quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Eu e esse meu coração

Sinto o perfume no ar 
Meus olhos procuram por você 
No coração o desejo imenso 
De outra vez te ver. 
 
Nada em mim mudou 
Nada consegue me fazer esquecer 
O sentimento tão puro 
Que me faz pensar em você. 
 
Caminho pela noite escura 
Na esperança de te encontrar 
Eu e esse meu coração 
Que não encontra outra razão de amar. 
 
A lembrança mais insistente 
É a do seu lindo olhar 
Do encanto que deixa a alma sentir 
Na beleza faz o coração desejar. 
 
Nada mais importa no mundo 
Do que a tão desejada emoção 
Que é sentir nos seus braços 
O amor que pode trazer ao meu coração. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 30 de agosto de 2022

Amnésia

Não lembra mais o que aconteceu? 
Pensas ser muito sábio 
Acredita em histórias de confabuladores 
Bufões que batem a sua porta 
Sanguessugas de animais peçonhentos 
Que vagam pela escuridão 
Espreitam os aposentos 
Causam calafrios em corpos doentes 
Jogados nas latrinas de banheiros públicos. 
 
Esqueceu as promessas de outrora? 
Tudo que jogaram em sua cara 
Discursos eleitoreiros 
Espantalhos absortos em suas missões 
Ludibriar os incautos 
Analfabetos políticos perdidos em suas redomas 
Proferindo palavras vãs 
Que transtornam as esperanças em sacrilégios. 
 
Perdeu a capacidade de pensar? 
Agora acredita em lobos 
Nos discursos prolixos proferidos pela turba 
Seguindo fielmente um mito 
Que vocifera palavras esdrúxulas 
Na perspectiva de levar consigo os fiéis 
Parte de um rebanho que segue cegamente 
Ideologias paternalistas de um tempo retrógrado. 
 
Seu cérebro foi arrancado do crânio? 
Acometido de uma amnésia profunda 
Não lembras-te dos discursos profanos 
Palavras proferidas nas madrugadas sombrias 
Nos templos agora profanados por hipócritas sorridentes 
Que tentam fisgar o maior número possível 
De pessoas desorientadas que perambulam por ai 
Como se não bastasse a tolice humana. 
 
 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

O mar é grande

Os meus pés tocam as areias da praia 
As ondas do mar jogam suas águas 
E apagam os nomes escritos na areia 
Enquanto a brisa do mar 
Transmite a sensação de tranquilidade. 
 
Quero eternizar esse momento 
Ver-te caminhar deslumbrante sobre a areia 
Sentindo a sensação de paz 
E o amor no brilho do olhar 
Enquanto deixa as águas dominar seu sonho. 
 
O mar é grande e o meu amor maior ainda 
Por você que alegra os meus dias 
Que me faz sorrir 
E acalma o meu coração nas noites 
Em que me aquece com o seu abraço. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

O voo das borboletas

Abre os olhos silenciosamente 
Deseja ver o que está no coração 
A sensação tão nostálgica do amor 
O sentimento que toma conta de tudo 
Que faz o coração bater mais forte. 
 
Teve medo até agora do desconhecido 
Do amor que tanto ouvira falar 
De dores que poderia sentir 
Não deixou que adentrasse sua vida 
Até este momento tão único no tempo. 
 
Viu os olhos tão meigos a fitar os seus 
Um sorriso que encantava 
Mais lindo que o voo das borboletas 
Que invadiu sua alma tão inquieta 
Fazendo ter esperança de dias melhores. 
 
Quando o amor chega de mansinho 
Não há como sufocar o desejo 
A alma voa livre pela imensidão 
E nos pensamentos só há aquele olhar 
Que preencheu o coração de felicidade. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Revolta

Não é um clamor sem sentido
É um clamor de dor
É um apelo à consciência
De quem pode me ouvir.
Não se pode conviver
Com essa insensatez
Que corrói como ácido
A estrutura do porvir.

É uma revolta
Por fazer parte desta geração
Que copia e não cria
Às páginas da história.
Sofrer não é querer
É uma anarquia
De mentes tardias
Que não têm memória.

Há uma solidão em mim
Não um medo
De alcançar o infinito
Do meu sentimento.
E no meu caminhar solitário
Choro as dores
De quem não pode
Ter isso no pensamento.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

O Deus que espera

Ele poderia facilmente nos fulminar 
Destruir totalmente nossa alma pecaminosa 
Poderia, se quisesse, virar às costas para nós 
E deixar-nos a nossa própria sorte. 

 Ele poderia não se preocupar conosco 
Poderia fazer cessar o nosso orgulho 
Ou esquecer de nos ajudar sempre que precisamos 
E mesmo quando não nos lembramos de agradecer. 

É. Poderia o Senhor deixar de nos atender 
E apagar para sempre a nossa memória 
Afinal, somos pecadores obstinados 
E sempre fazemos o que o desagrada. 

 Mas, Deus não é assim vingativo 
Ele é paciente e benigno 
Riquíssimo em misericórdia 
Longânimo e cheio de amor. 

 Deus é paciente 
Ele espera por nós 
Com um profundo amor nos chama até sua presença 
E nos abraça com ternura quando deixamos. 

 Há um amor tão singelo 
Um desejo no coração de Deus 
Que possamos dar ouvidos a sua bondade 
E nos aproximamos dEle com sinceridade. 

 O Deus que espera 
Está de braços abertos para o pecador 
Ele oferece o seu amor incondicional 
Mesmo que não sejamos merecedores. 

 É maravilhoso que o nosso Criador 
O Salvador do mundo, 
Opte por esperar que o aceitemos de coração 
O Santo de Israel espera por nós! 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 16 de agosto de 2022

A Sentinela

Não foi possível encontrar a página 
Ela não estava lá 
Ou nunca foi escrita 
E não se pode saber o que estava escrito 
Qual era mesmo a história 
Aquela que todos queriam saber. 
 
Um vazio existencial existia 
Agonia nos cérebros ali parados 
Cristais quebrados pela violência 
E nenhuma sentinela tinha visto nada 
Como se fossem apenas fantasmas 
O tempo deixou de existir para os sonhadores. 
 
Crianças desafiavam os idosos 
No caminho estreito da escola 
Alguns pássaros desafiaram a lógica 
E não se assustaram com os espantalhos 
Mas o que não contavam 
Era com as armadilhas que lhe foram ocultas. 
 
A sentinela não viu nada 
Nem os vultos dos antigos deuses 
Podia ser expulsos dos pensamentos alheios 
E não havia nada a ser feito 
Por nenhum dos sentinelas ali presentes 
Se não existe o invisível. 
 
Apenas palavras soltas ao vento 
Já que ninguém conseguia ler nada 
O livro imaginário fora escrito 
No silêncio do caminhante solitário 
Que montado em seu unicórnio 
Galopava em direção ao horizonte perdido. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Golpe (sujo)

 

Olhe para o que acontece a sua volta. 
Consegue enxergar alguma coisa? 
Tudo está bom. 
Não existe crise (dizem uns) 
É só olhar os supermercados e bares abarrotados de gente... 
E os hospitais e os ganha - tempo, 
Também não estão abarrotados? 
Lava-jato e merenda escolar onde estão? 
Por outro lado (tudo é crise) 
E o que foi conquistado? 
Olhe bem para o Cristo Redentor. 
O que consegue ver? 
Não passa de um Colosso de Rhodes. 
Exagero? 
Olhe para o Maracanã, Mineirão ou Morumbi. 
O que vês? 
Réplicas do Coliseu Romano. 
Pão e circo? 
Tire suas próprias conclusões. 
Olhe, então, para Brasília 
E veja uma polis grega. 
Então olhe para o espelho. 
O que consegue ver? 
Narciso. 
Mas, então, olhamos nossos jovens. 
Revolucionários? 
Não. Reacionários. 
Continue olhando... 
Olhe o operário. 
O que você vê? 
Escravo. 
O sem terra, teta. 
O latifundiário. Um senhor feudal. 
Um religioso. Um dogmático. 
Ah! Chega. 
Devo fechar meus olhos. 
Só vejo barbaridades. 
Olho o presente e vejo o passado 
O futuro. 
O que será? 
Isso tudo não passa de um golpe (sujo). 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense.

Quase sem querer

Quase sem querer deixou escapar 
Um suspiro do fundo da alma 
O silêncio fora rompido 
Através daquele singelo olhar. 

 Onde estava o amor esse tempo todo? 
Por onde andava? 
Agora já não podia mais brincar 
Tudo era mais sério do que podia imaginar. 

 Soube, então, que estava perdido 
Porque nunca mais poderia 
Esquecer tão maravilhosa sensação 
Que descobriu quando passou a amar. 

 No sorriso que encantava 
Era o que sabia ficar pensando o tempo todo 
E no abraço aconchegante 
Das tristezas de outrora deixou-se descansar. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 13 de agosto de 2022

Um casamento entre o céu e o inferno

Pessoas correm desenfreadamente pelas vielas 
Parecem perseguidas pelos vermes do submundo 
Substâncias entorpecentes proibidas são distribuídas 
Por psicopatas que não estão nas prisões 
Enquanto mães varrem a sujeira para debaixo dos tapetes 
Sem mesmo se importarem com os choros das crianças 
Que estão nas gaiolas de algum porão. 
 
Os caminhos da mente são feitos de caos 
E os pseudo-heróis mostram-se imperfeitos demais 
Não conseguem nem mesmo permanecerem de pé 
Quando são surrupiados pelos ventos quentes do verão 
Mesmo sabendo que os confrontos são inevitáveis 
Permanecem incólumes em seus casulos 
Enquanto alguns são destruídos sem piedade. 
 
Acredita seriamente que só os jovens 
Podem conseguir alguma coisa nesse mundo? 
Tolos hipócritas que bradam os templos 
Como se não fossem donos de um mundo caótico 
Onde quase ninguém consegue escapar dos tentáculos 
Corrosivos e pegajosos de um monstro invisível 
Onde criatura e criador se encontram perdidos. 
 
Consegue ouvir o estrondoso grito dos deuses? 
Eles se debatem e se contorcem cada vez mais furiosos 
Quando descobrem que os homens são feitos de palavras 
Que tem sua alma aprisionada nas ideologias 
E no fedor de esgotos grotescos das grandes metrópoles 
Cercados de olhares que enxergam mentiras o tempo todo 
Aprisionados sem esperança pelo destino. 
 
Houve um casamento entre o céu e o inferno 
Quando o inconformismo tomou conta das ruas 
Onde homens corriam como bestas desenfreadas 
Por não darem ouvidos aos poetas e videntes 
Próximos da insanidade exuberantes de verdades 
Porque acreditavam que fossem profecias intangíveis 
Que testemunhavam contra a natureza humana. 
 
Tudo chega ao fim mais cedo ou mais tarde 
E não se pode fazer muita coisa a respeito 
As pessoas não passam de receptáculos de remorsos 
Sombras aprisionadas nas grotescas cavernas da ignorância 
Porque o inconformismo toma conta de tudo 
E o que se pode ver são espetáculos fúnebres 
Que não temos mais tempo para falar, apenas observar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

No canto silencioso do coração

Sinto que se cumpriu o destino em mim 
Na mistura silenciosa da saudade com as lembranças 
Junto ao esquecimento tão desejado 
Na alma traspassada pelas incertezas da vida 
Com recordações agora pelo tempo apagado. 
 
Uma solidão tranquila faz morada 
No canto silencioso do coração ferido 
Que não se pode vê-la nos pensamentos 
Apenas um leve sorriso deixa transparecer 
Como se tivesse o poder de controlar os sentimentos. 
 
Essas recordações hoje quase apagadas 
Foram deterioradas pelo tempo 
Uma mistura dos pensamentos com a solidão 
Lembranças vagas de momentos únicos 
Que não se podem descrever a emoção. 
 
Sinto que tudo não passou de um sonho 
De algo tão inexplicável no mundo 
Que só poderia ser eternizado na tela do pintor 
Ou nos versos sentidos de um poeta 
A canção mais profunda de um grande amor. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

A escória da humanidade

Gritam impropérios naquela rua 
E não conseguimos decifrar quem está lá 
Misturado ao lixo 
Vidas miseráveis jogadas ao relento 
Escondendo sob as folhas rasgadas de jornais velhos 
Gritarias por causa de algum corotinho 
Algazarras de trôpegos 
E assovio entre as fumaças. 
 
 A lua se escondeu de vergonha 
Entre as árvores já picotadas 
Nos postes cartazes de propagandas antigas 
Enquanto um cachorro sarnento levanta suas patas 
Deixando um fedor ocre entre as catingas do lugar 
E alguns vermes observam silenciosamente 
As criaturas disputando um resto de pinga no corotinho. 
 
Foi assim que você aprendeu na escola 
Que não se deve importar tanto assim com o mundo 
O caos instalado na sociedade 
Que empurram com braços fortes 
Milhares de pessoas indefesas para a sarjeta 
Como se fossem a escória da humanidade 
Como se não houvesse ali uma alma a ser salva. 
 
Levantem-se e esbravejem 
Rasguem suas vestes já rotas pelo tempo 
Deixem que vejam os seus rostos machucados 
Marcados pelo abandono e desprezo 
Quem sabe assim eles não se esqueçam do menosprezo 
E percam o sono em suas mansões bem vigiadas 
Cercadas de seguranças por todo lado. 
 
Vão dizer que vocês não tem nada a falar 
Que reclamam de barriga cheia 
Quando eles se esbaldam nas suculentas porções
E saboreiam vinhos importados
Jogam o que sobram nos latões de lixo 
Que agora estão diante desses pobres coitados 
Que continuam brigando pelo corotinho de pinga. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Perdido nas ruas

O silêncio dela era algo incomum 
Estranho e assustador 
Acostumado ao seu sorriso 
Sua alegria que agora não se via 
E não havia explicação 
Nem mesmo calma ao coração. 
 
Estrelas em fuga no céu 
Anunciava o prelúdio de uma lembrança 
Como se quisesse avisar 
Que algo extraordinário pudesse acontecer 
Que ninguém poderia imaginar 
Quando o coração fica preso. 
 
Perambulou perdido nas ruas 
Tentando encontrar uma saída 
Nas madrugadas frias da cidade 
Apenas a solidão vinha fazer-lhe companhia 
E a lembrança daquele sorriso 
Podia ser visto nas lágrimas a cair. 
 
Não ouviu mais a canção de outrora 
E quase esqueceu de quem era 
Se não fosse a fagulha no fundo do olhar 
Poderia ter perdido toda a esperança 
Mas, isso não aconteceu, 
Porque no alvorecer pode ver ela sorrir. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 9 de agosto de 2022

Poesia, melodia e fantasia


 
O versar na alma do poeta 
Nas rimas de um bela melodia 
Descrevo a minha alma 
Nos versos desta singela poesia 
Que sai de um coração 
Que não sabe o limite da fantasia. 
 
II 
 
Nos pensamentos deixo voar 
A emoção de uma profunda magia 
Não são promessas furadas 
Nem mesmo se trata de heresia 
São palavras vivas da alma 
Que descrevo nessa poesia. 
 
III 
 
A sensação mais pura do amor 
O sentimento e a nostalgia 
No caminhar de uma criança 
Ou no peito de um velho que sentia 
O pulsar de algumas lembranças 
Que se não tivesse nada seria. 
 
IV 
 
No céu azul de uma tarde quente 
Ou no escuro de uma noite fria 
O que vale é o sentimento 
Que transpassa o frescor da maresia 
Que comprava a grande verdade 
Que não se vive sem a alegria. 
 
V
 
 Nestes versos tristes e serenos 
Tento demonstrar com sabedoria 
Que a vida é mais do que se pensa 
E não se pode viver sem alegria 
Nem mesmo esconder as emoções 
Que nos constrange à rebeldia. 
 
VI 
 
Estes versos são a esperança 
De uma vida vivida com ousadia 
Que não tem medo de expressar 
E nem teme dos outros a antipatia 
Deseja apenas ser ouvido 
Para fugir de sua grande agonia. 
 
VII 
 
Ver o mundo envolto no caos 
E saber que não há autonomia 
Para os que querem pensar coisas novas 
Destroem qualquer ideologia 
Fogem da realidade que precisa mudar 
Para provocar uma terrível distopia. 
 
VIII 
 
Não se pode sonhar com uma mudança 
Se tudo gira em torno da burguesia 
Por mais que se tentasse algo novo 
Nos desejos dela nada mais caberia 
Apenas se quiser deixar de ser egoísta 
Faça a sua própria biografia. 
 
 IX 
 
A minha canção deve chegar ao fim 
Porque já não sinto mais alegria 
Não posso ser ouvido por ninguém 
Se tudo não passa de uma utopia 
Deixo descansar minha pena sobre a mesa 
E encerro aqui essa singela poesia. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Vacilo

Tempestades violentas 
Arrebatam as ilusões agora ofuscadas 
Levadas pelo vento forte 
Juntamente com as areias do silêncio 
Sarcasmos de sussurros as escondidas 
Das serpentes traiçoeiras 
E tudo isso depois de um vacilo 
Um simples vacilo 
Que custará o sacrifício laborioso 
De quem apenas queria sonhar 
E não pode mais 
Porque sonhos foram desfeitos com o tempo 
E nem mesmo os sorrisos são verdadeiros 
Porque não passam de uma encenação 
No tempo que não se vive mais 
Onde tudo chegou ao fim. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Onde está meu coração

Eu queria falar tudo sobre o amor 
O sentimento que não sei dizer 
Aquele aperto forte no peito 
Que extrapola a vontade de viver 
Uma sensação tão singela e incrível 
Que não me deixa te esquecer. 
 
Eu ando pelas ruas da cidade 
Busco em alguma coisa o seu olhar 
Não encontro paz no meu coração 
Porque alguma coisa está a me faltar 
E eu sei que é o seu encanto 
Que um dia me fez apaixonar. 
 
Permito-me, então, desfrutar 
Com saudade de uma nostálgica sensação 
Uma busca incessante pelo mundo 
Para saber onde está me coração 
Se não aqui junto comigo 
Porque não posso perder a razão. 
 
O amor é um sentimento inexplicável 
Uma força maior do que o mundo 
As lembranças são tão reais 
Que revelam sempre um amor profundo 
Uma busca pelo sorriso de outrora 
Que não se esquece nem por um segundo. 
 
O nome disso, sem dúvida, é saudade 
A busca pela essência do amor 
A esperança de ver naquele olhar 
A sensação mais singela de um fervor 
Que revela a conquista do coração 
Que não quer apenas ser sofredor. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

A Solidão e o Cativeiro


Não existe o amor ao próximo 
Que não seja interesse 
Dos olhos saem à falsa esperança 
De que haverá dias melhores. 
Sanguessugas a sugar até a última gota de sangue 
De almas desoladas na escuridão. 
Querem que acredite no amor 
E rasgam-me a alma na primeira esquina 
Tirando de mim a esperança de sorrir. 
A solidão é passageira 
E haverá um novo dia 
É o que me dizem querendo que acredite 
Na utopia. 
Existe um cativeiro a prender-me 
Na lúgubre escuridão do tempo. 
Tento soltar-me e não consigo 
E olhos ficam a espreitar-me como agulhas sanguinolentas. 
Soltem as amarras da hipocrisia 
De homens que desejam alcançar o cume da montanha. 
Não espere meu grito 
Pois, em silencio devo permanecer. 
Esse falso amor que me cerca 
Pede-me que acredite nas falácias que ouço diariamente. 
Esse amor é tão egoísta 
Que não se pode afirmar que seja amor 
Não dá forma que sempre acreditei. 
Com o passar dos dias 
Meus passos são trôpegos e indecisos 
Pois, a realidade é mais tenebrosa do que o sonho. 
A solidão é fera e ruge dentro de mim 
O cativeiro é horripilante e frio. 
Gotas odoríficas pingam incessantemente 
E surrupiam minha mente 
A ponto de me deixar louco. 
Minhas unhas já não existem 
Ficaram presas nas frestas da prisão 
Quando tentei me libertar. 
Tento ver a luz no fim do túnel 
Ela vagarosamente se dissipa 
E eu não sei se é à noite chegando com seus temores 
Ou minha visão que já está indo embora 
Sem dar-me outra chance. 
Então me sento à beira do poço 
E fecho os olhos. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Realidade inquietante

Máscaras devem cair 
Mesmo que sejam preciso derrubá-las. 
A dominação mental deve ser refutada 
E a liberdade de pensar e dizer o que pensou 
Precisa estar junto das mentes sãs. 
Essas máscaras religiosas, políticas e ideológicas 
Escondem os anseios de libertação 
De um povo que erguem seus grilhões até os altos céus. 
Dominadores precisam manter seus status 
Dominados querem subir os degraus sociais 
Desejam estar do outro lado. 
Mas, ao trocar de posições, não cometem os mesmos crimes? 
É possível ver as revoltas dos indivíduos inferiores 
Ou já se acostumaram às chibatas? 
Mandar é uma eterna ilusão 
Que almejam perpetuar nesse caos urbano que estamos inseridos. 
É a vida vontade de poder? 
Vencidos queriam estar do outro lado da trincheira 
E apossar dos despojos só para si mesmo. 
A vida é tudo? 
E as máscaras voltam ao cenário. 
É preciso gritar com a força dos pulmões 
E correr com a ignorância que nos cerca a todo instante. 
Eis que o fogo é atiçado na cidade 
E logo suas labaredas estarão ardendo. 
Fujam os incautos. 
Escondam-se nas catacumbas do desconhecido, 
Permaneçam nas sombras do analfabetismo religioso, 
Político e ideológico. 
Mas, permita-me voar os espaços. 
Dê-me a minha liberdade. 
Eis que minha alma rompe com essa realidade inquietante. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Que essa ilusão morra enquanto ainda é esperança

Que eu possa viver sem medo 
De que um dia vá embora 
E leve com você a minha alegria
Você que é saudade 
Antes mesmo de partir 
Que enfeita meus sonhos antes de dormir. 
 
Não deixe a tristeza 
Invadir seu coração
Olhe nos meus olhos e veja 
A esperança que há em mim 
Ao desejar o seu amor. 
 
Sufoco a paixão que há no meu peito 
Que ergue os braços para te alcançar
Não abro os olhos 
Pois tenho medo de você não estar mais aqui. 
 
Que essa ilusão tenha fim 
Que ela morra enquanto ainda há esperança
Sofrerei menos 
Pois não saberei a cor de seus olhos 
Pelos quais me apaixonei perdidamente. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 2 de agosto de 2022

Deixei a tarde para você

Senti a brisa tocar o meu rosto 
O vento que dissipou os pensamentos 
Era o mesmo que trouxe o perfume 
Tão suave e singelo 
Que lembrava o seu gosto bom 
Da fragrância delicada 
Que saia de seu corpo meigo 
Como se fosse de um jardim 
E, de forma singela, 
Deixei a tarde para você. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense