quarta-feira, 30 de novembro de 2022

A solidão dos vivos

Perdidos como navegantes desorientados 
Iguais zumbis trôpegos sem direção
E ébrios cambaleantes 
Perambulam pelas grandes cidades 
Como formigas em formigueiros destruídos. 

O sangue jorra pelas calçadas 
Um turbilhão de emoções em vidas paralelas 
De pessoas que não olham para o lado 
Porque não querem nem saber 
Se existem semelhantes jogados nas sarjetas. 

Seguem o fluxo de suas rotinas 
Barulhos não são ouvidos por causa de seus fones 
Cada um vive em seu mundo particular 
Mesmo estando caminhando entre multidões 
A solidão dos vivos parece a morte. 

Um mundo que já passa de oito bilhões 
Uma Babel que já atinge os céus com seus altos edifícios 
Uma gente que destoem tudo pela frente 
Uma geração que não pensa no futuro logo ali 
E nos perguntamos como será o amanhã. 

O salto da humanidade não parece ter sido pensado 
E os domínios seguem uma ordem não natural das coisas 
Envelhecemos nas cidades, morremos nas praças, 
Sem que ninguém perceba o fim de cada um de nós 
Porque a solidão dos vivos não termina nunca. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 29 de novembro de 2022

Semana de Arte Moderna - CEAF

    Alunos e alunas do 1º e 2º Ano E.M da Escola CEAF, sob a Coordenação da Profª Nilza Lopes, Prof. Higor e Prof. Odair José, realizaram na manhã desse dia uma apresentação sobre os 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922

    Vale aqui destacar o empenho e a excelente apresentação feita por esse grupo de alunos e alunas que muito nos orgulharam. Fica o nosso registro e os agradecimentos a toda a Direção e Coordenação da Escola CEAF. 

Texto: Odair José, Poeta Cacerense

Ele veio por nós

Mais do que pensamos 
Ou imaginamos 
Deus sempre presta atenção em nós; 
Ninguém está mais seguro 
Do que quem é sustentado pela mão de Deus. 

Não há atalhos para a verdadeira felicidade 
Nunca houve. 
O melhor tipo de felicidade 
Vem da liberdade 
Ao aceitar a verdade da salvação. 

Você tem valor 
Talvez se sinta manchado, 
Desgastado, velho ou fora de circulação... 
Mesmo assim, 
Deus encontra valor em você! 

Quando seguimos Jesus, 
Ganhamos uma nova perspectiva; 
Não somos mais prisioneiros 
Porque Jesus nunca abandona 
Ou esquece os que são seus! 

Ele veio por nós 
Os pobres, de coração partido, 
Cativos, cegos e oprimidos... 
Ele veio libertar-nos do pecado 
Ele veio por nós! 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Deus é bom!

Nosso Deus amoroso está sempre perto 
- Para sempre ao nosso lado; 
Nada pode abalar 
Os que estão firmados em Deus! 

 Quando o mundo à sua volta está desmoronando, 
Deus é a Rocha em que você pode firmar; 
Tudo que você precisa saber para contentar-se é isso: 
Deus é bom! 

Vale a pena esperar por Deus; 
Seu tempo é sempre o melhor. 
A gratidão é uma reação natural à graça de Deus; 
O amor de Deus nunca falha! 

Aqueles que depositam sua confiança em Deus 
Nunca serão desapontados; 
Ninguém é capaz de chegar tão perto, 
Que Deus não esteja ainda mais perto! 

Mesmo quando não sentimos a presença de Deus, 
Seu amoroso cuidado nos envolve; 
O caminho de Deus é a direção certa, 
Num mundo de superlativos, Deus é o maior! 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 27 de novembro de 2022

Falta de você

Fechei os olhos 
Mas o sono não veio. 
A noite escura 
O silêncio 
A solidão 
Tortura-me. 
Ausência. 
Não imaginava que você fizesse tanta falta. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 26 de novembro de 2022

Paixão indescritível no ar

Diante de tanta beleza não se pode calar 
O seu sorriso é tão encantador 
Que preenche o coração sonhador 
Com a magnitude desse tão lindo olhar. 

Sua pele é tão meiga e sedutora 
Que invade o desejo mais profundo 
Não há coisa mais bela neste mundo 
Que supere sua sensualidade tentadora. 

Há uma paixão indescritível no ar 
Uma vontade louca de deixar-me envolver 
Sem medo de ser feliz em te amar; 

Tu és a flor mais formosa de se ver 
E não há como contigo não sonhar 
Porque sua beleza está além do querer. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Mensagem aos Formandos do 3º Ano E.M da Escola Q.I 2022

    Início esse texto agradecendo. Sou grato a Deus pela minha vida e pelas oportunidades que Ele me ofereceu até aqui de viver uma vida que vale a pena ser vivida. 

    Agradeço a Escola Q.I que me abriu as portas no ano de 2016 e tem me dado a oportunidade de trabalhar o ensino e a aprendizagem histórica e filosófica ao longo destes 7 longos anos. 

    Agradeço a essa turma fantástica que está se formando neste ano. Sou grato pelo carinho que todos tem dispensado para comigo e pelo convite carinhoso de ser Padrinho da Turma, o que muito me deixou honrado! 

    Agradeço pela compreensão que tiveram comigo ao longo dos anos. Alguns estão comigo desde o 6º ano, caso especial do aluno Gabriel Jaivona e das alunas, Ellen, Isabela e Laura. Ainda tenho as fotos que tiramos no longínquo 2016 às margens do Rio Paraguai. De lá para cá foram dias de muitas trocas e conhecimentos mútuos que me fizeram crescer e espero tenham ajudado nos seus processos criativos. 

    Ana Claúdia, Bárbara, Laurystela, Linerky, José Victor e Lucas, além da Gabrielle (estava conosco até esses dias), que foram chegando durante a caminhada, só tenho a agradecer pela paciência e compreensão por todas as aulas que tivemos. Desejo muito que tenham sido proveitosas e que possam ajuda-los nas próximas etapas de suas vidas. 

    Quanto a esse futuro que se apresenta diante de cada um de vocês, desejo que consigam conquistar seus sonhos e objetivos e que possam, como sempre ensinados nas aulas de Filosofia, exercerem a humanidade, a ética e o respeito com todos. 

    Sucesso na jornada de todos vocês! 

    Foi uma honra para mim estar junto de cada um de vocês! 

Prof. Odair José.

Turma Muito Especial!
Isabela
Laura
Laurystela
Ellen
Bárbara
Ana Cláudia
Gabriel Jaivona
Lucas
Discurso da Isabela
Palestra do Prof. Alexandre!

Cortinas

Abram as cortinas 
Depois as janelas 
O vento deve entrar silenciosamente 
Sinta a brisa 
Forre a cama 
Enquanto o sol ilumina o ambiente 
Espalhe o perfume 
Espante a saudade 
Que o coração tenta esconder. 

Cortinas coloridas 
Com as cores do arco-íris 
Lençóis azuis 
Cobrem o colchão macio 
Deixe o vento entrar 
Vai ser a sua primeira vez 
Então não terá conversas demoradas 
Apenas o encontro fugaz 
A paixão que nunca será esquecida. 

Fechem as cortinas 
Ouça uma música romântica 
Demonstre todo o seu carinho 
O sentimento que não pode terminar 
Não olhe no espelho 
Apenas no olhar 
E deixe o amor acontecer 
Não vai ser fácil adormecer. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Demiurgos escondidos

O caos é estabelecido 
Por quem deveria nos proteger 
A verdade é escondida 
Dos olhos dos que não querem ver 
E o mundo caminha alucinado 
Sem saber a direção certa 
O que pode levar a um destino 
Do qual não poderá mais voltar. 

Demiurgos escondidos por todos os lados 
Trabalhadores do caos 
O artesão divino cheio de confusão 
Que organiza a matéria caótica 
Que faz o certo ser errado 
E o errado parecer certo 
São responsáveis pelo mal 
Que não pode ser atribuído ao Criador. 

Tu que és responsável 
 Pela geração do cosmos 
És como um anjo semelhante aos deuses 
Provocador de conflitos 
Que causa o medo por onde passa 
E carrega consigo a destruição 
Quando trabalha na eternidade 
Tudo se torna belo como o infinito. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Ratos de esgoto

Quem é você para ditar regras 
Dizer o que está certo ou não? 
Podes até ser que escrevas bem 
Que seja culto, erudito, intelectual 
Que importa isso? 
Quem pode escrever a história verdadeira 
A lembrança do que não foi 
Ou dizer que o certo está errado 
Se, na minha cabeça, não existe essa diferença 
E, as palavras são minhas 
E as escrevo como quero 
E pouco importa se gostas ou não 
Porque a intenção nunca foi agradar-te 
Na verdade, não faz diferença 
Não é por isso que deixarei de escrever 
Escrevo porque gosto 
E quando quero 
Sobre tudo que existe 
E não posso deixar-me ser rotulado 
Por quem não sabe nada da minha vida. 
Ratos de esgoto 
Nunca chegarão a superfície 
Nunca serão vistos 
Nem mesmos serão creditados 
E a vida continua 
Porque assim deve ser 
E aqui está mais uma escrita 
Suave e delicada como deve ser. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Essa noite não dormi

 A cama sempre tão aconchegante 
Está noite estava vazia 
A ausência da pessoa amada 
Dói tanto que eu não sabia. 
 
Rolei de um lado para outro 
Na esperança de ver você chegar 
Mas, só a solidão comigo dormiu, 
E meu olho não consegui pregar. 
 
Essa noite não dormi 
Porque você não estava comigo 
Deixou-me sozinho aqui 
E apenas o medo se passou por amigo. 
 
Na busca pelo seu aconchego 
Fiquei sem ter um auxilio 
Porque você não voltou 
Senti-me no mais distante exílio. 
 
O dia deslumbrante amanheceu 
Bonito e com um sol radiante 
Vou tentar esquecer essa noite 
E caminhar sempre adiante. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 22 de novembro de 2022

Muito mais do que tudo isso que digo agora

I 
O viver de cada um diz respeito a sua própria vida 
E não podemos interferir 
Cada pessoa vem ao mundo sozinha 
Caminha boa parte de sua vida sozinha 
E, no final, vai-se sempre sozinha. 
O que somos nós na vastidão do universo? 
Podemos interferir no vento que espalha as folhas? 
Podemos sorrir no momento de luto? 
Acreditamos sempre em um novo alvorecer 
Mesmo que tenhamos um noite ruim 
E fazemos isso porque sabemos 
Que sempre haverá um novo dia e novos desafios. 

II
 A vida nos ensina a ter paciência 
Que há um longo caminho entre o plantar a semente 
E o colher o fruto 
Ou ver as flores desabrocharem 
Nada do que se faz com pressa costuma dar certo 
Nada do que foi será um dia 
O sol vai nascer independente de você querer ou não 
Porque tem coisas que não posso controlar 
E isso é uma coisa boa 
Porque não gostaria de ser o dono do mundo 
E ter que tomar decisões tão sérias assim. 

III
Eu ando tão despreocupado ultimamente 
Sei que os dias da minha infância já se foram 
E os dias da velhice se aproxima 
Então penso no que poderia ter feito e não fiz 
No que poderia não ter feito e fiz 
E no que posso ainda fazer pela frente 
O meu semblante não emite o meu sentimento 
Porque máscaras adquirimos com o tempo 
Com as experiências que a vida nos ensina 
Cada um de nós aprende algo todos os dias 
E ninguém pode mudar esse fato crucial da nossa existência. 

IV
Fale baixo e não permita que meus ouvidos sejam corrompidos 
Não posso permitir que acabem com os meus sonhos 
De nada adiantaria sonhar e continuar dormindo 
Se o mundo não pode ser transformado assim 
Então olho para o quadro na parede 
Imagino a inspiração do pintor e sua dor perene 
No entardecer de um dia qualquer 
Que não foi registrado pela memória alheia 
Se o momento não pode ser lembrado 
Quem deseja saber o que se passava na mente dele 
Quando o sol deixou-se ser substituído pelas estrelas. 

V
Uma borboleta voou baixinho entre as flores 
Não queria assustar os leões e espantar os falcões 
Que poderiam não a perdoar por tamanha insolência 
E ninguém notou as folhas que caiam com o vento leve que soprava 
O mundo parecia correr na sua calmaria 
Entre as pedras que permeavam o riacho 
Enquanto alguns animais selvagens bebiam água 
As lembranças eram atiçadas a memorável poesia 
Que mais lembrava uma canção triste de despedida 
Quando se ama de verdade e não conhece o amor. 

VI
Todas as memórias do mundo em que vivemos 
É muito mais do que tudo isso que digo agora 
É o infinito de lembranças que povoam os pensamentos 
Que permanecem estáticas no coração desolado a pensar 
Quando o universo está diante dos olhos indecisos de alguém 
Os sonhos são fontes de esperança 
Dos que vivem a vida para buscar tesouros 
Não bens materiais e sim riquezas eternas 
Que só podem ser encontradas no profundo do coração 
Sentimentos puros que fazem brilhar os olhos 
Que se alojam bem lá no fundo da alma. 

VII
Não falo do que não conheço e por isso fico em silêncio 
Se não quero deixar escapar os meus sentimentos 
Palmilho um território perigoso, bem sombrio 
Que pode esconder armadilhas em sorrisos fascinantes 
Ou em olhares misteriosos que seduzem 
E eu não desejo mais ser traído por sentimentos vazios 
Ninguém deveria passar por tamanho sofrimento 
Porque a vida deveria ser feita de encontros 
Mas prevalecem os desencontros de interesses 
Quando desejo o que não posso ter 
A vida deixa de ser a melhor opção deste mundo. 

VIII
Quero deixar o registro de minhas labutas 
Dos desejos que perpassaram o meu coração sonhador 
No tempo que não pude ver diante de meus olhos 
Porque estava envolto nas penumbras do sentimento 
E tudo deixou de fazer sentido para corações vazios 
Se os pássaros não podem esconder os seus cantos 
As flores estão dispersas pela força oculta dos ventos 
Na aurora de um novo horizonte que desponta 
Além das altas montanhas distantes 
E acalma os corações mais sensíveis que possam existir. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Solidão

Sentimento que causa medo 
Olhares que se distancia 
Lembranças que não voltam mais 
Instante de angústia 
Dor que trespassa a alma 
Amor que não aconteceu 
Onde a separação venceu. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Flagelo

Punição severa 
Chafurdado num mar de absinto 
Não sabe mais o que fazer 
Para livrar-se do medo 
Dos pensamentos alucinantes. 

Aqui deitarei o meu enredo 
Viver no deserto 
E tornar-se o senhor absoluto 
Dos destinos impermeáveis 
Feitos labirintos indecifráveis. 

Castigo moral 
É o que sente na alma 
Com os olhos eternamente fechados 
Procura esconder as loucuras da infância 
E apagar as memórias solitárias. 

Aflição de tempos imemoriais 
Traçado no imaginário 
De onde se via deitado no próprio jazigo 
E nunca fora percebido 
Pelos transeuntes noturnos nas sombras. 

Angústia e flagelo 
De aventuras nas memórias coletivas 
Sangramentos e feridas abertas 
Testemunhados pelos que não dormem 
Porque foram destinados a sofrerem para sempre. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 20 de novembro de 2022

Copa do Mundo de Futebol

O futebol é uma arte 
Arte de encantar 
De seduzir 
De manipular. 
Tudo é esquecido durante a copa do mundo 
Não existe pobreza 
Que possa afastar o brasileiro 
De ver a seleção canarinho desfilando em campo. 
Nem mesmo é preciso trabalhar 
Porque a seleção vai jogar 
E tudo pode ser resolvido depois. 
Mesmo quem não gosta de futebol 
Torna-se um expectador. 
O verde e amarelo torna-se cores predominante 
Nas ruas e praças que retratam 
A beleza e a paixão de um povo amante do Futebol. 
Os estádios na Copa são belíssimos 
Onde desfilam os maiores craques do futebol mundial 
Êxtase de narradores a envolver as massas. 
Quem não gosta de futebol 
Que atire a primeira pedra ou destrua essa paixão. 
Brasil, meu brasil brasileiro 
Que encanta as multidões 
E embala essa paixão. 
Como não sensibilizar ao ver os olhos de crianças 
Que só querem ver o Brasil ganhar? 
Pelo menos agora, 
Vamos torcer pela nossa seleção 
Que venha o Hexa! 
Depois da copa?
Campeões ou não... 
A vida continua. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Ser Negro

Quem um dia inventou a história 
De que a cor negra era uma maldição 
De que foi o castigo imposto a Caim 
E o flagelo destinado a Cão? 

Quem um dia inventou a história 
De que o negro tinha que ser escravos 
Para satisfazer interesses de senhores 
Que se consideravam os bravos? 

Por que mesmo em nossos dias 
Onde nos encontramos tão civilizados 
O racismo e preconceito insiste em existir 
Mesmo que de modos velados. 

Por que insistem em afirmar 
Que a coisa tá preta no ruim momento? 
E definem uma cor para as coisas más 
Fixando isso no pensamento. 

Consciência negra é para reflexão 
Dos nossos atos e ideologia 
Somos todos iguais nesta vida 
E devemos viver em harmonia. 

Ser Negro é ser humano 
Com um carinho profundo 
Tem uma vida em nada diferente 
Das outras raças do mundo. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 19 de novembro de 2022

Uma temporada no Inferno

Desesperado e totalmente desorientado 
Caminhava como ébrio pelas ruas 
Olhares a condená-lo pela sua insensatez 
Pela loucura na qual deixara se enredar 
Por ignorar todos as placas de avisos. 

No olhar a angústia da desilusão 
Os passos trôpegos e sem direção 
Não deixava esconder toda a decepção com a vida 
Com as escolhas mal feitas 
E com a humilhação de desejar o impossível. 

Uns poucos amigos tentaram em vão 
Alertá-lo para o grande abismo 
Que seus olhos insistentemente olhava 
Ignorou todos os conselhos possíveis 
Porque acreditava estar com a razão. 

Uma temporada no inferno e nada mais 
Era assim que estava se sentindo 
Não existe alegria e nem mesmo esperança 
Sem o brilho no olhar daquela que o inspira 
Mas que não mais está disposta a voltar. 

As noites são intermináveis e sombrias 
Os dias torturantes e vazios 
Porque não pode esconder a sua dor 
Dos olhos carniceiros de todos que o desprezam 
Por ter entregando-se de tal forma ao sentimento. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Passos impensados

Em um fim de tarde de calor 
Ao cair da noite o crepúsculo 
Os passos impensados de um rapaz 
Ao atravessar a rua deserta da cidade.
 
Do alto da janela ela olhava-o 
E seus olhos o acompanhavam 
Na busca do desejo incontido 
No coração de ansiedade. 
 
Com passadas largas 
Ela o abordou na esquina 
E seus lábios proferiram a sentença 
De promessa de uma noite de amor. 
 
Minha cama está forrada com lençóis novos 
E perfumada com aromas suaves 
Estou ansiosa para viver uma paixão 
E meu corpo explodindo em calor. 
 
O marido, a serviço, viajou para longe
Com muito dinheiro em sua jornada 
Não volta tão cedo 
O tempo de amar está em nossas mãos. 
 
Sem tempo para pensar 
E ofuscado pela beleza da mulher 
O jovem é conduzido 
Ao profundo das paixões. 
 
O olhar da mulher perversa 
Seduz os mais nobres mortais 
Levando-os para o caminho da perdição 
Cujo destinos são fatais. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Atraído pela ilusão

Sentimento expostos pelo tempo 
Lágrimas que não foram ocultas 
Porque o amor existiu no coração 
De quem não sabia o que era isso 
E deixou-se ser atraído pela ilusão. 
 
Um dia o coração está tranquilo 
E no outro não consegue esconder a agonia 
O sofrimento por alguém que se foi 
E o tempo parece não passar mais 
Apenas a solidão vem para fazer companhia. 
 
O olhar não consegue disfarçar 
O medo que sente na alma 
Um vazio que não pode ser preenchido 
Com palavras vazias de tristeza 
Quando não há nenhum consolo no horizonte. 
 
As lembranças de um sorriso tão meigo 
Pode ser a última esperança 
De alguém que não consegue esquecer 
O sentimento que um dia viu nascer 
Por alguém que não pediu para chegar. 
 
Agora espera um novo dia surgir 
Uma nova esperança trazer coisas novas 
Porque não pode ficar para sempre 
Esperando que o sentimento possa ressurgir 
De onde o solo do coração já virou cinzas. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Outra noite

Percorri todos os espaços possíveis nesse dia 
Procurei esquecer minha dor 
Tentei apagar da minha vida 
Quem me fez viver um grande amor. 
 
Andei pelas ruas da cidade 
Na busca de refúgio para o coração dorido 
Na ansiedade de esquecer 
Tudo aquilo que tenho sofrido. 
 
No entanto, outra noite de tormento, 
Lembra-me de quem eu tanto amei 
E, a tortura que invade minha mente, 
Provoca as lágrimas que não segurei. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 15 de novembro de 2022

A ilusão criada pelo olhar

Dispo-me do manto escarlate 
Afugento a dor da saudade 
E começo a caminhar outra vez 
Não importa o que passou 
Mas o que ainda tenho a descobrir. 

A ilusão criada pelo olhar 
Ergue ao som suave de uma canção 
Torna-se miragem deslumbrante 
Que ocupa todos os espaços da mente 
E repousa silenciosa no coração. 

Curo-me no que me interesso 
Deixo o sol se por sobre minhas dúvidas 
E vejo as estrelas brilharem 
Tudo pode ser diferente se quiser 
Porque a perspectiva pode mudar. 

Quando galgo o espaço outrora vazio 
Enxergo o que quero enxergar 
Os meus olhos estão a contemplar 
A beleza que existe no infinito 
De onde eu vejo o desejo do coração. 

A realidade não é um traço 
Nem mesmo o espelho está quebrado 
Tudo faz parte de um bem maior 
Que no mundo inverso o louco verso 
Tem uma rima diferente no final. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense