sábado, 31 de outubro de 2020

Não te conheço e te procuro

 
Eu só vi a luz quando escrevia 
E mergulhei muitas vezes nas águas, 
Nas velhas águas 
Que nunca são as mesmas. 
Este poderia ser um poema 
Sobre um homem que ficou a esperar... 
 
Quem é que é assim tão desprezível 
A ponto de não chorar na solidão? 
Será que fomos educados com os animais ferozes? 
Na última carta 
Esqueci-me de mencionar tudo isso. 
Como todos os olhos veem a criatura 
Armadilhas 
Como saber se não vermos a face do animal? 
 
Cale-se e ouça-me: 
Não te conheço e te procuro. 
Perde-se a criança no silêncio 
E os amantes 
Sofreram deformações horríveis. 
 
Disseram que tudo isso era apenas 
Uma velha maldição dos poetas 
E nem os feiticeiros acreditaram... 
 
Foi visto lágrimas 
E línguas cheias de melancolias 
Proferindo palavras que não podem 
Ser celebradas em um poema. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Esta é a história de um homem marcado por uma imagem da infância

 
Um dia você vai ver 
A vida não é como os contos de fada. 
Quem sabe essa poderia ser a melhor definição 
Do que o coração não saberia explicar 
Quando vê que o tempo passou 
E os sonhos foram desfeitos no alvorecer 
Da vida adulta tão desejada.
 
Gosto de procurar coisas que ninguém pega 
Sonhos que nunca foram sonhados 
Mas, quais são os sonhos que nunca foram sonhados? 
Ser feliz não é tudo isso 
É acalentar a esperança que vi naquele olhar 
Que passou por mim uma única vez na vida.
 
Aquela imagem que ficou impregnada no meu coração 
O mistério que havia naqueles olhos 
E o perfume que sinto até hoje entrar em minhas narinas 
Quando eu brincava com as borboletas. 
Como poderia explicar tão singular emoção? 
Você a viu realmente? 
Ah! Eu a vi sim 
Como poderia não tê-la visto? 
Você não me conhece, mas eu conheço você 
E pode rir de mim se quiser 
Não importa. 
Apenas eu poderia dizer o que sinto 
Se fosse possível descrever o sentimento.
 
Sabe o que acontece com os intrometidos? 
Imagine você 
Um dia, e isso pode acontecer, 
Vou chamar você para voar até o horizonte 
Talvez iremos precisar de um barco maior 
Ou poderemos usar as asas da imaginação.
 
Algumas perguntas têm respostas e outras não 
E eu tenho quase certeza 
De que um dia vai chover de verdade 
Se não for assim 
Não haverá liberdade, nem lembranças 
O homem não morre nem enlouquece, ele sofre.
 
E do outro lado da memória 
O tempo parece insólito, imóvel e insensível 
E a noite dissolve os meus pensamentos 
Já não tenho lembranças de nada 
Mas deixo aqui o meu desejo de continuar a sonhar 
Chega um tempo em que é preciso voltar 
Por isso a minha poesia vem dizer 
Que eu também já fui poeta. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

O medo devora a alma

 
O céu cinzento com densas nuvens 
E a alma em frangalhos 
O medo devora a alma 
Não faz sentido 
Sentir a solidão da madrugada 
E nem saber a direção do vento.
 
Felicidade nem sempre é alegria 
Mas pode ser a esperança 
No brilho dos olhos tristonhos.
 
Não pare no caminho 
Mesmo que os espinhos firam os seus pés 
Há uma flor no jardim 
Esperando por nós 
E vamos comprar um pedaço do céu para nós.
 
Tudo que quero é ver o seu sorriso 
Na manhã eterna do tempo.
 
Sinta a brisa tocar o seu rosto 
Veja a luz do sol acima das montanhas 
Viva a vida que o Criador entregou em suas mãos 
Vença o medo que devora sua alma 
Siga a estrada do bem 
E feliz será alma ditosa. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

O começo do fim


De alguma forma a noite tornou-se solitária 
Nem mesmo o som dos pássaros podia ouvir-se 
E era possível perceber o silêncio da solidão 
Tudo envolto na mais profunda névoa 
Por causa de um adeus sem sentido algum. 
Ela afirmou ser a vontade de descobrir novos horizontes 
E ele sabia que era o começo do fim 
E por mais que suplicasse aos deuses do amor 
A viu desaparecer na escuridão daquela noite terrível. 
Agora é assombrado pelos fantasmas 
Pela ausência que sua presença se fazia sentir 
Os pensamentos são traiçoeiros 
Assim como os laços feito pelo caçador. 
Sabe que não adianta chorar as escondidas 
Ninguém ouvirá os seus lamentos 
A vida passa devagar quando se está longe 
Dos olhos que iluminava o seu caminho. 
Hoje tudo não passa de uma triste ilusão 
E seu coração sabe muito bem sobre isso 
Deveria ter seguido os conselhos do oráculo 
E evitado ser seduzido pelo brilho daquele olhar. 
Resta a esperança de encontrar algum dia 
A força para continuar a jornada 
Mesmo que seja lutando contra os moinhos de vento 
Nas obscuras pradarias do infinito. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Castigo ou maldade?


A saudade que no meu peito trago 
Lembranças de um amor que acabou 
É a dor de um desprezo cruel 
Que, de tão sofrido, amargurado estou. 
 
Pergunto-me a causa e o motivo 
Para um desprezo tão insano 
De alguém que, nesta vida, amei tanto 
Mas que se foi sem perceber o dano. 
 
Sigo numa tristeza sem fim 
Perguntando-me à esta saudade 
Porque teus olhos não contemplo, 
Será castigo ou maldade? 
 
Minhas noites tão sofridas 
Não me dão mais emoção 
Seu calor já não me aquece 
Está triste meu coração. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Quero caminhar até o fim


O sol que nem amarelo era 
Tentava se esconder entre as nuvens 
Dos meus pensamentos que voavam. 
Eu vi seus olhos naquela tarde 
E nada mais era real na minha vida 
Apenas um sentimento que não podia controlar 
Um amor que batia forte no meu peito. 
Você tão bela, tão fascinante 
Que ofuscava minha visão 
Fez o amor surgir onde não devia 
E no tempo em que me sentia tão só. 
Ah! Esse amor é real 
Você é a razão do meu viver 
A estrela mais brilhante em um céu de esperança. 
Sentir o perfume que exala de ti 
E seus olhos olhando para mim 
É a sensação mais inebriante que poderia ter. 
Te amo com amor profundo 
Com o coração aspirando pelo seu carinho 
Quero caminhar até o fim. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Uma lágrima


No momento em que partiu 
O meu coração chorou; 
Nenhuma estrela sorriu 
Nenhum pássaro cantou. 
Tudo se tornou denso 
Como a triste escuridão. 
Você me deixou tenso 
Na completa solidão. 
Dos meus olhos, uma lágrima, 
Tristemente brotou. 
O coração sentiu falta 
Da mulher que tanto amou. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Terra dos pássaros


Houve um tempo 
Em que o silêncio norteou a minha vida 
Adorava passear pelos campos verdejantes 
Na terra dos pássaros 
Ouvir apenas os cantos e ver as revoadas deles 
Naquele universo não existia o medo 
Nem a solidão e, muito menos, a tristeza de agora. 
Junto a relva e sob a sombra de um manguezal 
Eu era livre para pensar em você 
Naquele mundo onde só eu tinha liberdade 
Você era a minha fonte de inspiração. 
O seu sorriso, tão atraente, tão divertido 
Era a lembrança que acalentava aquelas horas. 
Tinha sido uma ideia idiota sair desse lugar 
Partir rumo ao desconhecido 
Apenas porque sentia medo 
O pavor de não tê-la mais em meus braços 
E agora pago o preço da desilusão. 
O barulho me sufoca 
Não vejo nenhum pássaro a voar estes espaços 
Transeuntes, fumaça e buzinas espalham o pavor 
E não consigo pensar em mais nada. 
Anoitece e tento fechar os olhos mais uma vez 
Quero apenas voltar, mesmo que em sonhos, 
Para a terra dos pássaros. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Por um punhado de dinheiro


Na esquina da vida estou 
Na espera de um dinheiro 
Para que possa me alimentar amanhã 
E não passe fome o dia inteiro. 
 
Por um punhado de dinheiro 
Entrego meu corpo a qualquer um 
Que esteja disposto a pagar pelo prazer 
Sem sentir remorso algum. 
 
Essa é minha sina 
Desde que sai de casa menina 
E ao mundo perdido me entreguei. 
 
As noites de amor intenso 
Causa-me um sofrimento imenso, 
Não era essa a felicidade que sonhei. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Condenado


Aquele silêncio o perturbava 
Sentia o desconforto 
Atormentar sua imaginação 
E só desejava a liberdade. 
Não saberia ao certo o que fazer com ela 
Mas gostaria de correr pelos campos floridos 
Sentir o frescor das flores 
E ver o voo das borboletas. 
Talvez isso acalmaria o seu coração 
Talvez pudesse viver outra vez 
E, quem sabe, sentiria o prazer de viver. 
A realidade, porém, não será assim tão fácil 
Não consegue ver além dessas grades 
Nem poderá ouvir os sorrisos de outrora. 
O cheiro fétido desta cela pequena 
O faz lembrar de sua culpa 
Da vida inocente que tirou. 
Condenado a pagar pelos seus crimes 
Sente o frio da solidão estendendo seus braços 
E o pavor da morte que o ronda todos os dias. 
Não pode desfazer o que já fez 
Nem voltar no tempo 
O destino é agonizar na escuridão 
O mal que há em cada um de nós 
Pode levar o ser humano à perdição. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Ela apenas sorriu

 
Eu imaginei que fosse a beleza mais pura 
A fonte de toda inspiração 
E nem tinha visto os seus olhos 
Apenas sua silhueta a caminhar. 
Eram os olhos mais lindos 
A beleza rara de causar encanto profundo 
A fragrância de seu perfume no ar 
Podia invadir os meus pensamentos. 
Então ela parou e pude ver seu rosto 
E ela apenas sorriu 
Mas foi o sorriso mais lindo que pude ver 
A beleza que encantou meu coração. 
Disseram que ela era forte 
Que sonhava com um amanhã diferente 
Que desejava ser feliz 
Com alguém que pudesse ver a sua alma. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Sentimento de paixão!


Penso no seu lindo olhar de amor 
Na sua beleza que afaga meu coração 
E no meu pensamento não há temor.. 
Você tirou da minha vida a solidão 
Desde quando vi seu sorriso encantador 
Dando vida a esse sentimento de paixão. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Só os seus olhos podem salvar-me


Tento olhar por sobre o muro 
Quero alcançar a luz lá fora 
Sem medo do que possa acontecer 
Quando não sinto mais esse viver. 
 
O que posso ver são as estrelas 
Que estão livres no céu da minha imaginação 
Ninguém há que ouça meu grito 
E permaneço dessa forma tão aflito. 
 
Seus olhos eu não consigo mais contemplar 
Nem sinto seu perfume tão real 
Só o medo e o desespero dessa vida 
Que levou o seu sorriso na despedida. 
 
Será que há alguém que me salve 
De minhas lutas contra os moinhos de vento? 
Porque não quero sofrer essa dor 
Que sinto sem ter o seu amor. 
 
Não é fácil viver essa ilusão 
Que aperta o meu coração vazio 
A dor de um amor não correspondido 
A solidão do sentimento só por mim sentido. 
 
Preciso que ouça o meu grito 
A minha voz que clama por socorro 
Não consigo dessa dor fugir 
E desse sentimento louco sair. 
 
Só os seus olhos podem salvar-me 
E dar paz ao meu viver. 
Fale-me que breve vai voltar 
Para que meu coração possa se alegrar. 
 
Quero dessa masmorra ser liberto 
E voar nas nuvens de felicidade 
Você é a luz que ilumina meu caminho 
E por isso nunca estarei sozinho. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Nada impedirá que eu continue a te amar


Mesmo que o sol deixe de brilhar 
Que a chuva não molhe mais o chão 
Nunca tirarei você do meu coração 
Porque nada impedirá 
Que eu continue a te amar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Um peregrino (mal)dito

 
Podes me ensinar o caminho do sonho 
Ou pensar na realidade da vida 
Como o sol que desponta por detrás das montanhas 
Sem acreditar que os pássaros possam voar? 
A minha esperança é como o orvalho da manhã 
E as nuvens levadas pelo vento 
Que derrama água pelas planícies 
Dando vida aos campos verdejantes na primavera. 
Não consigo esconder o meu desejo 
De encontrar a estrada da felicidade 
No brilho daquele olhar tão sedutor 
Que um dia, meus olhos puderam contemplar. 
 
Talvez eu seja um peregrino (mal)dito 
Um andarilho solitário em um mundo caótico 
Ou quem sabe apenas um viajante 
Em terras nunca antes desbravadas. 
Mas, pode ser que eu seja apenas o louco, 
E esteja perdido no tempo. 
Contudo não posso deixar de sonhar com a beleza 
De um sorriso tão singelo 
Como o que meus olhos conseguem vislumbrar. 
 
Olho as nuvens outra vez e elas voam mais vagarosas 
E o vento sussurra nas campinas 
Ouço, então, a sua meiga voz a gotejar 
Palavras de esperança em meus ouvidos. 
Não quero acordar deste sonho, digo eu a mim mesmo, 
E nem sei ao certo se estou sonhando. 
A sua beleza tão exuberante 
Ofusca até mesmo as flores deste jardim. 
Vejo borboletas inquietas, 
Coloridas, mas, inquietas com a sua elegância. 
 
O que posso dizer de tudo isso? 
Deixo-me apenas descansar dos dias maus 
E sinto o frescor das águas cristalinas 
Que escorrem pelo meu rosto transbordante de felicidade. 
Uma chuva cai silenciosamente 
E traz consigo o frescor da felicidade que vi em seus olhos 
E sei que já não preciso acordar deste sonho 
Porque a felicidade é real em seus braços. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Grito de socorro!


Expresso uma dor que não pode ser esquecida 
Presa em uma alma que parece perdida 
Com asas que ao longo do tempo foram feridas 
E o que resta é um corpo agora já sem vida. 
 
Essa dor tão cruel que em mim persiste 
Escondeu-se na escuridão dessa noite sem luar 
Por mais que lute a minha alma está triste 
Sem ter a esperança de outra vez me amar. 
 
Eu já não consigo mais ver o seu encanto 
Porque há em mim um choro soluçado 
Que cobre minha tristeza com um manto… 
 
O meu grito de socorro agora está sufocado 
E no meu mundo solitário existe um pranto 
Que apenas revela esse olhar tão revoltado. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Os olhos da esperança se foram


Aquela que fez minha vida mudar 
Não mais está aqui. 
A ilusão toma conta da vida 
Que renasce da saudade de tempos que se foram. 
Os sonhos são desfeitos 
Como a primavera sem flores 
No jardim do esquecimento. 
Seus sonhos tão lindos 
São os pesadelos de outrora 
Em um coração que não acordou. 
Como a estrela cintilante 
Na noite de lua 
Você apareceu na minha solidão 
E me fez compreender a natureza da minha existência. 
Mas, não mais te vejo a sorrir, 
Com a naturalidade que me fez apaixonar 
Seu semblante sempre triste 
Realça a natureza de um amor que não mais existe. 
Sozinho caminho pelas ruas 
Na solidão fria de uma noite de inverno 
Relembro o pretérito de sua ausência 
E a dor de agora é mais profunda. 
Porque me enganaste desta forma? 
Porque não me deixaste sofrer naquele tempo? 
Se fora apenas para me aquecer momentaneamente 
Deveria ter me deixado morrer de frio. 
Seria melhor dessa forma. 
Abraçado fortemente pela solidão de seus olhos 
Que não mais contemplo a brilhar 
Sigo sozinho pela escuridão. 
Seu sorriso que me transformava 
É um mero refúgio em minha alma desolada 
Pois a tristeza de não vê-lo me sufoca. 
Ao sair da minha solidão e abraçar seu coração 
Pensei ter encontrado a minha eternidade 
Mas a saudade que sinto agora 
Dói o bastante para me tornar miserável. 
Passageiro esse amor que me consome 
Na ausência de sua alegria 
O choro permanece a noite inteira. 
Canto a tristeza de uma esperança 
Que encontrei em seu olhar 
E que, ao encontrar, me senti vivo outra vez. 
Mas os olhos da esperança se foram 
E eu, na solidão, me encontro de novo. 
Essa é minha canção de hoje. 
O amanhã não me pertence 
E nele, posso tanto sorrir como continuar o choro. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Em seus olhos vi florescer

Uma beleza tão sublime no olhar 
Faz irradiar um sentimento no coração 
A silhueta sensual me faz desejar 
Viver com você uma forte paixão. 
 
Vi em seus olhos um tão sublime amor 
Que vai além da minha imaginação 
Sentimento que arde no peito com fervor 
E afasta de mim essa triste solidão. 
 
Em você eu senti o amor renascer 
E acreditei nessa felicidade 
Que em seus olhos vi florescer… 
 
Você preenche a minha realidade 
E me dá forças para viver 
Sem ter que pensar em saudade! 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Braços da eternidade


Das liberdades que não existem 
Ou dos medos que nos atormentam 
É o que minha mente gostaria de falar. 
Ou poderia ser sobre a fragilidade humana 
A busca pelo desconhecido que nos atormenta 
Ou, quem sabe, o silêncio que assusta. 
 
Minha mente navega horizontes 
Contempla o nascer do sol em meios as montanhas 
E sente a brisa da manhã tocar o rosto. 
Não há escuridão para os olhos cansados 
Apenas as lembranças de sorrisos bobos 
De donzelas com cabelos soltos a passearem nas planícies. 
 
Narciso olhando sua imagem na água 
E Áries banhando-se no sangue das vítimas 
De suas armadilhas mortais. 
Qual escaravelho a esconder-se misteriosamente 
Minha mente ofusca as memórias sórdidas 
De um tempo que não desejo ter de volta. 
 
São sombras das nuvens que se formam no céu 
E o vento que agora já não é tão suave 
Carrega consigo a tristeza de olhares vagos. 
Um ser rastejante tenta se esconder entre as folhagens 
E formigas carregam gravetos para sua moradia 
Sem saberem que serão preenchidas pelas chuvas. 
 
Não há por do sol nas montanhas 
Agora cobertas pelas nuvens negras 
Que prometem chuvas torrenciais em breve. 
Sonhos varridos pelo furor da tempestade 
Que assola os pensamentos íntimos 
De quem um dia ousou sonhar tão alto. 
 
A calmaria da meia-noite revela as estrelas 
Em um céu tão límpido como a imaginação 
Que descansa nos braços meigos da eternidade. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Batidas do coração


Hoje só resta chorar 
Pela desilusão da vida 
Nos olhos marejados de lamentar 
A tristeza da despedida. 
 
Partiste sem dar um aviso 
Do que te fazia sofrer 
Agora sei que o sorriso 
Era falso e sabias esconder. 
 
De longe pode se ouvir 
As batidas do meu coração 
Não sei porque deixei você ir 
Se não suporto essa solidão. 
 
Vivo a esperança do amor 
De que um dia possas voltar 
Para aquecer-me com seu calor 
E, outra vez, me amar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Meu coração diz o contrário


Senti a mágoa na sua voz 
Ao dizer que tudo tinha acabado 
Você queria ir embora 
E deixar-me arrasado. 
 
Todas as culpas do mundo 
Você lançou sobre os meus ombros 
Como se eu fosse o responsável 
Por tudo estar nos escombros. 
 
Nos seus olhos tristes 
Percebi a grande desilusão 
De uma vida sem sentido 
Que sempre te deixou na solidão. 
 
Mas não sou o culpado 
Das suas ilusões na vida 
Dei-te todo meu amor 
E sempre foi para mim muito querida. 
 
Siga seus passos por onde queres 
E não se preocupe comigo 
Tenho certeza do meu sentimento 
E de encontrar novo abrigo. 
 
Não deixes que a tristeza 
Domine o seu coração 
Tenha confiança na vida 
E viverá uma nova emoção. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense