segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Já não quero nem saber


O que digo com os olhos e você não entende 
Não é o mesmo que transmito em palavras. 
E não a culpo por não entender os meus argumentos expostos em hieróglifos da alma. 
Na surdina elevo os pensamentos 
 Mas não a encontro em lugar algum. 
Há um limbo existencial que percorro solitário e pensativo 
Na esperança de encontrar as respostas neste labirinto em espiral 
E por mais que caminhe nesse destino não consigo encontrar sombra para descansar. 
Brado dentro de mim 
Esbravejo como louco e falo palavrões impronunciáveis aqui 
No intuito que alguém ouça o meu grito. 
Já não quero nem saber 
Porque a cor do céu é azul e os seus olhos pretos já não causam em mim tanto pavor. 
Rasgo as minhas entranhas na busca por um equilíbrio mental 
Ouço sussurros escondidos entre as paredes 
E não entendo os grunhidos que me causam terror. 
Não preciso esconder as feridas do meu coração 
 Nem as marcas da solidão 
Eu só quero encontrar-te na calada da noite 
Sem me preocupar com o alvorecer. 
Minhas palavras te assustam 
Porque você não as entende de forma nenhuma. 
Tudo isso por causa daquela ilusão 
Que foi criada no crepúsculo de um dia qualquer. 
 No silêncio desse vazio 
Onde não é possível ver e nem ouvir nada 
Minha alma flutua levemente como uma pluma 
E sinto a brisa do alvorecer 
O vento que toca meu rosto 
É o sopro suave de suas lembranças. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

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