Mesmo quando o mundo grita respostas prontas.
É a brasa que arde no escuro da razão,
Procurando, entre sombras, a verdade nua.
Pensar é doer com elegância.
É calçar as sandálias de Sócrates
E caminhar rumo ao desconhecido,
Sabendo que cada passo é uma pergunta sem fim.
Ela mora entre a dúvida e o espanto,
No intervalo entre o nascer da pergunta
E o morrer da certeza.
A filosofia não consola — mas ilumina.
Platão sonhou com ideias eternas,
Aristóteles pesou o mundo com lógica e medida.
Mas foi o coração do filósofo que, em silêncio,
Chorou diante do caos da vida.
Quem filosofa dança com o invisível,
Tateia o vento, beija a ausência e acolhe o enigma.
Pois viver, no fundo,
É ser estrangeiro em terra própria.
Filosofar é escrever com tinta de abismo
Em folhas de tempo que o vento carrega.
É tentar traduzir
O universo com palavras que nunca bastam.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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