segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Sinta o meu silêncio a beijar-te


Feche os seus lindos olhos 
Vou tocar os seus lábios 
Voe os espaços dos sonhos mais bonitos 
Sinta o meu silêncio a beijar-te 
Veja o amor te abraçar 
E desfrute a beleza da vida 
Juntos vamos caminhar em direção ao paraíso 
Onde vivem os apaixonados. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

A vida segue seu curso


Havia um brilho no olhar que fora ofuscado 
Pela lágrima que teimosamente 
Insistia em escorrer pela face silenciosa 
Naquela tarde de primavera. 
Nem mesmo as flores a exalar perfume 
E as borboletas coloridas a voarem 
Poderia alegrar aquele coração dorido. 
Uma dor silenciosa tomava conta da alma 
Que relutantemente tentava livrar-se da ilusão 
Causada pela despedida. 
O amor que sempre buscou 
E que, por um instante acreditou ter encontrado, 
Saiu pela porta sem olhar para trás. 
Havia só o silêncio 
Depois que a viu dobrar a esquina. 
Ao perceber tinha caminhado até o jardim 
E ali permanecera até anoitecer. 
Olhou, então, para as estrelas 
Que no céu dava seus primeiros sinais 
Um suspiro fundo 
E a esperança de uma vida nova. 
Na solidão do tempo 
Imaginou o brilho daquele olhar 
Que outrora estivera tão perto 
E a lembrança dos dias bons 
É a força da caminhada. 
A vida segue seu curso, 
Assim como os rios serpenteiam as montanhas 
Até chegar ao mar, 
Um dia encontrará o amor 
E novas formas de amar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Divagação de um poeta na noite de sua vida


Nesta solidão que me cerca 
Eu contemplo o seu olhar a me conduzir 
Ao infinito do meu pensamento 
Que procura nas lembranças de tempos remotos 
A alegria do seu sorriso nas manhãs de primavera. 
O tempo passa lentamente nos olhos cansados 
E a brisa da tarde chega suave espantando o calor 
De um sol amarelo que procura se esconder 
No horizonte distante 
Atrás das árvores refletidas nas águas a serpentear 
As colunas de areia. 
 
Tento esquecer o seu sorriso que tanto me acalentava 
Seus olhos a me dizer o que havia no seu coração 
Sua forma esbelta de olhar para as nuvens 
E deixar os pensamentos 
Escorrerem pela sua boca pequena. 
Há uma profunda dor que incomoda lentamente 
E aumenta conforme as horas vão passando. 
É como se as areias da ampulheta quisesse dizer 
Que o tempo não volta mais. 
 
Na verdade eu já sei de tudo isso 
Mas parece que as respostas para as minhas perguntas 
Já não são capazes de convencer-me de que a realidade 
É esta mesma que está diante de mim. 
 
Observo o beija-flor que bate suas asas incansavelmente 
E paira no ar como se me olhasse 
E eu quero ser livre como ele. 
Então deixo escorrer de meus olhos aquela lágrima teimosa 
Que procura fugir do silêncio que me cerca. 
Percorro as campinas verdejantes a minha frente 
Mas nem sei se são verdes as folhas que contemplo. 
Meus olhos confundem-me a todo instante 
E o que sinto nem sempre é o que estou sentindo 
Pois meus sentimentos são como as miragens do deserto. 
 
Você é como essa estrela que estou olhando 
Que vejo brilhar e ofuscar a minha visão 
Então levanto as minhas mãos e você se afasta 
E quanto mais corro em direção a ela 
Mais longe ela fica de mim. 
Não sei porque foi preciso caminhar nesta estrada 
Que só me prende as lembranças 
De um tempo que não volta mais. 
 
Meus dedos estão encurvados 
Eles nãos querem mais escrever sobre isso 
Querem um descanso para seus ossos e músculos 
Mas o pensamento divaga 
Eles precisam ser pontuados e eternizados neste papel. 
Não adianta pensar tudo isso e não falar 
Onde mais encontraria respostas para estas perguntas? 
Não são as respostas que movem o mundo 
Mas o que seria do mundo se não houvesse as perguntas? 
 
Agora meus passos são lentos 
Não tenho pressa mais de chegar a qualquer lugar 
Quero olhar tudo a minha volta 
Sentir o perfume das flores e ouvir o canto dos pássaros. 
Não me importa a distância 
Nem o medo pode me afastar de buscar essa esperança 
Esse olhar que se destaca na multidão. 
 
Na minha mente há uma enorme confusão 
Perguntas sem respostas me torturam 
Pois preciso saber quem é você 
E como surgiu assim na minha vida. 
Não pode simplesmente aparecer do nada e mudar tudo assim 
Sem uma explicação plausível. 
Agora eu preciso ir 
Para o meu caminho 
E preciso esquecer tudo isso 
Que permeia os meus sentimentos. 
Só quero sentir suas mãos suaves a acariciar meus cabelos 
E sua voz me dizendo para acreditar nos seus olhos. 
 
Eu apenas quero deixar o vento levar meus pensamentos 
E meus dedos registrar 
O que sinto no meu coração 
Nesta noite de nostalgia 
Quando penso no seu olhar tão lindo. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Encontrar é o início de perder

Como se buscasse uma joia de raríssima beleza 
E ao encontrá-la, 
Onde haverá a paz? 
O amor que procuramos 
Não satisfaz o nosso desejo 
Porque não há liberdade. 
Encontrar é o início de perder 
Pois escorre-se pelos dedos 
Quando queremos prender o que desejamos. 
O egoísmo de achar que nos pertence 
A alma de quem nunca esteve aqui 
Mas que alçava outros voos... 
Procuramos em toda parte 
E não encontramos a felicidade. 
O amor que queremos 
Está preso em outros pensamentos. 
Então nos deixamos cair na real 
E sabemos 
Que é o início do fim, 
Que perdemos outra vez 
Aquilo que tanto queríamos encontrar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Prometi não chorar


A dor que invade minha alma 
É profunda e sem piedade 
Mas prometi não chorar 
Mesmo que morra de saudade. 
 
O amor que você não me deu 
Faz falta ao meu coração 
Mas quero caminhar sozinho 
Mesmo que para sempre na solidão. 
 
A esperança de um novo alguém 
Que possa me amar 
É o que conduz minha vida 
A novos mares navegar. 
 
Siga seu caminho livremente 
Sem comigo se preocupar 
Pois a vida é feita de tristezas e alegrias 
E, um novo amor, hei de encontrar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Era disso que tinha medo


Ouvia a canção que tocava a alma 
Sentia a liberdade pulsar o coração 
Não queria mais pensar em tudo que lhe acontecera 
E nada mais importava além da paz que desejava. 
Por muito tempo lutou bravamente 
Contra o desejo que atormentava seu coração 
A vontade voar os espaços e estar junto a ela 
Sem pensar em sofrimento. 
No fundo sabia que isso era impossível 
Não poderia esquecer aquele olhar jamais 
E era disso que tinha medo 
Do desejo traiçoeiro que turva a visão 
De quem está apaixonado. 
O amor que sentia fazia sofrer 
O sentimento de quem não recebe nada em troca 
De quem sofre calado nas noites frias de inverno 
E que sente o vapor quente da solidão. 
A música parou de tocar 
Ou quem sabe chegou ao fim Tudo chega ao fim mesmo 
Pensou consigo mesmo e fechou os olhos 
Na esperança de dormir o sono dos justos. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Não existem palavras que possa descrever esse amor

Bem que o meu silêncio deveria continuar por longo tempo 
Pelos menos isso sempre foi a minha vontade 
Deixar-me caminhar lentamente pelos campos floridos 
E não me preocupar com coisa alguma, nem mesmo a saudade. 
 
Mas o coração sente um vazio ao olhar para o horizonte 
E nele não ver mais o brilho intenso do seu lindo olhar 
Aquele que sempre fora como uma luz a iluminar na escuridão 
Os meus passos na grande jornada que me pus a caminhar. 
 
Senti o frio gritante da madrugada e o medo adentrou meu coração 
Um medo de nunca mais sentir o toque suave de suas mãos a me acariciar 
E o pesadelo de saber que, sem você, minha caminhada é muito mais triste 
Pois seus olhos sempre foram a minha certeza de que queria te amar. 
 
Por isso venho aqui neste momento sereno de minha vida 
Abrir diante de ti o meu coração tão dolorido 
Para dizer o quanto o meu amor por você é grande 
E, que sem ele, meu peito ficará sempre ferido. 
 
Não há balsamo sequer neste mundo tão grande 
Que possa curar esse tão imenso sofrimento 
Que invade a alma, seja na noite fria ou na manhã quente, 
E não me permite, de forma alguma, tirar-te do meu pensamento. 
 
Amo você com um sentimento tão puro 
Que não existem palavras que o possa descrever 
Um amor que ultrapassa todas as fronteiras 
E faz-me entender que você é minha razão de viver. 
 
Será que preciso dizer mais do que tudo isso que te falo 
Para que você compreenda a magnitude deste amor 
Ou posso descansar minha esperança de sentir o carinho 
Que sai do seu coração e ameniza a minha grande dor? 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Deserto


O deserto é ofuscante 
O sol queima minha pele 
E o calor ofusca a minha alma. 
Estou tórrido e desidratado 
E preciso de água para saciar minha sede. 
Quarenta dias de angustia 
Minha alma lamenta e chora 
A tristeza de não ver mais os teus olhos. 
As areias escaldantes 
Não permitem que meus passos prossigam 
E não existe sombra para eles. 
Ao longe contemplo seu vulto 
Na esperança de sua volta 
Caminho a passos lentos 
Em direção a miragem. 
Quero acordar desse sonho 
E viver a vida que me espera 
Além da longitude desse deserto. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Professora


O frio que percorreu minha espinha não era normal 
Era o presságio de uma ausência 
Mas, ausência do quê? 
De repente me vi preso as lembranças 
Lembranças que me remontam aos seus olhos lindos. 
Seu perfil contagiante 
Sua silhueta tão sedutora. 
Seu caminhar pela sala de um lado para o outro 
E sua voz tão macia a preencher o silêncio 
De quem aprendeu a te admirar. 
Fiquei triste hoje, 
Seu último dia de aula na minha sala 
Agora você não será minha de nenhuma forma 
Porque ali 
Era o único lugar. 
Então eu percebi, talvez tarde demais, 
Que você era o encanto de minhas manhãs solitárias 
Além de minha professora, 
Você era minha esperança. 
Esperança que vi em seus olhos verdes encantadores. 
Notei o quanto era difícil acompanhar suas aulas 
Porque o brilho de seus olhos ofuscaram minha percepção 
Difícil assistir as aulas sem notar o seu encanto. 
Agora tudo se foi 
As aulas acabaram e onde posso te ver? 
Nos meus sonhos, com certeza. 
Nesta manhã percebi 
O quanto você estava encantadora. 
Parei no tempo e fiquei a vislumbrar-te 
Com o coração palpitando mais acelerado. 
Você era minha professora 
Era. 
Agora o que será? 
O que espero no alvorecer de cada manhã? 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
 
Obs. (Poema escrito em 1986).

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Uma canção


Parou por um momento 
Queria apenas apreciar as flores 
Viu o sorriso naquele olhar 
Só podia admirar 
O amor que via seu coração atingir. 
Sem reação 
Diante de tamanha magia 
Esboçou uma canção 
Para externar o sentimento de paixão. 
O calafrio que percorre a espinha 
Quando se sente o amor 
Não podia mais esquecer. 
O silêncio da madrugada 
Deixava os pensamentos voarem 
Para estar junto ao coração 
Daquela que seus olhos já havia enamorado. 
Ninguém percebeu o sorriso 
Nem a alegria que trazia no semblante 
Depois que havia cruzado com aquele olhar. 
Deixou-se descansar de sua aventura 
E o sono chegou mansamente 
No sonho daquela noite 
Via a letra da canção 
Que tocaria para sempre em seu coração. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Nada é como era antes


Os olhos marejados de tristeza 
Revela uma angustia sem fim 
Uma saudade tão dolorida 
De amores esquecidos por mim. 
 
Um amor revelado 
Que não foi correspondido 
Quando preferiu promessas de outro 
Todo tempo foi perdido. 
 
Não és mais como eras antes 
Vejo que seus olhos estão opacos 
Vindos de uma triste ilusão. 
 
Siga seu destino sem mim 
Na esperança de tempos melhores 
E dê alento ao seu coração. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Serei coração perdido


Trancar as portas não adianta nada 
Nunca adiantou 
O vento entra pelas janelas 
E as folhas caem pelo chão. 
 
Um dia eu desejei a solidão 
Ela simplesmente não me quis 
Apenas olhou sorrateira e partiu 
Como se eu fosse a tristeza alada. 
 
Serei coração partido 
Na manhã do tempo 
Onde meus passos foram contados 
E proibidos de caminharem. 
 
Nada pode ser tão profundo 
Como a incerteza do amanhã 
Quando não haverá mais motivos 
Para sonhar com aquele sorriso. 
 
Eu até pensei em parar 
Não queria mais agir daquela forma 
O espantalho foi sacudido 
E nem um pássaro ousou violar o lugar. 
 
Havia um silêncio perturbador 
Uma voz que sussurrava 
Ninguém parecia prestar atenção 
Até onde as crianças puderam brincar. 
 
Agora há um silêncio vazio 
Nas tardes de uma primavera sombria 
Onde os olhos não conseguem ver 
A esperança de belos dias. 
 
Serei coração perdido, eu já disse, 
Se ninguém ouvir os clamores 
Das pessoas que querem a liberdade 
E o melhor para a nossa sociedade. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Ladrão de almas


Agora vamos voltar a realidade 
Será que tenho tido pesadelos? 
Essa pode ser a única explicação 
Eu sonho com ratos, lagartos e besouros 
Mas nunca desejei isso para mim 
Apenas uma noite tranquila 
Um sono suave 
Será que é pedir muito? 
Mas, como dormir tranquilo em meio ao caos? 
O sistema corrói a alma 
E não dá sossego hora nenhuma. 
Ouço os gritos das crianças 
O rastejar dos vermes 
E o sussurro dos morcegos e sanguessugas. 
Na vala escura mais um corpo é escondido 
Pelo ladrão de almas 
Triste época a nossa 
Em que roubam até nossa esperança. 
No silêncio ouço o vento 
Na madrugada vejo correr 
E morrer 
O sonho da humanidade! 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

47


Eu tenho tanto para agradecer 
Que com palavras não sei dizer 
A felicidade que é viver. 
 
Quero apenas erguer meu olhar 
E com alegria poder expressar 
O quanto aprendi a amar. 
 
Uma vida de paz o Senhor me deu 
Com muito amor me protegeu 
Em seus braços de amor e amizade 
Me fez sentir e viver a felicidade 
Que preenche o meu coração 
Por isso externo aqui minha gratidão! 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
 
Obs. 47 Primaveras, 17.166 dias! 

 

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Positividade

Estalou os dedos 
Esticou os braços acima da cabeça 
Respirou fundo 
Silenciosamente saboreou a brisa 
O frescor na alma há tanto tempo desejado. 
Hoje só queria relaxar 
Pensamento positivo 
Sentir a beleza da vida tocar sua alma 
Sem temer a solidão 
E a tristeza dos dias ruins. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Ainda nos sonhos eu te encontro


Parece-me uma busca sem fim 
Por tudo que perdi na noite do adeus 
Quando de mim seus olhos se foram na madrugada 
E eu chorei a minha dor silenciosamente. 
Nos meus sonhos eu te encontro 
No desespero de louca vontade que permaneça 
Neste mesmo lugar. 
Eu não posso caminhar sem os seus olhos 
Que sempre me orientaram 
E deram rumo a minha jornada. 
Na noite fria do adeus você se foi 
E o silêncio tomou conta de mim 
Mas eu ainda te procurei 
Na esperança de que não fosse verdadeira 
A sua decisão de ir embora para sempre. 
 
Ainda nos sonhos eu te encontro 
E neles você sorri de tudo isso 
Dizendo que não foi embora e que sempre esteve aqui 
Para caminhar comigo. 
E você está feliz 
E você sorri 
E seu sorriso é tão singelo e encantador 
Que revela o brilho de seus olhos 
Que eu tanto amo na minha solidão. 
 
Não posso acordar deste sonho 
Porque a realidade é tão cruel 
Amarga como fel 
A sua ausência tão sentida pelo meu coração 
Que chora pelas madrugadas 
Sentindo saudades de quando ouvia a sua voz. 
 
Não me faça ficar assim 
Sem a sua presença tudo é saudade 
E a solidão é tão fria e silenciosa 
Que não dá para suportar. 
Quero ver o brilho do seu olhar 
E deixar-me envolver com o seu sorriso 
Outra vez. 
Tome-me pelas tuas mãos e conduza-me 
Para o horizonte distante 
Quero estar junto com você. 
Não me permita acordar deste sonho. 
Nele você está comigo! 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Um dia pode ser melhor


Chegou o momento em que parei um pouco. 
Meus dedos fervilhavam e as palavras surgiam como formigas. 
Não conseguia nem processar tudo. 
Apenas via que se formavam como nuvens e aparecia sentenças. 
Havia revoltas. 
Palavras de carinho. 
De afeto. 
Tudo parecia se encaixar conforme ia escrevendo. 
E, os homens primitivos sujavam suas mãos. 
Até deixavam as marcas nas paredes das cavernas. 
Quem seria o melhor? 
Entendi que não poderia ser nenhum deles. 
Não havia condições de ser. 
A imagem esbelta era de uma donzela. 
A silhueta era feminina. 
Então só poderia ser isso. 
O melhor do mundo era uma mulher. 
Houve um silêncio. 
Não ouvia mais as vozes que faziam meus dedos fervilharem. 
Como um trovão pipocou perto de mim e me assustei. 
Vi o olhar. 
Vi o sorriso. 
Então rendi-me aquela escultura. 
Lá estava o enigma do mundo. 
Bem ali podia se ter a revelação do maior mistério já existente. 
E quem poderia negar tudo isso? 
Ninguém ousaria tal ato de loucura. 
Engraçado que vi os olhos as espreitas. 
Tentavam se esconder. 
Mas, a luz era muito forte. 
Era impossível esconder o que quer que seja. 
A cortina se abriu. 
A figura deslumbrante desfilou pelo palco. 
Todos boquiabertos. 
Sem fôlegos. 
Atônitos. 
Eu só poderia rir te toda essa loucura. 
Como tudo isso era possível? 
A lógica era desafiada. 
E, nem o mais covarde dos guerreiros fogem de um desafio. 
Então, o destino sorriu para mim. 
E as palavras continuavam a surgir. 
Eram dezenas, depois centenas, milhares. 
Ah! 
Um suspiro. 
Uma calma a pairar sobre meus pensamentos. 
Lá no mais recôndito da alma 
Eu sentia aquela sensação maravilhosa do desconhecido. 
A alma sorria em silêncio. 
Eu poderia viver ali para sempre. 
Já não me lembrava mais daqueles dias tristonhos. 
No fundo eu tinha plena convicção de que um dia pode ser melhor. 
E isso aconteceu sem que eu percebesse. 
Agora eu estava no paraíso e nada mais importava. 
Tudo está em silêncio outra vez. 
Agora vou olhar para as palavras 
E descobrir qual foi a mensagem dos deuses. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense 
 
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quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Não negue o seu tempo a mim

Apenas tenha coragem de olhar em meus olhos 
Contemple a angústia e o desespero 
Ouça o meu grito rompendo o silêncio 
E sinta o pulsar do meu coração.
 
Eu fui obrigado a fugir 
Não tinha outra forma de escapar 
Prisioneiro desta louca paixão 
Que me conduzia a destruição.
 
Não negue o seu tempo a mim 
Era o que sempre me dizia 
Como se fora possível entregar-lhe 
Algo que não me pertencia. 
 
Eu chorei pelo caminho 
E resisti a tentação de olhar para trás 
Nada mais importa agora 
No horizonte que desponta diante de mim. 
 
Andei sozinho durante muito tempo 
E senti a brisa tocar o meu rosto 
Agora já posso seguir meu caminho 
Sem sofrer a saudade que me torturava. 
 
Cada pessoa tem um destino neste mundo 
E sofremos menos quando descobrimos isso 
A vida é uma eterna jornada 
Que precisamos fazer sempre olhando para frente. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Pra você


Quero ver o sol nascer 
E brilhar só pra você 
Quero ver a luz te iluminar 
E dar alento ao seu olhar 
Vou escrever uma canção 
Que vá direto ao seu coração 
Porque você é uma flor 
Que me mostrou o seu amor. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Coração vazio


Linda e sedutora 
Sua imagem surreal 
A impregnar minha mente 
E causar o meu mal. 
 
Na ansiedade do sonho 
Que nasceu a partir do beijo 
Transformou minha vida 
Num poço de desejo. 
 
Mas sua singela beleza 
Contrasta com a rudeza 
De um coração vazio 
E cheio de tristeza. 
 
Se o amor não faz parte 
Da sua ínfima existência 
Que me deixe seguir sozinho 
E, no futuro, ter experiência. 
 
A experiência ensina 
A não ser seduzido pelo olhar 
De alguém que só tem beleza 
Mas que não sabe amar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Se passares por Cáceres um dia

 
Se passares por Cáceres um dia 
Vem até a Praça Barão 
Onde podes apreciar, do cais, 
O altar que reverencia o Rio Paraguai 
Como a primavera no coração. 
 
Se amas ver um por do sol singular 
E queres ver o magnífico esplendor 
Para mim o maior desejo 
Na beleza que antevejo 
É que encontres no horizonte o amor. 
 
Poderás perceber que o rio 
É sagrado e os deuses bem o sabem 
Se assim não fora verdade 
Não restaria nenhuma saudade 
Para aqueles que a esta cidade querem o bem. 
 
Saiba você que ao apreciar esta beleza 
Que ela jamais perecerá a sua glória 
O seu nome será imortal 
É como se atravessasse o portal 
Que lindamente de Cáceres conta sua história. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense