quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Desfiladeiro



No desfiladeiro, uma queda livre 
Já não sou o que olha para trás 
No horizonte eu me perdi outrora 
E perdido para sempre eu estou. 
Onde tudo parece estar acabado 
No distante vislumbre deste teu olhar, 
O que há é somente o vazio 
E nada de sentimento é encontrado. 

No desfiladeiro, uma esperança 
De uma vida escorrida pelo tempo 
Nas areias que formam uma duna, 
A ampulheta mostra o tempo que passou. 
Onde a dor se apresenta mais intensa 
Há um grito que já em si basta, 
E eu escorro pelo vale bem abaixo 
Onde quero encontrar o que pode ser o bálsamo. 

No desfiladeiro, o sonho imaginado na solidão 
Como uma curiosa águia 
A voar os céus límpidos 
E vê-la plaina, 
Como se estivesse à espreita. 
Onde a quimera, aquela trágica 
Que transforma a minha alegria 
Que era tudo em nada, 
E deixa-me na beira do precipício. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Nenhum comentário:

Postar um comentário