quarta-feira, 2 de novembro de 2016

O dia em que morri


Ali estava eu 
Deitado imóvel e frio naquele caixão 
As mãos cruzadas sobre o peito 
Roupas novas e uma linda decoração. 

Indivíduos transitavam ao redor do corpo 
Falando coisas boas a meu respeito 
Outros sorriam zombeteiramente 
Porque não me conheceram direito. 

Pessoas amadas choravam 
Deixando transparecer o sentimento 
Lembrando dos belos momentos 
Em que, juntos nesta vida, caminharam. 

Era uma noite de incertezas 
Cercada de choros e canções 
Iluminando o que fiz nessa vida 
Do sentimento e das emoções. 

Quatro braços conduziram 
O esquife para o cemitério 
Lançaram terra sobre o mesmo 
E ali acabou o mistério. 

Na madrugada fria de inverno 
De choro e rosto tristonho 
Vi que não estava no inferno 
Pois, tinha acordado do sonho. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

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