Erguendo verdades de barro em púlpitos de vidro.
Quanto mais vazio o eco,
Mais longe ressoa na praça.
Eles vestem certezas como armaduras,
Mas combatem com lanças de vento.
E o povo os aplaude,
Sem perceber que a tempestade já começou.
A ignorância não chega sozinha,
Ela desfila em palanques dourados,
Com vozes treinadas a soar como sabedoria
Num mundo que esqueceu de escutar.
São vozes que incham sob refletores,
Mas secam à sombra do silêncio pensante.
Seus discursos não alimentam, inflamam,
Como tochas em palha seca.
A verdade sussurra por entre as folhas,
Mas os tambores da ignorância marcham firmes.
Nem sempre quem grita mais
Tem algo útil a dizer.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense