sábado, 5 de julho de 2025

As vozes da ignorância

 Gritam alto os arautos da ignorância, 
Erguendo verdades de barro em púlpitos de vidro. 
Quanto mais vazio o eco, 
Mais longe ressoa na praça. 
 
Eles vestem certezas como armaduras, 
Mas combatem com lanças de vento. 
E o povo os aplaude, 
Sem perceber que a tempestade já começou. 
 
A ignorância não chega sozinha, 
Ela desfila em palanques dourados, 
Com vozes treinadas a soar como sabedoria 
Num mundo que esqueceu de escutar. 
 
São vozes que incham sob refletores, 
Mas secam à sombra do silêncio pensante. 
Seus discursos não alimentam, inflamam, 
Como tochas em palha seca. 
 
A verdade sussurra por entre as folhas, 
Mas os tambores da ignorância marcham firmes. 
Nem sempre quem grita mais 
Tem algo útil a dizer. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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