Foi até sem pensar
E eu assassinei quem amava
Não chorei nem um pouco
Sem dor meu coração estava
Num gesto sagrado de amor
O sangue que dela jorrava
Na terra úmida se escondeu
E os pássaros de longe cantava
A sede da terra acalmou
A tristeza que dela anelava
E lá onde jaz o seu corpo
Uma ave ao longe gurgitava
E cresceu junto com o capim
Uma flor que o vento agitava
Seus lindos cabelos negros
Agora já não balançava
E esse foi o fim
De um amor que eu desejava
No entardecer triste
Que minha alma sufocava.
Poema: Odair José, o Poeta Cacerense
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