sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

A pequena árvore

Lá estava ela com suas folhas verdes 
Balançando pra lá e pra cá 
De forma esplendorosa 
Inspirando um rio de imaginação... 
 
Ao lado de uma pequena mercearia 
De frente ao morro com diversas árvores 
Semelhantes a ela, 
Mas, ela era diferente... 
 
Logo com ar de ansiedade 
Vinha a pequena Lucy e o pequeno Derick 
Pretendiam dar máxima atenção 
Aos seus queridos avós 
Mas não se continham e logo corriam 
A escalar seus longos galhos... 
 
Lá em cima naquela linda paisagem 
Vinham iniciar-se um mar de brincadeiras 
De diversas maneiras...
 
Aquela pequena árvore logo se transformara 
Em um imenso avião 
Com muitos passageiros 
Preparados para uma fantástica excursão... 
 
De repente se viam em um pequeno submarino 
Mergulhando sob o mar sem medo de serem vistos 
Pelo tubarão 
Que logo estava vindo... 
 
 Seus galhos começaram a tremer 
Suas folhas a se espalhar 
Já se via no imenso céu 
Um tempo de chuva a formar... 
 
A brincadeira teria que se acabar 
Senão Lucy e Derick viria a se molhar 
Lá estavam eles indo embora 
Sem saber que seria a última vez 
Que seus longos galhos escalariam com sensatez... 
 
Cada vez mais as horas avançavam 
Os minutos passavam 
Dias, meses, enfim, anos 
Mas aqueles olhares ansiosos 
Não se viam mais na esplendorosa árvore a brincar... 
 
Suas folhas verdes 
Já não transmitiam um rio de imaginação 
Somente folhas 
A se espalhar pelo chão... 
 
Mas, lá no fundo a esperança 
De que algum dia eles voltariam 
E seus galhos, já decompostos pelo tempo,
Escalariam... 
 
Em um dia não tão bonito de sol 
Se viam duas figuras 
Com braços e pernas esticados 
Sentados à sua sombra 
Sem nem a ter olhado... 
 
Com tipos eletrônicos nas mãos 
Que por sinal lhes despertavam grande atenção 
Ao reparar bem de perto 
Sim! Eram Lucy e Derick bem dispersos... 
 
Logo percebeu que infelizmente 
Seus galhos eles não escalariam 
Suas folhas eles não balançariam 
E atrás de seu tronco não se esconderiam... 
 
Mas, se encheu de grande esperança 
De que alguém um dia faria 
Reviver aquela linda magia 
Que um dia ela já transmitia... 
 
Ela teria que esperar 
Talvez em anos se acabar 
Porém, naquele momento 
A esperança rodeava, 
E mesmo que sozinha afinal 
Ela terminara... 
 
Poema: Isabella Godoi (13 anos)
Orientador: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

As virgens imprudentes

Momentos que são únicos na vida das pessoas 
Lembranças de olhares furtivos 
Que nunca disseram a verdade escondida 
No mundo que tenta permanecer intacto 
Das vicissitudes de tempos imemoriais que não voltam mais. 
Longe das estradas vicinais caminha o ébrio solitário 
Em direção a sua própria perdição. 
Seja você mesmo a andar pelas planícies 
E não toque nas flores perdidas pelo vento 
Se não quiser acordar o dragão que protege a alma dela. 
Uma vida que vale a pena viver 
Não pode ser desperdiçada com palavras vazias. 
No crepúsculo das existências falidas 
Ouve-se um lamento que não parece real 
E as donzelas perdidas escondem-se para não serem vistas 
Quando foram pegas desprevenidas. 
A única coisa que precisava era manter a luz acesa 
E nem isso elas conseguiram fazer. 
Lamentações de vidas desoladas causam repulsa e indignação 
Porque poderiam ter sido mais prudentes 
Poderiam ter pensado que aconteceria 
Mas preferiram dormir silenciosamente. 
Vencidas pelo sono mortal que atinge o ser humano 
Choram tristemente a oportunidade perdida 
Poderiam estar agora nas bodas em festa junto ao noivo 
Mas não podem porque a porta se fechou para elas. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Desejo imenso

Eu jamais poderia esquecer 
O brilho tão intenso do seu olhar 
E a sensação tão profunda 
Dos mistérios que quis desvendar. 
 
 Existia em mim um desejo imenso 
De encontrar o verdadeiro amor 
E vi no seu sorriso a esperança 
Que desabrochou como a linda flor. 
 
Seu olhar tão cheio de amor 
Foi o alento para o meu coração 
Do meu peito arrancou toda dor... 
 
Eu não temo mais a solidão 
Porque sinto de você o calor 
Que aquece em mim essa paixão. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Escrevo-te para contar como estou

Nem o silêncio pode impedir minha voz 
O meu grito que ecoa pela campina verdejante 
A saudade que não consigo esconder no peito 
Voa como os pássaros na primavera exuberante 
Os meus pensamentos vão mais longe do que o horizonte 
E escrevo-te para contar como estou nesse instante. 
 
Há no meu coração um amor tão sublime 
Uma saudade que nem o tempo consegue apagar 
Eu procuro seu olhar por onde ando 
Na esperança de um dia novamente te abraçar 
Imagino aquele amor que vi em seus olhos 
Trazendo a mim a paz que vivo a buscar. 
 
Escrevo-te para contar como estou a viver 
E como você faz parte do meu coração 
Não consigo esquecer a sua beleza 
Que afastou de mim um dia a solidão 
Em mim é tão profundo o sentimento 
Que não consigo esquecer a minha paixão. 
 
Se amar tão profundamente assim é castigo 
Não posso os deuses do amor culpar 
Eu amei seus olhos lindos pela primeira vez 
Pois acreditei que pudesse me amar 
Não sabia que poderia um dia partir 
E dessa forma tão solitária me deixar. 
 
Em meu coração há uma grande esperança 
De que um dia possas trazer-me felicidade 
Você é a flor mais bonita do jardim da existência 
O que digo sai do coração e é verdade 
Se não fora assim tão singela 
Não estaria a sofrer tanto assim de saudade. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

As mil partes do meu coração

Sentimento profundo no secreto da alma 
A saudade que devora as escondidas 
O coração que sofreu a desilusão 
Quando apostou todas as fichas naquele amor 
Que sentiu ao ver o seu olhar. 
 
Ah! Se tivesses ouvido o sussurrar do vento 
Não teria se entregado de tal forma 
Teria pelo menos visto os sinais pelo caminho 
E não estaria tão arrasado como agora 
Sem saber o rumo certo a seguir. 
 
Tão bela e tão cruel foste tu 
Ao esquartejar meu coração em mil partes 
E não há lugar neste mundo 
Onde posso esconder a minha dor 
Que insiste em seguir-me por onde vou. 
 
Sou a sombra triste de um dia que se vai 
A estrela solitária de uma noite fria 
Tudo era tão bonito com você 
Que não sinto mais beleza no meu viver 
Desde que se foi na manhã fria de inverno. 
 
Resta-me chorar a saudade de você 
Na minha triste solidão tão profunda 
Esquecer seus olhos lindos 
O sorriso que alegrava os meus dias 
Ou acordar deste sonho tão terrível. 
 
 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Diário de uma paixão

Nada havia mudado naquela rua de chão coberta de cascalho desde o dia em que ali tinha estado pela última vez. 
Olhei para a pequena árvore que deixava folhas pelo chão e lembrei-me de sua silhueta exuberante. 
Ainda era possível sentir o aroma peculiar de seus lábios e, mais incrível ainda, ouvir as batidas do seu coração. 
Claro que me lembrava dos seus lindos olhos castanhos e do mistério que eles escondiam em si. 
O sorriso, tão encantador como o por do sol da primavera, também vinha a lembrança neste momento. 
Todas essas lembranças passam na minha mente como na tela de cinema e faz meu coração palpitar. 
Agora sinto uma angústia apertá-lo e uma saudade sem fim esmagá-lo sem piedade. 
Na linha tênue do tempo eu a perdi e nem mesmo sei onde estão os teus passos neste momento. 
Olho outra vez para o nosso cantinho de amor e registro em meu diário as lembranças inesquecíveis desta paixão. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Por que tudo se acaba com o vento?

Faz silêncio por onde ando 
E não ouço nada de perturbador 
Como os monstros que via naqueles olhos. 
Não ouço mais o vento 
Nem vejo folhas sendo carregadas de um lado para outro 
Na minha cabeça a tristeza 
No coração a indagação: 
Por que tudo se acaba com o vento? 
E não faz sentido a minha pergunta 
Quando ninguém está nela interessada. 
Continuo andando sozinho pelo mundo 
Mas é onde consigo ver as pequenas coisas 
As fragilidades que destruíram tudo a minha volta. 
Nem preciso caminhar 
Apenas deixar-me descansar nas sombras 
Tentando ver além das nuvens 
Onde foi que errei tanto assim. 
Agora não adianta lamentar 
Nem mesmo tentar esconder-me dos seus olhos 
Tudo se perdeu na tempestade 
A saudade de uma vida 
Levada pelo vento. 
Estou só e não vejo mais nada 
Quando tudo é coberto pela escuridão da noite 
Da última noite que ainda me lembro. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Será que não lembra?

Ah! Esse amor! 
Deve começar com essa exclamação 
Porque arde no coração 
A força de uma imensa dor. 
 
Na manhã do tempo 
Que os lábios se entrelaçaram 
Que nossos olhos se encontraram 
Nas asas daquele vento. 
 
Será que não tens a lembrança 
Das promessas juradas 
Ao anoitecer e nas madrugadas 
De toda nossa esperança? 
 
Um tão bonito amor 
Que o tempo fez brotar 
Na noite escura fez brilhar 
No coração um calor. 
 
Resta em nós um desejo 
Será que não lembra assim 
Do amor que sentia por mim 
Na noite daquele beijo. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

A Personagem

Seus olhos sorrateiros procuravam 
Talvez um lugar para repousar 
Seu corpo cansado da vida 
E das batalhas cruéis da lida 
Que tivera que lutar. 

 Seus sonhos foram desfeitos 
Na tarde quente de verão 
Tudo que imaginava 
Que sua alma desejava 
Ficou desfeito no chão. 

 Tentou construir uma história 
Onde seria a personagem 
As desilusões da vida 
Deixaram-lhe grandes feridas 
Interromperam sua viagem. 

 Seus passos eram trôpegos 
Triste de se ver 
A vida que imaginou 
No mundo não encontrou 
Pois o mundo só faz sofrer. 

 Ao entrar naquela humilde igreja 
A presença de Deus pôde sentir 
Uma paz adentrou o coração 
Do seu peito saiu toda ilusão 
E sua vida vale a pena existir. 

 Agora é uma nova personagem 
De uma história transformada 
Seus olhos são brilhantes 
Seus passos são confiantes 
Nesta nova caminhada. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Não ter medo de encarar os desafios da vida!

Quando paramos para pensar sobre a vida 
E abre-nos um leque de opções 
E indagações pertinentes: 
– Como ter uma vida que faça sentido? 
Alguns conselhos servem-nos de conforto 
Como cortar as amarras do passado. 
Se te faz sofrer, por que remoer? 
É melhor dar ouvidos ao chamado do destino 
E trilhar o caminho a seguir 
Olhando para os conselhos do oráculo 
Tendo consciência de si mesmo. 
 
Não ter medo de encarar os desafios 
As realidades presentes em nossa vida. 
Que cada escolha que façamos 
Possamos estar cientes das responsabilidades. 
Afinal, com grandes poderes, 
Vem grandes responsabilidades! 
Quando tomamos decisões 
Geramos uma cadeia de acontecimentos 
Por isso a necessidade de pensar antes de agir 
E nunca fazer as coisas sem um planejamento. 
 
É preciso alinhar a direção de nossas vidas 
Como um barco em alto-mar 
Navegando mares de possibilidades 
No destino do porto seguro de nossas ações 
Viver aventuras e encontrar felicidade. 
Livrar-nos das armadilhas dos labirintos 
De nossas indecisões 
Que causa estresse e corrói a alma. 
 
É importante pensar positivo 
Ser protagonista de nossas próprias histórias 
E não apenas vítimas da sociedade. 
Tomar as rédeas da vida é saber ousar 
É acreditar no potencial 
Abrir a chave do sucesso e alimentar a alma. 
 
Viver é uma dádiva 
Da qual não podemos desperdiçar nenhum minuto sequer. 
Cada novo alvorecer nos oferece possibilidades 
De caminhar rumo ao desconhecido 
Descobrindo novas paisagens 
Que nos levam a felicidade. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

A dor escondeu-se no silêncio

Ergueu os olhos e era possível ver 
Uma esperança neles brilharem 
Mesmo sabendo que parecia ser tarde demais 
Para que houvesse arrependimento. 
Brincou com o coração dela 
Como se fora uma pequena lua escondida 
E nem imaginou que tudo mudaria para sempre 
Quando viu sua alma vazia de sentimento. 
A dor escondeu-se no silêncio 
Que não poderia mais acontecer 
Porque sentia as batidas do coração 
Por onde quer que andasse. 
Tudo não passara de uma grande ilusão 
Que dilacerou todas as esperanças 
De alguém que nele acreditou 
Contra todos os prognósticos contrários. 
Agora só resta o lamento 
Que pode ser ouvido a longa distância 
Pelos caminhantes perdidos na floresta 
Iludidos pela lua nebulosa da madrugada. 
Era o sonho da sua vida 
Poder caminhar com ela pelo jardim 
Que agora não mais floresce 
E nem tem onde receber as borboletas. 
Tudo se esvai como o tempo 
Perdido na ilusão de uma vida 
Tudo perece na alma 
De quem tem um amor escondido. 
 
 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 13 de fevereiro de 2021

As sobras da vida

Por que jogas fora a tua vida 
Gastas o teu tempo com coisas banais 
Não vives a plenitude da vida 
E pensas que serás imortal? 
Dizes que viverá na velhice 
Na aposentadoria 
Mas, nem mesmo sabes o dia de amanhã 
E nem se terá um outro ano para viver. 
A vida é breve 
O tempo é curto 
Não se pode desperdiça-lo com bobagens 
Não se pode gastá-lo com bebedeiras 
Com festas e ociosidades. 
Olharás para o que passou 
E verás que não viveu o que poderia 
Tua alma ter vivido. 
Por que aceitas as sobras da vida? 
Por que jogas tempo fora? 
Dizes: "Aos cinquenta anos vou viver 
Aos sessenta, curtirei minha aposentadoria" 
E não vives o hoje, o agora. 
Não saberás tu o dia vindouro 
Que podes nem mesmo existir para tu. 
Não contentes com as sobras da vida 
Esforça-te em viver 
O aqui e o agora 
Dando valor ao fôlego de vida 
Que o Criador concede-te para viver! 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Hipócritas

Queres passar pelo que não é 
Queres tirar proveito 
Tens interesse em enganar o próximo 
Tapear o que desprezas na fé. 
 
Tu és um simulador 
Por fora belo jazigo 
Por dentro ossos pútridos 
Não tens um pingo de amor. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

No alvorecer do seu olhar

Me perdi na caminhada 
Meus pés vacilaram ao ver-te tão bela 
Como a luz brilhante do sol 
A sair na manhã de céu aberto. 
Queria caminhar para longe 
Ir em busca de refúgio 
Para minha alma tão carente 
De um amor que não encontrei. 
No alvorecer do seu olhar 
Pude ver um horizonte 
Que me indicava uma esperança 
Em viver um grande amor. 
Como um bálsamo suave 
Minhas feridas foram saradas 
Meus sonhos se refizeram 
Ao ver suas mãos estendidas para mim. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

A deusa da minha poesia

O encanto que emana de seus olhos 
A meiguice do seu sorriso 
E a sua alma singela 
É tema da mais linda melodia. 
 
Por seu amor tão puro 
E pela sensibilidade do coração 
Canto a ti essa canção 
Pois tu és a deusa da minha poesia. 
 
Cantar-te-ei o meu sentimento 
O amor que vi em seu olhar 
Que transforma o meu dia a dia 
 
Você é a beleza mais pura 
Que meus olhos já puderam ver 
Um sonho em forma de nostalgia. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Hiroshima

Quem poderia imaginar o terror? 
A maldade humana sem limites 
Quem poderia imaginar que nunca mais veria as flores 
A inocente criança que corria pelo jardim 
Da praça em flores e borboletas? 
O som vindo do céu não é de paz 
A vingança desce como uma guilhotina 
Separando a cabeça da humanidade 
Sangue e cinzas 
Gritos e desesperos de vidas perdidas 
No limbo da Grande Guerra. 
Quem poderá dizer que não havia esperança 
Que era preciso destruir a paz? 
O que é o homem na sua fúria cega 
Na sua maldade cruel? 
O sonho desfeito na última manhã da jovem apaixonada 
O último olhar da criança para a pipa a voar 
Tudo dissipado pela explosão ensurdecedora 
E derretido pelo calor atômico 
Da destruição em massa. 
Memórias de uma atrocidade sem justificativa 
De uma ação humana 
Que não pode ser mais repetida. 
Somos humanos que pensam 
Desejamos um mundo melhor em que prevaleça a paz 
Não se pode destruir sonhos inocentes 
Pela loucura da guerra! 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Não tenha medo do silêncio

Não tenha medo do silêncio 
O silêncio que te ouve 
Te conduz ao auto-conhecimento 
Andar devagar 
Para apreciar o caminho. 
Não tenha medo do silêncio 
Pare de falar e ouça 
Quando os nervos estiverem à flor da pele 
Evitarás muitos males 
Na sua vida 
Ouça sua voz interior 
E viva uma vida com mais alegria! 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

De tudo ficou um pouco

De tudo ficou um pouco. 
Ficou a saudade de tempos alegres 
De sorrisos verdadeiros 
De felicidade. 
Ficou a lembrança das tardes quentes 
Das conversas intermináveis 
Dos sonhos compartilhados. 
Ficou a tristeza de olhos chorosos 
De desejos frustrados 
De alma sequiosa. 
Ficou a ternura de momentos raros 
De quando olhávamos as estrelas 
E contemplávamos a imensidão. 
Ficou a verdade do amor 
De todas as paixões vividas 
De todas não realizadas. 
De tudo ficou um pouco 
E, esse pouco é o tudo 
Que não se pode esquecer. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Essa religião

Essa religião 
Que tira a paz e a razão 
Põe no inferno a solidão 
E arranca sem dó o coração... 
 
Por algum motivo banal 
Faz pensar naquele mal 
No olhar tão fatal 
Que ela deixou no final... 
 
Uma religião que fez renascer 
Nos olhos meigos florescer 
A paixão que vi nascer 
E sem dó nenhuma fez morrer... 
 
Chora agora sozinho 
Lamenta o erro do caminho 
Não viu os pássaros no ninho 
E dela não teve carinho... 
 
Tudo isso pareceu ser o fim 
De uma amor tão forte assim 
Que estava disposto a dizer sim 
Mas, tudo acabou, enfim... 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 6 de fevereiro de 2021

Mal acariciada pelo destino

Lamentas o tempo desperdiçado 
A vida que se esvai pelos dedos 
E a tristeza do que poderia ter feito 
Diferença neste mundo. 
Lamento de uma vida que percebe 
Ter sido mal acariciada pelo destino. 
Quantas coisas poderia ter sido diferente? 
Quanto tempo jogado fora 
Com coisas supérfluas? 
Às vezes gastamos tão mal o nosso tempo 
Que resta-nos só o sofrer 
A angústia 
O desejo da morte 
Quando ela se torna bem-vinda ao chegar. 
Às vezes costumamos pedir mais tempo 
Alguns anos a mais de vida 
Para quê? 
Não aproveitamos o tempo que temos 
E tudo se vai como sempre 
As rotinas, o ócio e as imprudências 
E o tempo se foi para sempre. 
Talvez seja o tempo da reflexão 
De uma mudança de atitude 
Em relação a vida que estamos vivendo. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Se eu soubesse que a dor fosse tão terrível assim


Ah! Se eu soubesse! 
Se soubesse que ao partir sentiria sua falta 
Que não veria mais o seu sorriso 
Se soubesse tudo isso 
Eu não teria partido. 
 
Se eu soubesse que a dor fosse tão terrível assim 
Eu não teria me despedido 
Não teria caminhado 
Rumo a minha solidão 
Nem teria arriscado perder você para sempre. 
 
Se soubesse que meus dias seriam solitários 
Que não saberia como viver sem o seu sorriso 
Sem a sua alegria contagiante 
Que contrastava com minha tristeza 
Eu não teria pensado na despedida. 
 
Ah! Se eu soubesse 
O quanto a solidão é difícil 
O quanto as noites são silenciosas 
E o quanto o frio é cruel comigo 
Eu não teria abraçado o adeus. 
 
Mas, agora tudo parece perdido 
Seus olhos estão distantes dos meus 
Não vejo você nem nos meus sonhos mais 
Só uma dor terrível a dilacerar a minha alma sem piedade. 
 
Ah! Se eu soubesse! 
Entregar-te-ia a minha vida inteira 
Sem pensar duas vezes! 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Os teus passos parecem que tem o som da solidão

Eu invento as flores 
Vejo a saudade voando pelo jardim 
E fecho os olhos para não ver as nuvens 
Porque quero esquecer tudo o que ficou para trás. 
Então deito-me na sombra de uma árvore 
Na esperança de poder descansar 
O meu coração ferido pela saudade 
Que um dia vi em seus olhos. 
Não há um silêncio porque ouço passos vindo em minha direção 
Os teus passos parecem que tem o som da solidão 
E permaneço de olhos fechados 
Esperando que sinta os seus lábios tocando os meus. 
Nada acontece e abro os meus olhos 
No horizonte contemplo a imagem tremulante 
Mas é apenas uma miragem 
De um amor que nunca mais poderei sentir. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Protestos de um morador de rua eloquente

Você quer tapar os ouvidos para não ouvir os meus brados 
Não sou como você pensa 
Não pode considerar o meu estado como deplorável 
Você não sabe porque estou aqui 
Você não conhece minha vida. 
Eu ouço o barulho das ruas! 
Eu vejo as misérias nas calçadas 
Eu sinto o odor dos becos. 
Não sabes tu o que a vida lhe reserva 
Não conheces o dia futuro 
Nem tens a revelação do que te poderás acontecer. 
Empinas o nariz e te achas o tal 
Que menospreza o teu próximo. 
Dizes-te cristão mas não repartes o teu pão 
E passas de largo 
Não queres enxergar as misérias das ruas. 
Olhas para mim com olhar de desprezo 
Como se não existisse em mim uma alma. 
Sabes a cor do sangue que corres em minhas veias? 
Será diferente do teu? 
Ouça-me! 
Atentes-te ao meu brado 
Ouça o meu protesto. 
Estou na rua por causa das injustiças 
Da corrupção, da ganância 
De governos inescrupulosos. 
Estou na rua. 
Mas, não sou menor do que qualquer outro ser humano. 
Apenas estou na rua. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Porque certas pessoas são cegas em suas paixões

Bem que eu poderia ter dado ouvidos à voz interior 
Que me dizia para ir mais devagar. 
Mas, eu estava cego. 
Meus pensamentos me conduziam apenas na direção daquele olhar. 
Eu já tinha visto outros olhares na minha vida. 
Muitos. 
Mas, nenhum com tanta intensidade como aquele. 
Parecia que havia um mistério. 
E, na verdade, havia mesmo. 
Algo misterioso arrebatou os meus sentidos. 
Logo eu que sempre tinha sido um cético com relação a isso. 
Me perguntava sempre porque certas pessoas 
São cegas em suas paixões por outras pessoas. 
Ignorava o fato de que isso poderia acontecer comigo. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense