
Os mistérios mais profundos, a chama que centelha. 
Eles contam o indizível, sem pronunciar palavra, 
Falam de paixão e luta, de uma dor que se agrava. 
 
Sobre todas as camas do meu pensamento, 
Sonhos se desenrolam, sem resguardo ou lamento. 
Viajo sem sair do chão, ao sabor do vento, 
Descobrindo universos, na vastidão do momento. 
 
Em todos os lugares do mundo que piso, 
Busco traços de nós, em cada sorriso. 
Pelo Norte, Sul, a Oeste e ao Leste, 
O amor é a bússola, o norte que me assiste. 
 
E embora pareça que surge do vazio, a espreitar, 
O amor vem do nada, através do olhar. 
Um olhar que convida, que entrelaça e inspira, 
Acendendo no peito, a mais pura das piras. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Os caminhos da mente

Nós somos muito mais do que pensamos ser, 
Em labirintos internos, tão profundos de se perder. 
Na vastidão do ser, nas curvas do querer, 
Há mistérios e sonhos, a nos envolver. 

O herói é sempre pequeno e frágil, 
Mas sua essência sempre o torna ágil. 
Em meio ao tumulto, ao barulho da batalha, 
É a coragem em seu peito que brilha e não falha. 

Os caminhos da mente são feitos de caos, 
Desvios e atalhos, armadilhas presente em nós. 
Mas no turbilhão, surge sempre uma inspiração, 
E cada tormenta se transforma em nova canção. 

Viver é diferente de todas as outras coisas... 
É dançar na chuva, é sentir as rosas. 
Em cada respirar, um novo mistério a se revelar, 
E em cada amanhecer, uma chance de se renovar. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 20 de agosto de 2023

Jovens conquistando o mundo

No berço do cosmos, uma visão dança, 
O mundo foi moldado à sua imagem e semelhança. 
Cada contorno, cada risco e traço, 
Reflete o desejo, o sonho e o abraço. 

Só os jovens, com corações audazes, 
Podem rasgar o véu, cruzar as fases. 
Pois na essência da alma que ainda brilha, 
Reside a força, a paixão, a maravilha. 

Os dias são mais que o nascer do sol tão real, 
São seus atos, escolhas, o que te faz imortal. 
Em cada momento, um novo capítulo escrito, 
Uma chance de acerto, ou o errar permitido. 

E neste vasto palco, sob céus tão riscados, 
O mundo é um local de brincadeiras, por muitos almejados. 
Não uma batalha de poderes ou dinheiro, 
Mas uma conquista de sonhos, do jeito verdadeiro. 

Portanto, jovens de espírito e coração, 
Em suas mãos reside toda a transformação. 
Faça do mundo seu campo de jogo e canção, 
Conquiste, brinque, viva com paixão. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

A noite mais longa

Olhares que só enxergam a mentira do tempo, 
Refletindo sombras passageiras do vento. 
Cada momento uma história, cada tic-tac um lamento, 
Em rostos esmaecidos pelo cruel esquecimento. 

Uma alma aprisionada em carne, 
Anseia por liberdade, por um lugar mais alvo e farto. 
Preso em um ciclo, um trágico desencarne, 
De emoções e sonhos, entre o rir e o pranto. 

Nem mesmo todas as eternidades do mundo, 
Com seus brilhos e suas miríades celestiais, 
Poderão apagar, no abismo profundo, 
O seu dia ruim, suas cicatrizes reais. 

Porém, entre as tramas e teias da vida, 
Esperança renasce, alvorada ainda não vista. 
Pois a noite mais longa, a ferida mais dorida, 
Pode ser curada pela luz, por uma chama imprevista. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Voz antiga e eterna

Nos confins da terra vasta e serena, 
As lembranças dos homens seguem misteriosas e simplórias. 
Nas cidades que dançam e nas que lamentam, 
Há murmúrios antigos, contos e histórias. 

Olhando com os olhos da antiguidade, 
O mundo é um espelho de ilusões e verdades. 
Reflete os desejos, os medos, os dias idos, 
E nos lembra das marcas de passos perdidos. 

No silêncio da noite, na calada do dia, 
Emerge a percepção, clara e fria. 
Existe uma voz, sussurrando na brisa, 
Que ninguém quer ouvir, mas insiste, precisa. 

Ela canta os segredos, as dores esquecidas, 
As promessas quebradas, as vidas partidas. 
Mas, também, entoa esperanças e sonhos, 
E nos envolve em seus laços tristonhos. 

Os viveiros dos homens, na dança do tempo, 
Guardam memórias, sentimentos e vento. 
Mas o eco dessa voz, tão antiga e pura, 
É o chamado da alma, a eterna aventura. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 19 de agosto de 2023

Uma aventura

O que se pode dizer de tudo isso? 
Estou constantemente fazendo perguntas 
E, quase nunca tenho respostas 
Porque não se sabe os mistérios do mundo 
Nem as engrenagens da vida 
Se pode ver com os olhos naturais. 

A vida é um grande mistério 
Uma aventura em direção ao desconhecido 
Que compartilhamos com algumas pessoas 
Que encontramos pelo caminho 
Umas das quais recordaremos as boas lembranças 
Outras que desejaremos esquecer 
Por nos causar dores 
E assim segue a humanidade 
Na busca incessante de si mesma 
Sem saber o que se encontra do outro lado. 

Enquanto em salas fechadas alguns se escondem 
Nas ruas pessoas abandonadas a própria sorte 
Estão escancaradas nas suas míseras vidas 
Apagadas dos livros oficiais 
Tentando sobreviver em um mundo caótico. 

Tudo não passa de uma ilusão terrível 
De um saber que não resolve nada 
De uma busca pelas origens perdidas 
Porque cada um busca a sua própria saída 
Sem saber que não são muitos a estenderem as mãos 
Para quem se encontra no chão. 

E por que você não para para pensar? 
Por que não procura fazer uma reflexão? 
O que você faz de sua vida? 
Suas ações servem para alguma coisa? 
Alguém lembrará de você com saudade depois que se for? 

As perguntas estão ai 
São tantas que não cabem nessa prosa poética 
Mas podem ter o efeito de fazer você pensar um pouco 
E, quem sabe, sair da zona de conforto 
Para que possa significar alguma coisa. 

Eu apenas deixo as palavras fluírem 
Para que possa tocar alguma alma sensível 
Algum coração aberto ao sonhar 
Para que haja uma transformação 
E o mundo seja um lugar agradável de se viver. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Caminho incansável

 Caminho incessante, trilha sem fim, 
Por vales e montes, eis-me aqui. 
À procura de paz, em busca de mim, 
Neste labirinto onde um dia me perdi. 
 
Cada passo dado, uma sombra atrás, 
Ecos de risos, choros e talvez. 
Levando comigo os fardos, os ais, 
Sonhos quebrados, a juventude a meus pés. 
 
Até que todos os meus pensamentos, 
Se enrolem, cansados, como ventos. 
Ansiando por calma, por um fim sereno, 
Para que o peso do mundo, me seja mais ameno. 
 
E quando a noite enfim me abraçar, 
E o silêncio cantar uma canção de ninar, 
Espero que o caminho, em seu torpor constante, 
Me permita repousar, e sonhar distante. 
 
Pois no fim do caminho, onde tudo se apaga, 
Anseio por descanso, que a alma embriaga. 
E no silêncio profundo do universo a fluir, 
Que todos os meus pensamentos se cansem, 
E eu possa dormir... 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Não diz o que queres

Linda e meiga eis que surges ao longe, 
Com o vento carregando tuas memórias aladas, 
E, caminhando, vens ao meu encontro, 
Como a lua que se aproxima nas noites estreladas. 

Não diz o que queres, teu coração mudo, 
Silente em segredos, fechado ao mundo, 
Indago, então, porque provocas em mim essa paixão, 
Será que no teu peito também bate essa canção? 

Levando-me a sonhar com seu beijo doce, 
No silêncio da noite, a esperança renasce. 
Deixe-me estar ao seu lado, como sombra fiel, 
Na dança da vida, sob o mesmo céu. 

Amar-te é o que resta à minha razão, 
Em cada passo, em cada compasso do coração. 
Junto a ti, todo o universo faz sentido, 
Porque, amando-te, encontro-me perdido. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense