sábado, 28 de abril de 2018

Crepúsculo dos deuses


Perdoe-me se não concordares 
Com o que irás ler de agora em diante. 
Exalto a minha voz e clamo na madrugada. 
Poderia estar dormindo o sono dos justos 
Ou nas festas profanas em orgias e degradações. 
Mas, estou diante da minha missão. 
Bradar contra a ignorância. 
Contra a tolice humana. 
Quais tentáculos de um aracnídeo 
Eles perfuram os cérebros dos incautos 
E os fazem ser dominados e manipulados pelo sistema atual. 
Em meu silêncio perturbo-me com o que vejo e ouço durante o dia. 
Não que eu queira ser melhor do que ninguém, 
Mas o ser humano perdeu a sua humanidade. 
E o que é um ser humano sem humanidade?  
Pior que os insetos e crustáceos que, pelo menos, 
Respeitam sua cadeia alimentar. 
Mas, o ser humano na sua ambição, 
Ganância e hipocrisia solapam a esperança do último mortal. 
Com fúria nos olhos eles estraçalham todos os sonhos, 
Explodem os balões de oxigênios 
Que poderiam perpetuar a nossa existência. 
E o que fazer nessa situação? 
Os deuses estão caídos no chão. 
A poeira cobre os seus rostos desfigurados 
E as pessoas dançam em volta de seus restos como zumbis. 
Não há nenhuma percepção. 
Não há saída para tamanho desespero. 
E eu rasgo o meu coração na dor de ver 
E ouvir essa ladainha o tempo todo. 
Por que você não desperta desse sono mórbido? 
Por que não dá ouvidos a sabedoria que brada nas praças 
E avenidas sem ao menos ser notada? 
Por que insiste em ser esse anencéfalo ambulante? 
Por favor, pelo menos uma vez na vida 
Dê ouvidos a voz da sua consciência 
E saia desses emaranhados de coisas tolas 
E supérflua que toma conta do seu tempo. 
Não seja mais um escravo do sistema. 
Liberte-se! 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Parecia que era minha aquela solidão


Na madrugada fria 
Onde vaguei tão sozinho 
Não senti mais o seu toque 
Que sempre me aquecia. 

Senti o vento frio tocar 
Minha alma tão vazia 
E uma solidão tão cruel 
Veio me acompanhar. 

Andei pelas ruas desertas 
De uma cidade qualquer 
Sem saber que sua companhia 
De mim já era incerta. 

Aquela solidão tão sofrida 
Parecia que era minha 
E meus olhos tão cansados 
Já estão quase sem vida. 

Sigo sem destino certo 
No caminho que meus passos 
A conduzir-me estão 
Sem ter você por perto. 

E, sem você junto a mim, 
Não há outra esperança 
Pois, a alegria sempre esteve com você 
E, só resta-me, lamentar o fim. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Na minha inocência



Não havia apenas uma brisa fina 
Havia também um sentimento profundo 
Uma vontade de voar 
Livremente pelas campinas 
Eu fui feliz naquele tempo 
Como uma criança inocente 
Que se encanta com o mundo 
Sem saber que nele existe o adulto. 
Na minha inocência 
A vida sempre foi tranquila 
E eu podia andar livremente 
No mais lindo sonho 
Que um dia minha alma sonhou. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

terça-feira, 24 de abril de 2018

Acreditar



Você ja deve ter pensado várias vezes 
Assim como eu ja pensei 
Já pensou em desistir eu sei 
Já pensou em desanimar.
Quem é que nunca teve medo 
De seguir em frente e por medo resolveu parar? 
Talvez por não acreditar 
Por se deixar levar 
Quem nunca precisou de um abraço 
De alguém para as lágrimas enxugar?
Mas é aí que está 
Você tem forças pra lutar 
A vida é feita de esperanças 
E motivos para sonhar e conquistar 
Pare e pense:
O que seria de um vencedor sem batalhas para lutar? 
Sem planos para sonhar? 
Sem amigos para abraçar? 
Sem lágrimas para enxugar? 
Nao desista de você, 
Pois, Deus lá de cima, nunca desistiu.

Poema: Jaqueline Szubris

segunda-feira, 23 de abril de 2018

A noite do ébrio



Caminhei como ébrio pela noite 
Sua falta doia muito em mim. 
Nos bares nao te encontrei 
Nem nas latinhas de cerveja que tomei. 
Na noite vaguei perdido 
Em busca de teus braços. 
Os amigos sumiram 
Assim como a multidão 
Nao havia paz na minha vida 
E nem no meu coração. 
Conduzido pelo destino 
Parei na frente de seu lar 
Como um andarilho sem rumo 
Eu queria apenas amar. 
Voce me atendeu 
Mas, nao sentiu nenhuma pena 
Disse que eu não poderia fazer aquilo 
Pois minha alma era pequena. 
Pensei que ao te ver 
Fosse amenizar minha dor 
No entanto, o desepero aumentou 
Pois eu precisava de amor. 
Amor este que você já não dispunha 
Para me oferecer. 
Por isso voltei para casa 
Sabendo que minha vida era sofrer. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

quinta-feira, 19 de abril de 2018

No silêncio da noite me procura



Nas ruas da cidade corre um burburinho 
Noticias de um amor que acabou 
Na ilusão da vida que se foi 
No esquecimento de quem não amou. 

Mas não é verdade 
O que andam por ai comentando 
Se não existe amor 
Porque insiste em sair falando? 

Diz que não ama e que nunca amou 
Isso é o que por ai você assegura 
Para mim a versão é outra 
No silêncio da noite me procura. 

O fingimento de seus olhos 
Deixa escapar da sua alma a aflição 
De uma paixão que se foi 
Pois não soube zelar do coração. 

As mentiras que você conta 
Não atingem a minha alma singela 
Pois amo a verdade do sentimento 
Que meu coração sempre anela. 

A liberdade de encontrar em algum lugar 
Um amor que seja verdadeiro 
Que se entregue com paixão 
E que seja companheiro. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

terça-feira, 17 de abril de 2018

Se eu não te amasse



Perguntas-me como posso te amar 
Mesmo sem ter visto seu coração 
Digo que nasceu de um olhar 
Que acendeu minha paixão. 

A meiguice de seu olhar 
Foi a magia que mudou meu viver 
Aprendi o gosto de amar 
Que não me deixa te esquecer. 

Se eu não te amasse tanto assim 
Não dedicaria tempo a ti 
Você me faz ver as flores do jardim 
E desejar-te sempre aqui. 

O amor que nasceu desse olhar 
Faz meu coração mais forte bater 
Vejo-te no brilho do luar 
E passo as horas a te descrever. 

Nos meus sonhos contemplo seu sorriso 
Sempre misteriosamente belo 
Esse amor é o que mais preciso 
Para construir o meu castelo. 

Se eu não te amasse tanto assim 
Estaria preso na indigna solidão 
Mas seus braços são alento para mim 
E dá nova vida ao meu coração. 

Toda minha vida vou te amar 
E não tirar seu encanto do pensamento 
Nos seus sonhos quero navegar 
Deixando-me ser levado pelo vento. 

Expresso aqui o meu desejo 
Que fervilha no meu ser 
Não há nada melhor que seu beijo 
Que possas alegrar o meu viver. 

Se eu não te amasse tanto assim 
Minha vida seria tão triste 
Você é o sonho que sempre quis pra mim 
A melhor das coisas que existe. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Pouco pior que um homem


Quero rasgar o coração 
Ver o sangue escorrer pelo chão 
Já não tenho mais dó de mim mesmo 
Porque não mereço nenhuma piedade. 

Tenho sido cruel com seus sentimentos 
E causador de toda angústia 
Que transforma seu dia de sol 
Em noites cinzentas de terror. 

Não me peça para ficar ao seu lado 
Nem mesmo para acalentar os seus sonhos 
Pouco pior que um homem 
Sou um monstro a destruir sua esperança. 

No silêncio da sua solidão 
Tenho zombado as espreitas 
E a dor que sente na alma 
Não causa em mim nenhum efeito positivo. 

Vou destruir tudo de belo 
Que um dia você construiu 
E fazer de seu caminho uma estrada tortuosa 
Que não leva a lugar nenhum. 

Saia do meu pensamento nesse instante 
E não volte nunca mais 
O lugar que outrora te pertenceu 
Hoje está livre para qualquer sorriso triste. 

Abra seus olhos ao que acontece a sua volta 
E veja o estrago que causei 
Nos sonhos daqueles que acreditaram 
Que poderia ser feliz ao meu lado. 

Não quero que se iluda outra vez 
Não mereço piedade nenhuma 
Só quero ficar no meu canto em silêncio 
Para ninguém ouvir o meu choro baixinho. 

Quero rasgar o coração 
Ver o sangue escorrer pelo chão 
Sentir a tristeza da vida 
Na noite fria da minha solidão. 

Poema: Odair José,o Poeta Cacerense

terça-feira, 10 de abril de 2018

Que essa ilusão morra enquanto ainda é esperança



Que eu possa viver sem medo 
De que um dia vá embora 
E leve com você a minha alegria. 
Você que é saudade 
Antes mesmo de partir 
Que enfeita meus sonhos antes de dormir. 

Não deixe a tristeza 
Invadir seu coração. 
Olhe nos meus olhos e veja 
A esperança que há em mim 
Ao desejar o seu amor. 

Sufoco a paixão que há no meu peito 
Que ergue os braços para te alcançar. 
Não abro os olhos 
Pois tenho medo de você não estar mais aqui. 

Que essa ilusão tenha fim 
Que ela morra enquanto ainda há esperança. 
Sofrerei menos 
Pois não saberei a cor de seus olhos 
Pelos quais me apaixonei perdidamente. 

Poema: Odair José,o Poeta Cacerense

sábado, 7 de abril de 2018

O espelho


Olhou-se por longos minutos diante do espelho. Não reconhecia a imagem que seus olhos vislumbravam diante de si. Como o tempo havia sido cruel. Algumas rugas começavam a surgir. Sinal de que o tempo estava passando, mesmo que, na maioria das vezes, não percebera isso. Conseguiu detectar um cabelo branco. Que coisa!

Estava tão distraída diante de sua própria figura que não percebia o vento soprar as folhas esparramadas sobre a cama. Passara algumas horas tentando escrever uma carta. Varias folhas estavam amassadas e jogadas pelo chão do quarto empoeirado. Pairava sobre ela uma áurea de solidão. Estava ali desde que ele partiu.

Numa tarde de verão havia acontecido uma briga, talvez por ciúmes ou outra coisa e ele se fora. Ela disse que não ia mais atrás e que se realmente existisse alguma forma de amor ou algum sentimento, um dia ele voltaria com as próprias pernas. Asas quebradas eram o que ela imaginava agora. O pássaro voou para longe e foi atingido pelo passarinheiro. Então, em um relance ela via a folha.

Tinha sido removida pelo vento. Saiu de diante do espelho e sentou-se na cama. Lentamente pegou a folha e começou a ler o que estava escrito. Falava de saudade. Era uma poesia triste. Uma história de final infeliz. Ou que nem mesmo havia tido um final. Não percebeu, mas de seus olhos brotaram lágrimas. Os pensamentos começaram a apertar o seu coração e garras da solidão passaram a apertá-la profundamente.

Levantou-se e outra vez se colocou diante do espelho. Havia prometido a si mesma que jamais se deixaria ser dominada pela angústia da solidão e nem mesmo pelo desespero do abandono. Viu a sua imagem no espelho por mais algum tempo. Então, em um brado de fúria socou o espelho. Os cacos caíram pelo chão e ao contemplá-los ela viu o sangue escorrer. Vidros quebrados, sangue e lágrimas em um quarto solitário...

Odair José, Poeta e Escritor Cacerense

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Lula preso não é solução


Lutar é não esquecer
Uma vida de dedicação
Livre da dominação
A que o povo deve permanecer…

Prisioneiros da ideologia
Revoltados de plantão
Esquecem que o Brasil
Será sempre uma nação
Onde reinará a alegria…

Nunca na história desse país
Alguém poderá dizer
O que o povo não quer entender…

É agora que devo calar-me.

Sou uma voz que clama a liberdade
Onde a injustiça reina
Levo preso uma pessoa
Unindo as vozes das ruas
Cada sanguessuga solto
Apoiando a impunidade do
Ordenamento que ressoa.

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Pesadelo



Apaguei a luz e senti um calafrio 
Havia um vulto 
Como se houvesse uma pessoa 
Em pé ao lado da cama. 
Que porcaria é essa? 
Pensei comigo 
Num sobressalto acendi a luz 
E nada havia em meu quarto 
A não ser a minha solidão. 
Uma indagação perpassava a minha mente 
Enquanto sentia o coração pulsar acelerado. 
Não sei se estava dormindo 
Sonhando que estava acordado 
Ou se estava acordado 
Acreditando que estivesse dormindo. 
Que realidade é essa? 
Que pesadelo é este que tenho agora? 
O que são as sensações dentro de mim 
Que se digladiam a todo instante? 
Quero acordar deste sono profundo 
Tornar-me uma metamorfose 
Viver uma transformação. 
Mas, no silêncio sepulcral que sinto agora 
Não há espaço para as minhas divagações. 
Uma tonelada de sentimento 
Afunda o meu intelecto e sinto náuseas estomacais 
Que me fazem vomitar as palavras. 
Espanto, então, os demônios 
Que pairam sobre minha cabeça 
Os enxoto sem compaixão 
Pois não quero ouvir seus grunhidos 
E, muito menos, ser por eles atormentados. 
Fecho os olhos e tento dormir 
E já não sei qual realidade estou. 
Acordado para a vida eterna 
Morto para a vida terrena. 
Não pertenço a este lugar 
E como peregrino 
Sou enxovalhado pelas criaturas abomináveis 
Que perturbam o meu sono. 
Tapo os meus ouvidos e dou um grito: 
- Cale-se, demônios do inferno! 
Sem saber que os demônios 
São meus próprios pensamentos. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

terça-feira, 3 de abril de 2018

Como não sorrir


Pergunte ao meu coração o motivo dessa emoção 
Desse sentimento tão profundo 
Que desafia o mundo 
E leva-me a imaginar o dia do encontro 
Que estarei ao seu lado 
E de mãos dadas podermos caminhar 
Sob a luz do luar. 
Como dizer que não há amor 
Quando as nossas conversas podem fluir 
E no silêncio da madrugada posso sentir 
O seu sorriso do outro lado? 
É nesse momento que imagino o dia 
Ou o momento mágico de estar ao seu lado. 
Pergunte ao meu coração como não sorrir 
Ao lembrar-me das suas indagações 
Sempre levando-me a questionar 
Minhas próprias convicções. 
Meu pensamento voa livremente o tempo todo 
E toca suavemente o seu coração 
Então, pergunto-me se pensas em mim 
Da mesma forma e com a mesma intensidade 
E tenho a convicção que sim… 
Conforto-me, então, em saber 
Que seu sorriso 
Assim me faz entender. 
Se há conflitos em mim? 
Sim! 
Conflito que se chama atenção… 
Atenção que preciso de você 
De sua companhia… 
O que poderia ser melhor do que estar ao meu lado? 
Ou que sonho poderia ser mais lindo? 
Se esse é o desejo de nossos corações 
Então há razões 
Para que possamos unir nossos sonhos 
E viver esse amor... 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

segunda-feira, 2 de abril de 2018

A lâmina afiada do desejo



Há um grito preso na garganta 
Que teima em tentar escapar 
Para voar o infinito 
Na busca de te encontrar. 
Perambulo pelas ruas incólumes da cidade 
Nas vielas escuras 
E vejo os olhares a espreita 
Para devorar minha alma. 
São demônios da escuridão 
Que querem destruir os meus sonhos 
E eu não tenho medo 
Porque vivo na ilusão. 
Rasga a minha alma na incerteza 
De dias que já não voltam mais 
E a solidão de outrora 
É apenas uma luz ofuscada na noite. 
O grito já não está preso 
Foi solto no alto da montanha 
Onde agora me encontro 
Tristemente a vagar. 
Não preciso de seus conselhos 
Eles já não me ajudam mais 
Há uma incerteza 
Que ofuscam a minha visão. 
O sol está se escondendo 
E o amarelo dourado me deixa triste 
Em saber que mais um dia se foi 
Em que eu não vi os seus olhos. 
As ruas estreitas da viela 
São sujas e encobertas pela maldade humana 
Pessoas surrupiam a alma de inocentes 
Que não deveriam passar por aqui. 
Não há mais um grito preso na garganta 
Porque a garganta foi cortada 
Pela lâmina afiada do desejo 
Da liberdade da alma. 
Agora ela voa livremente 
Rumo ao infinito desconhecido 
De uma nova aventura 
Que está nos meus pensamentos. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense