terça-feira, 24 de junho de 2025

No teu aconchego

No instante em que te encontro, 
Meu peito desaprende a pressa. 
O mundo desacelera… 
E a alma, cansada de vagar, 
Se entrega ao teu aconchego 
Como quem encontra morada 
Depois de mil invernos. 
 
O suspiro que nasce de mim 
Não é apenas ar, 
É a lembrança de todas as vezes 
Que sonhei com o abraço que agora me envolve. 
É o eco suave de um coração 
Que enfim repousa 
No território da tua presença. 
 
Há um alívio antigo 
Que escorre pelos meus ombros 
Quando me aninho no teu abraço. 
É como se cada parte de mim, 
Desfiada pelo tempo, 
Fosse costurada de volta 
Pelo calor do teu silêncio. 
 
O corpo relaxa, 
Os olhos fecham, 
A alma sorri por dentro. 
No teu aconchego, 
Não sou mais pedaços soltos, 
Sou inteiro. 
E o suspiro que escapa 
É oração sem palavras. 
 
É no teu colo 
Que o meu cansaço desaprende a ser peso. 
Meu suspiro não é desistência, 
É entrega. 
É o som manso 
De quem encontrou refúgio 
Na curva exata do teu abraço. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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