No instante em que te encontro,
Meu peito desaprende a pressa.
O mundo desacelera…
E a alma, cansada de vagar,
Se entrega ao teu aconchego
Como quem encontra morada
Depois de mil invernos.
O suspiro que nasce de mim
Não é apenas ar,
É a lembrança de todas as vezes
Que sonhei com o abraço que agora me envolve.
É o eco suave de um coração
Que enfim repousa
No território da tua presença.
Há um alívio antigo
Que escorre pelos meus ombros
Quando me aninho no teu abraço.
É como se cada parte de mim,
Desfiada pelo tempo,
Fosse costurada de volta
Pelo calor do teu silêncio.
O corpo relaxa,
Os olhos fecham,
A alma sorri por dentro.
No teu aconchego,
Não sou mais pedaços soltos,
Sou inteiro.
E o suspiro que escapa
É oração sem palavras.
É no teu colo
Que o meu cansaço desaprende a ser peso.
Meu suspiro não é desistência,
É entrega.
É o som manso
De quem encontrou refúgio
Na curva exata do teu abraço.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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