quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Você olha pela janela

Uma saudade incontida no coração 
O desejo de amar intensamente 
Mais uma vez que seja 
Apenas viver esse momento 
Que o coração sente profundamente 
O sentimento de amor inesquecível. 
 
Você olha pela janela 
E não vê o horizonte que um dia desejou 
O vento toca os cabelos 
E a saudade intensifica-se 
Nostalgicamente 
Dando a impressão de que tudo chegou ao fim. 
 
Mas no fundo da alma 
É possível perceber a fagulha 
De um amor que atravessa o tempo 
Na esperança de outro dia renascer 
Porque o amor nunca termina 
De forma tão trágica assim. 
 
Ao olhar pela janela 
Vê-se a esperança 
Que sempre guardou secretamente no coração 
Acender a chama dessa paixão 
A nostalgia do verdadeiro e único amor 
Que um dia repousou em seu pensamento. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Ando em ruas de paralelepípedos

Os pensamentos são contínuos 
Como os pássaros que voam nas árvores da praça 
Eles voam sem direção certa 
Fazem a dança perto das nuvens 
E cantam a canção de uma saudade qualquer 
No por do sol da cidade bicentenária. 
 
Ando em ruas de paralelepípedos 
Na esperança de encontrar 
Aquele olhar tão misterioso 
Que vi em uma das janelas dos casarões antigos 
Eles pareciam querer me dizer alguma coisa 
Como se eu soubesse o meu caminho. 
 
Sou de um tempo diferente 
Onde os sonhos eram vívidos 
Nas cores vibrantes do por do sol 
Que podiam ser vislumbrados 
No encosto do Cais. 
 
Tudo fazia sentido no tempo 
Ao caminhar pelas ruas estreitas 
Que há muito tempo havia selado o destino 
Dos caminhantes solitários 
Que almejavam a liberdade para voar 
Livremente no horizonte. 
 
Agora vejo os inúmeros carros 
Que se espremem com as pessoas 
Nas ruas de paralelepípedos 
Tirando a paz que envolvia os seus transeuntes 
Nos tempos saudosos de outrora. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Caminhos diferentes

Ao contemplar seus olhos tristes 
Que há muito tempo não os via; 
Notei a diferença de tempos idos 
No qual você sempre sorria. 
 
O tempo que perpassa a angústia da ausência 
Transformou aquele olhar; 
Outrora tão meigo e singelo 
Num espectro difícil de amar. 
 
Peregrinaste durante anos 
Em busca da felicidade; 
Mas esqueceste que a dispensaste 
Preferindo viver de saudade. 
 
 Hoje voltaste ao lar querido 
Na esperança de rever o amor; 
O tempo da espera foi terrível 
Mas, o tempo, ajudou a superar essa dor. 
 
Não é possível voltar atrás 
Uma vez que o amor em mim morreu; 
Sigo meu caminho mesmo te amando 
Porque o coração que mais amou foi o meu. 
 
E, por te amar profundamente, 
É preferível que viva a vida que sonhou; 
Pois o caminho que andas 
Nunca foi o que me interessou. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

O preconceito na Sociedade Brasileira

Quem faz a limpeza 
Mesmo depois de abolida a escravidão? 
As mãos negras da nação. 
Lava a roupa suja 
Tira o lixo 
Dirige o carro 
Até nas novelas, aparece 
O trabalho escravo 
Esfrega o chão 
Vida dura é esta do escravo. 
Preconceito racial 
Nas piadas 
Nas expressões corriqueiras 
"A coisa está preta" 
"Nuvem negra" 
Uma triste herança 
De mais de três séculos de escravidão. 
Quando haverá 
A verdadeira emancipação dos negros? 
A luta pela cidadania 
É tarefa gigantesca 
Para todos nós 
Contra o preconceito 
Na sociedade brasileira. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 25 de setembro de 2021

Entrevista com o Poeta Cacerense

    Odair José, Poeta Cacerense, concede uma entrevista na Praça Barão do Rio Branco, um marco da cidade de Cáceres, no Mato Grosso, a Princesinha do Rio Paraguai. 
 
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Veja a entrevista

 
 
Link da entrevista
 

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Conseguimos pão arriscando as nossas vidas


Então não quer que eu fale 
Ameaça-me para que me cale 
Diante da fome é impossível 
Pois pode se ouvir o ronco da barriga 
Que há dias não sente o alimento. 
 
Cobram a lenha que deveria acender o fogo 
E arrancam das minhas mãos tremulas 
O pão que consegui com muito suor 
Minha pele gruda nos ossos 
E a boca está seca como o deserto. 
 
Conseguimos um pedaço de pão 
Quando arriscamos a nossa vida 
Por causa do medo constante 
Já não sabemos o que é alegria. 
 
Tudo sobe todos os dias 
Falam em uma tal inflação 
Que não existia 
Um leão que ruge sem parar 
Ameaçando a nossa liberdade. 
 
Tenho fome, grita a criança, 
Enquanto um velho é escorraçado 
E os líderes se reúnem às escondidas 
Em suntuosos resort 
E riem da desgraça alheia 
Onde falta a merenda escolar 
Quem dera fosse apenas mais um pesadelo 
Que seria disperso ao amanhecer. 
 
Até quando clamarei por justiça 
E terei meu grito abafado 
Pelos políticos dessa nação 
Que não cumpre a constituição? 
 
 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Aquela velha história sempre tão mal contada

Vacilastes com seus próprios pés 
O leite foi derramado 
Nem adianta chorar lágrimas de crocodilos 
E abrir os olhos na escuridão 
Porque agora já era. 
 
Aquela velha história sempre tão mal contada 
Faz parte de subterfúgios esdrúxulos 
Que nem vale a pena ficar lembrando. 
 
Enganas o incauto, o ingênuo 
Puxa o tapete dos imbecis 
Que vivem a lhe bajular. 
 
Às águas do rio estão a secar 
E os transeuntes tropicam nos paralelepípedos 
Que se soltam com o tempo 
E os ipês estão floridos 
Porque chegou a primavera. 
 
Houve um tempo não tão distante na memória 
Que as mulheres conversavam nas janelas 
E as crianças brincavam de pega-pega nas calçadas 
Os carroceiros meneiam a cabeça 
Como se o mundo pertencesse a eles. 
 
Um homem esbraveja na vendinha da esquina 
E os cachorros latem 
Na captura de um gato que se esconde no jirau 
Encoberto pelas folhas do maracujá 
Nos dias de sol 
Apenas mais uma velha história mal contada 
Que não quero nem saber 
O final. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Se(mente)

Tudo a favor dos amigos dos teus amigos 
Favores sem a moral 
Um veneno que intoxica 
Um mal que assola a nação 
De um povo sem noção 
Da triste realidade que o cerca... 
 
Êxtase político 
Imaginam um mito 
Transformando a sociedade 
Sem lembrar que a juventude 
É subversiva 
E o mundo está tão selvagem 
A sociedade divergente 
Se(mente) 
Descaradamente... 
 
Será que somos tão ingênuos 
Que não sabemos fugir? 
 
Não há mentira que esconda a verdade 
Não há um sorriso que desfaça a nossa dor 
Porque o que procuramos 
Não está escrito nas estrelas 
Nem nas cartas de tarô 
Nunca fui um robô 
E o povo só precisa 
Mudar de direção... 
 
Vivemos em um sistema 
Onde a política 
É a arte de fazer barganhas 
E o diagnóstico revela 
Que não há nenhuma melhora 
O vírus da corrupção 
Não foi erradicado da nação... 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Nasce o sol na Princesinha

Nasce o sol na Princesinha 
E no meu coração uma canção 
Em gratidão ao belo esplendor 
Das maravilhas do Criador 
Nesta cidade tão cheia de emoção. 
 
No Pantanal mato-grossense 
Cáceres de beleza singular 
Cidade de uma história bicentenária 
De fábula tão lendária
Que é impossível não amar. 
 
Princesinha do Rio Paraguai 
Tu és única neste mundo 
Seus encantos são impressionantes 
Como as manhãs radiantes 
Que nos faz sentir amor profundo. 
 
Cantar-te-ei em prosas e versos 
Enquanto eu aqui viver 
Falando sempre de sua gente 
Aqueles que são contentes 
E que não conseguem te esquecer. 
 
Cáceres não é apenas uma cidade 
É uma joia de rara beleza 
Com seu povo alegre e hospitaleiro 
De sangue bem brasileiro 
Transmite a paz em sua leveza. 
 
Aqui é onde um dia nascemos 
E com muito amor vamos caminhando 
Um dia é quente e no outro, muito calor, 
Mas em ti existe um amor 
Que nosso coração vive sonhando. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Lembranças

 A canção de hoje é uma triste recordação 
De um tempo que está distante no passado 
E que bate a minha porta neste alvorecer. 
Triste recordação talvez não seja a realidade 
De tempos que foram tão bons 
Mas, que apresenta lembranças difíceis de esquecer. 
 
Seus beijos tão suaves nas noites de amor 
Suas mãos a percorrer meu corpo 
Enquanto estávamos deitados sob a luz do luar. 
Sua voz dengosa e calma 
Sussurrando palavras de esperanças futuras 
Imaginando sonhos e anseios a desejar. 
 
 Seu carinho era o ardor 
Que me fazia caminhar na jornada da vida 
E, movia-me na direção da felicidade. 
Seu entusiasmo tão comovente 
Era a chama que aquecia meu inverno 
E projetava-me a eternidade. 
 
 Lembranças de um tempo lindo 
De sonhos construídos 
Na esperança do coração. 
Onde estarão seus olhos meigos 
Nesta noite de angústia 
Em que não consigo combater a solidão? 
 
Solidão que me assusta 
Que me mostra o quanto sou incapaz 
De longe de você viver. 
O amor já não está aqui 
E as lembranças torturam-me impiedosamente 
Onde não consigo te esquecer. 
 
 Lembranças que me conduz ao passado tão distante 
De uma linda primavera 
Em que juntos andávamos entre as flores do jardim. 
Lembranças que me apresenta um presente 
Diferente do que imaginei 
Onde você não pode estar junto de mim. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Apenas resquícios de um fragmento qualquer

Nunca poderia ter imaginado nada do que sentia agora 
Nem mesmo havia pensado que seria assim 
Uma vida inteira pela frente existia 
Quando não pensou direito 
Diante do olhar tão encantador na tarde de verão 
Onde o vento carregava as nuvens 
E balançava as folhas 
Onde sob sua sombra ela descansava. 
 
Como uma flecha lançada sem direção certa 
Sentiu o coração ser atingido 
E não quis saber de outra coisa 
Porque nos seus pensamentos só havia espaço 
Para o sentimento que ali nascera 
Como se não existisse mais nada no mundo. 
 
Agora olha o horizonte distante 
Do lugar onde consegue lembrar os dias passados 
E sorri de forma graciosa 
Que ninguém consegue decifrar o que passa em sua mente 
Mas, sabe bem do que sorri assim tão bucolicamente, 
Porque sabe que são apenas resquícios 
De um fragmento qualquer. 
 
Não há ilusão quando se lembra dos bons tempos 
Do encanto que havia no olhar 
Da esperança que reinava no coração 
Mesmo que não saiba onde estão aqueles olhos agora 
Nada pode apagar as lindas lembranças 
De um verdadeiro amor que existiu no tempo. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 18 de setembro de 2021

Quando ouvi

Sou aquele que viu a aflição 
Que andou em trevas e não na luz 
Eu sentia minha carne envelhecendo 
E os meus ossos sendo todos quebrados 
Parecia que tinha um muro cercando-me 
E só existia trabalho. 
Estava assentado em lugares tenebrosos 
Com os cadáveres dos mortos sob meus pés 
As correntes apertavam meus punhos 
E ninguém ouvia os meus gritos. 
Havia pedras pontiagudas no caminho 
Que sangrava os meus pés 
Até um urso tentou devorar-me 
Quando não vi a emboscada 
Eu era um alvo fácil 
Para as flechas da desolação. 
Era motivo de zombaria 
Com as canções de escárnio sobre mim 
Havia amargura no meu coração 
Como se tivesse bebido uma taça de fel. 
Não tinha paz na minha'alma 
E não sabia fazer o bem. 
Quando parecia ter perecido a minha força 
E dissipado minha esperança 
Foi quando ouvi a suave voz, 
E disso me recordarei no meu coração: 
- Vinde a mim todos os cansados e oprimidos 
E Eu vos aliviarei... 
As misericórdias do Senhor 
São as causas de não ter sido consumido 
Porque a sua misericórdia não têm fim! 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Sei que existe algo por trás do seu sorriso

Tens o sorriso mais lindo que meus olhos já viram 
E não consigo disfarçar a sensação 
Que sinto em mim todas às vezes que o vejo 
É como se o sol voltasse a brilhar 
Depois de uma noite de tempestade 
O seu sorriso contagia e trás esperança. 
 
 Tens o sorriso que encanta a alma ansiosa 
De amor e que sonha constantemente 
Que a vida pode ser mais do que os olhos veem 
E esse sorriso transforma tudo ao seu redor 
Como as flores na primavera 
Fazem a beleza das rosas e encanta as borboletas. 
 
Mas sei que existe algo por trás do seu sorriso 
Que não consigo ver além do seu coração 
Talvez um amor escondido 
Ou quem sabe uma grande desilusão 
De um tempo remoto no tempo 
Como se tudo fosse possível apagar. 
 
No seu sorriso vejo a esperança 
Vejo o amor que nunca tinha sentido antes 
E sei que nem tudo pode ser conquistado 
Mas, nesse sorriso, não vejo além do seu coração 
Não sei os mistérios nele escondido 
E só me importa vislumbrar tão lindo sorriso 
Para esquecer as minhas angústias. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Bons conselhos para a vida

Se pretende ser dependente 
Que seja de coisas boas 
Faça atividades físicas 
A prática de atividades físicas 
Libera substâncias naturais do corpo 
Que combatem a dor e melhora o humor. 
Pratique algum esporte de competição 
Ouça boa música 
Dance 
Toque um instrumento 
Componha uma letra de música 
Ou apenas aprecie a canção. 
Desenvolva a prática de serviço ao próximo 
Tire o foco de si mesmo. 
Tenha alguns passatempos 
Descubra algo que goste de fazer 
Tire fotos 
Cozinhe 
E não terá ressaca no outro dia. 
Desenvolva o seu aprendizado 
Ligue-se em aprender 
Busque a sabedoria e conhecimento 
De coração. 
Respeite e valorize a sua família 
Ninguém gosta mais de você do que ela. 
Tenha fé 
A fé é o firme fundamento daquilo que não se vê 
A fé pode dar significado a sua vida. 
Tenha amigos 
E valorize os bons amigos 
Aqueles com os quais pode compartilhar 
Os seus problemas. 
Eis o segredo para uma vida melhor! 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Felicidade

Tal como uma pluma levada pelo vento 
A felicidade de alguém se desfaz 
No amanhecer de um novo dia 
Nem mesmo as boas lembranças da noite 
Onde reinou as carícias de um louco amor 
Pode descrever tão singela melodia. 
 
Felicidade que termina 
Como a alegria do carnaval 
Na quarta-feira de cinzas 
As lembranças de risos desconhecidos 
Alegria tão passageira 
Como as nuvens nas tardes de verão. 
 
Tudo não passa de um sonho irreal 
De uma louca vontade na vida 
Que apaga da memória os sonhos 
Um desejo tão incontido 
No secreto de uma alma sonhadora 
Na busca de uma tal felicidade. 
 
Tristeza não tem fim 
E nem hora marcada para chegar 
Enquanto a felicidade sim 
Ela se vai como a escuridão da manhã 
Ao sair do sol imponente 
No coração que fica a sonhar. 
 
 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Aquelas flores não dizem mais nada


Houve um tempo em que o silêncio 
Parecia ter voz 
Havia murmúrios pelos cantos da sala 
Vozes que pareciam de fantasmas 
E podia-se sentir até o perfume no ar. 
 
No canto escuro do cômodo 
Um jarro com inscrições gregas 
Tentava salvar um buquê de flores 
Que alguém tinha enviado pelo florista. 
 
Aquelas flores não dizem mais nada 
Servem apenas para atrair as moscas 
Como uma carcaça de algum animal morto 
Abandonado pelo caminho. 
 
Um cenário de total abandono 
De vidas que se foram na eternidade 
Lembranças de sofrimento e dor 
Por sufocar sem razão 
O sentimento do triste coração. 
 
Mas, tudo não passa de ilusão 
De uma mente bastante confusa 
Que procura desesperadamente a solução 
Para esquecer os infortúnios da vida 
E apagar a memória deste sentimento. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Se Acaso Você Chegasse

Tudo poderia ser tão diferente 
Haveria um motivo para sorrir 
Eu veria as flores no jardim 
E as borboletas voarem 
Se acaso você chegasse 
De mansinho e me abraçasse... 
 
Vivo com você a sonhar 
Nos meus pensamentos só você 
Porque há em mim um sentimento 
Que preenche todos os espaços 
Da minha vida sonhadora 
E tudo seria tão maravilhoso 
Se acaso você chegasse. 
 
Deito-me no silêncio da noite 
E imagino o seu lindo sorriso 
Seus olhos tão meigos 
Levam-me a desejar estar com você 
E eu penso como seria tão bom 
Se acaso você chegasse 
E permanecesse comigo para sempre. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Segredo

Outro dia, outra espera 
Sem saber onde está seu coração; 
Uma vida a espreita do sonho 
Na esperança de uma razão. 
 
Estar junto à você 
Revelando o mais profundo segredo; 
Sentir a magia do amor 
De nada no mundo ter medo. 
 
Não sabia que era perigoso 
O viver a partir desse dia 
Que vi seu olhar misterioso; 
 
Nada em você escondia 
O sonho tão ditoso 
Na canção dessa poesia. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 12 de setembro de 2021

Eu tentei viver a vida com sonhos

Eu nunca soube lidar com essa solidão 
Nem mesmo nos momentos 
De eterna alegria de dias inteiros 
Era como se faltasse alguma coisa 
Que deveria completar toda essa existência 
E as perguntas borbulhavam em minha mente 
Como se fora sopas de letrinhas
E me pergunto:
O que faço aqui neste tempo tão sombrio da humanidade? 
 
Eu deveria olhar para as flores do caminho 
Ou os pássaros que cantam 
E depois voam com o meu barulho 
Eles sempre seguem o destino do vento 
Ou se escondem nos seus ninhos 
Para não serem pegos nos laços 
E arapucas armadas secretamente 
Alguns até mesmo pousam nos espantalhos 
E observam os insetos devorando as lavouras. 
 
Eu poderia esquecer as tristes lembranças 
Do tempo perdido em rodas de brincadeiras 
Que não faziam sentidos para mim 
E questiono a forma que era influenciado 
Pelas palavras empolgantes dos colegas 
Ou pela vontade e esperança de estar perto dela 
Da musa que inspirava minhas canções 
Em tempo que não existem mais. 
 
Eu só não me lembro agora dos sorrisos 
Das gargalhadas que o tempo levou para longe 
Porque não foram assim tão importantes 
Mas, lembro-me das lágrimas que escorreram 
No secreto de um quarto solitário 
Quando não sentia o calor do abraço da minha mãe. 
 
Eu tentei viver a vida com sonhos 
E utopias que nunca se realizaram 
Porque desejava conquistar o mundo 
E ninguém se importava com isso 
E ao descobrir que estava sozinho 
Deixei de acreditar que alguma coisa pudesse fazer sentido 
Se tudo não passava de uma eterna frustração. 
 
Eu sonhei com um mundo tão perfeito 
Que me esqueci das injustiças humanas 
Arraigadas em corações insensíveis 
Que menosprezam as dores alheias e destroem as alegrias 
Que invejam as conquistas dos outros 
E não valorizam as vitórias de quem tanto lutou. 
 
Eu só não me deixei ser abatido 
Por todas as mazelas do mundo que me cercavam 
Porque tive em mim um coração otimista 
E consegui ver uma fagulha de esperança 
Da bondade divina no coração humano 
E essa chama alimentou meus sonhos 
De viver uma vida diferente em meio a essa sociedade. 
 
Eu prezo agora pela paz que conquistei 
Ao deixar a vida seguir o seu curso 
Sem cobranças, sem constrangimentos 
Deixando que cada um siga o seu caminho e suas escolhas 
E enfrentem o seu próprio juízo. 
 
Eu sou feliz com o que conquistei 
Com a liberdade das palavras que voam os espaços 
Que vão onde eu jamais poderia ir 
Que alegram os corações que eu não conheço 
Mas que conforto ou desperto quando falo 
O que faz sentido para mim. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 11 de setembro de 2021

Escravidão moderna

Para quem não tem coragem de pensar 
Aos que tem a mania de fazer rodeios 
Não posso dimensionar o universo do poder mental 
E sei o quanto é complicado renegar os pecados 
Que assola um mundo sem escrúpulo 
Que aterroriza os excluídos 
Vagando perdidos sem nenhum abrigo. 
 
Eu tenho coragem de bradar contra o sistema 
Ou minha vida é uma vergonha 
Cujo destino é ser invisível 
Numa sociedade tão caótica e sem compaixão? 
 
Dou esmolas para um defunto vivo 
Que bate ao meu portão 
Ou cerca-me no semáforo 
Onde espero o verde de uma nova esperança 
E adormeço para não morrer de tédio 
Sentindo a miséria de algumas vidas. 
 
Negam os direitos básicos do cidadão 
Renegando-o a escravidão moderna 
Em salas fechadas e sem câmeras 
Negociam as cabeças dos bodes expiatórios 
E insultam a inteligência da humanidade. 
 
Militarizam as escolas 
Abrem-se as prisões 
E dão armas 
Tiram o pão
Fazem o circo
Massacram as mentes 
No cronograma das manobras eleitoreiras 
De uma sociedade monopolizada pelo estado de miséria. 
 
Não vejo fatos novos 
Apenas a História se repetindo 
Embora a maioria parece nem perceber tudo isso. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

A coisa mais importante

Dedico o meu tempo de que forma? 
O que faço da minha vida? 
Preciso pensar sobre isso 
Não posso desperdiçar o tempo 
Nem perder tempo com coisas banais 
O tempo passa 
E nunca mais volta. 
Por que perder tempo 
Lutando contra os moinhos de vento? 
O que posso ganhar 
Se ficar investindo contra inimigos fantasmas? 
Não posso permitir 
Combater em nome de uma ilusão. 
A vida é feita de prioridades 
Devo ter objetivos definidos 
Engajar-me na busca incessante 
De priorizar as coisas mais importantes. 
Por que perder tempo com coisas sem importância 
Quando tenho coisas importantes para priorizar? 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense