sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Máscaras



Não posso ir onde meus passos desejam 
Pelo medo de lá te encontrar. 
Preciso manter a distância de seus olhos 
Pois eles me fazem te amar. 

As máscaras é preciso manter 
Já que não posso revelar a verdade. 
Que o meu coração chora a sua ausência 
E que só sente saudade. 

Perambulo pela ruas e avenidas 
No desejo de te esquecer. 
Mas o destino cruel não deixa 
Sem você eu viver. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Mauvaiseté


Existe maldade no homem? 
Já indagava os antigos 
A ignorar a natureza humana. 
Ser mau é uma coisa 
Ser malvado é diferente 
Já respondiam 
Os tradutores franceses de Kant. 
Fazer o mal para o seu próprio bem 
Egoísmo, 
Não é fazer pelo mal 
Maldade. 
Se pensarmos assim, 
Os homens nunca são malvados, 
Mas todos são maus 
Ou podem ser. 
Eis uma reflexão 
Que necessita compreensão. 
Quem é o homem 
Para que dele te lembres? 
Pois o seu coração é cheio de maldade. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Mato Grosso em chamas


Já não consigo ver nada 
Nem posso respirar. 
Fumaça, 
Calor, 
Sequidão 
E destruição sem limites. 
Campeão! 
Mato Grosso em chamas 
Campeão em queimadas 
Em destruição. 
Animais em fuga 
O choro das árvores em cinzas 
A beleza que já era 
Como sobreviver a esse caos? 
Uma faísca que se espalha 
Deixando um rastro de destruição 
Cinzas e lágrimas. 
Até quando? 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Pássaros feridos



Voavam a imensidão do espaço 
E seus voos eram rasantes 
Do alto avistavam as campinas 
E a beleza das flores. 
A distância não existia 
Pois o vento os levavam para longe 
No horizonte distante 
Abraçavam as nuvens. 
Um tiro seco ecoou no vazio 
E os sonhos foram interrompidos 
No silêncio do por do sol 
A queda foi inevitável. 
Nem as árvores puderam 
A queda brusca aparar 
Pássaros feridos que não podem mais 
O céu azul alcançar. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

As mentiras que você conta


Nas ruas da cidade corre um burburinho 
Notícias de um amor que acabou 
Na ilusão da vida que se foi 
Para o esquecimento de quem não amou. 

Mas não é verdade 
O que andam por ai comentando 
Se não existe amor 
Por que você insiste em sair falando? 

Diz que não ama e que nunca amou 
Isso é o que por ai você assegura 
Para mim a versão é outra 
No silêncio da noite me procura. 

O fingimento de seus olhos 
Deixa escapar da sua alma a aflição 
De uma paixão que se foi 
Pois não soube zelar do coração. 

As mentiras que você conta 
Não atingem a minha alma singela 
Pois amo a verdade do sentimento 
Que meu coração anela. 

A liberdade de encontrar em algum lugar 
Um amor que seja verdadeiro 
Que se entregue com paixão 
E que seja companheiro. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Este amor vai ser o meu fim



Preciso pensar mais em mim 
Sair dessa rotina tão triste 
Que é pensar em você. 
Esquecer seus olhos meigos 
E tudo aquilo que me faz sofrer. 
Sou como o peregrino a caminhar sem rumo 
Sem direção no deserto escaldante 
Da ilusão que foi te amar. 
Você não soube cuidar do sentimento 
Brincou com minha sensibilidade 
E me deixou a saudade. 
Este amor vai ser o meu fim 
Se eu insistir em viver com você 
Porque não faz sentido existir 
Na solidão de um olhar perdido. 
Já não consigo olhar em seu olhos 
Sem notar a tristeza profunda 
Que eles revelam à minha alma 
E no silêncio da minha solidão 
Eu choro sozinho essa ilusão. 
Amaldiçoo o dia em que te conheci 
A tarde quente de verão que vi seus olhos 
Se eles não podem ser a minha felicidade. 
Este amor vai ser o meu fim 
Porque meu coração chora a tristeza 
De amar-te na incerteza 
Que me cerca o caminho. 
Se esse amor vai ser o meu fim 
Resta-me chorar a despedida 
Caminhar outros destinos 
E buscar novos horizontes. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 18 de agosto de 2019

Anjos e demônios


Chega dá um nó na orelha 
Só de pensar em tudo isso. 
Será que existe amor nessa cidade? 
Ando por um labirinto 
Onde casas parecem cair quando passo por elas. 
Um anjo está à espreita no alto de um prédio antigo 
E parece olhar as pessoas que transitam pelas ruas. 
As pinturas gritam 
A melancolia de uma linda frase 
O que parece flores de um buquê. 
Mas, flores de buquê estão mortas. 
Será que existe amor pela cidade? 
Os bares estão cheios 
As almas estão vazias 
Morfina de uma rotina sem sentido algum. 
Há ganância por toda parte, 
Vaidade em todos os salões 
Acho que ninguém vai para o céu. 
Vejo demônios escondidos nas ruínas, 
Nos escombros... 
Sofro a resignação 
E nem preciso morrer para ver Deus. 
Será que existe amor na cidade? 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Minha forma de amar



Olho em seus olhos e vejo o brilho do amor 
Então eu quero poder expressar todo o sentimento 
Que o meu coração não consegue esconder 
Mesmo eu tentando de todas as formas não demonstrar. 
Meus olhos se entregam 
Sua beleza me fascina e me deixa inquieto 
Eu vejo você sorrindo 
E todas as minhas forças acabam-se 
Diante da magnitude deste sorriso. 
Tu és uma flor que desabrocha no jardim 
Na primavera do meu coração. 
Não precisou fazer nada 
Para conquistar a minha admiração 
E eu vejo em você aquela beleza nostálgica 
Que nunca vi em mais ninguém. 
Minha forma de amar é singela 
Porque queria ter o poder de alcançar o seu coração 
De viver com você as mais loucas aventuras 
E me entregar completamente. 
Eu que sofri de amor 
Que padeci em minhas jornadas 
E fiquei cheio de cicatrizes cruéis 
Não queria mais acreditar na paixão. 
Mas, você chegou diante de mim, 
Silenciosa e em passos lentos 
Ficou na minha frente e pude ver o seu olhar 
Seu sorriso tímido acabou com minhas resistências 
E quando vi lá estava eu outra vez perdido 
No caminho incógnito deste sentimento. 
Tão linda donzela a povoar a minha mente 
Faz-me sonhar os sonhos apaixonados 
E desejar estar com você o tempo todo. 
Eu só sei que não tenho mais a tranquilidade 
De caminhar sem pensar em você. 
Tu que és a mais linda flor 
Que meus olhos contemplaram 
Neste imenso jardim da existência. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Os tentáculos do sistema



Em qual estágio da vida estamos inseridos? 
Como viver em um sistema como este? 
Política é a arte de fazer barganha 
Um sistema que corrompe as almas 
Destrói os sonhos 
E detona os anseios dos pequenos. 
Não se pode livrar 
Dos tentáculos cruéis do sistema 
Que distribui armadilhas para os pés 
Incautos de uma sociedade 
Alienada pelas mídias sociais. 
Solto um grito de horror 
Por fazer parte de uma geração 
Que suporta sem resignação 
Um rolo compressor midiático 
Esmagar cérebros inteiros 
E os reduzir a simples massa de manobra. 
Há uma força escravizadora 
Que inutilizam nossas mentes 
Fechando todas as portas da liberdade 
Para um pensar equilibrado. 
Como sobreviver dentro desse sistema 
Quando o diagnóstico é de que 
Não há nenhuma previsão de melhora? 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

A bailar em minha mente



Encanto-me com seu olhar 
E o meu desejo é te amar 
De forma louca e pura 
Com sentimentos e ternura. 
Seu sorriso revela-me o carinho 
Gentil de uma dama 
A bailar em minha mente. 
Resignado estou em expor minh’alma 
E inquietar-me-ia se não dissesse a você 
Todo o sentimento de meu coração 
E a admiração que tenho por ti 
Desde o dia em que vi o seu lindo olhar. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 10 de agosto de 2019

Onde estão às poesias dos que são mortos?


Quem pode decompor as esmolas 
Saciar a fome 
Suprimir a solidão existente? 
Essa angústia que aflige o coração 
Esse animal feroz que persegue a alma 
Nos silêncios do vazio existencial. 
Abate. 
Mortes. 
Extermínios. 
A dor expressa na face triste do mendigo 
Que vomita o que comeu. 
Quem pode abocanhar o pão da humilhação? 
Onde estão às poesias 
Dos que são mortos pelas madrugadas? 
Sou um hospedeiro que devora tudo 
Que ingere bebidas 
Que defeca ignorância 
E lamenta pelos que desviam os impostos 
Que são pagos por gente explorada. 
Que merda somos nós? 
Caminhando por um mundo cheio de gente ignóbil 
Que nos causam vergonha e sofrimento. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Tudo



Tudo tão nefasto, tão profundo 
Tão silencioso 
Como o oceano a perder de vista 
Tão trágico 
Na alegria do cego perdido 
Tudo escuro, tão surreal 
Como o pássaro que voa na alvorada 
De uma solidão qualquer 
Tudo tão estranho, tão assustador 
Como a estrela vermelha de uma bandeira 
Que não tremula no vento leste 
Daquela tristeza intrínseca 
Tudo tão caótico, tão sério 
Como o marinheiro olhando o imenso vazio 
Do qual está prestes a desbravar 
Sem saber se um dia retornará 
Tudo tão alegre, tão feliz 
Como o passear de um ancião 
Ante a correria de uma criança 
Em uma praça qualquer 
Tudo tão encantador, tão fugaz 
Como o sorriso da donzela 
Que não descobriu o amor 
E nem por ele foi amaldiçoado 
Tudo tão perfeito, tão certo 
Como a brisa da manhã 
Depois de uma longa noite de agonia 
Do jovem solitário 
Tudo tão apaixonado, tão louco 
Como o lobo na estepe 
Espreitando a presa ao longe 
Sem saber que está sendo vigiado 
Tudo é tão sem noção na vida 
Sem sentido algum 
Que apago de minha memória 
Tudo aquilo que me fez sofrer 
Tudo faz sentido 
Quando olhamos no espelho 
E não conseguimos enxergar o horizonte 
Que nunca, em tempo algum, existiu. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 6 de agosto de 2019

O amor que procurei a vida toda



Hoje me calei diante da magnitude do amor. 
Ele é um sentimento sublime 
E, ao mesmo tempo, inexplicável. 
A vida é feita de momentos e a felicidade também. 
Hei de esperar-te. 
Demorei muito para encontrar meu verdadeiro amor. 
E hoje sei que o encontrei. 
Sabe por que sei que te amo? 
Sei por que sinto meu coração pulsar 
Mais acelerado toda vez que te vejo. 
E quando não te vejo fico imaginando você. 
Fico sonhando com o dia em que estaremos juntos. 
Caminhando lado a lado rumo ao infinito. 
Você está esplendidamente linda. 
Uma blusa preta realça a beleza do seu corpo 
E faz-me desejar-te loucamente. 
Seus lábios são um convite ao amor. 
Sinto meu coração bater mais forte. 
Desejo-te muito além da minha imaginação. 
Tens o encanto da flor que procurei 
Em todos os jardins onde consegui 
Colocar meus pés cansados da longa procura. 
Sou um cavaleiro que almeja um descanso para a alma. 
Você é à sombra da árvore no meio da planície. 
Debaixo de suas folhas devo encostar-me 
E sentir a brisa da tarde me mostrando 
O quanto valeu a pena esperar por você. 
Hoje te fiz uma pergunta bem simples: 
O que você faria se encontrasse seu verdadeiro amor? 
Você me respondeu que conquistaria essa pessoa. 
Pois bem, é isso que resolvi fazer. 
Você é o amor que eu procurei a vida toda. 
Vou fazer o possível para conquistar seu coração 
E fazer você uma mulher feliz. 
Você merece ser feliz. 
Tens muitas qualidades que merece ser valorizada 
Por um homem que vá te dar muito carinho. 
Prometo te amar e dar a afeição 
Que você sempre quis na sua vida. 
Você merece uma oportunidade para ser feliz. 
Pense um pouco mais sobre sua vida. 
Como te falei, não seja louca não, 
Veja para quem dá seu coração. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Vejo seu sorriso e fico a contemplar-te


Dentro de mim existe um sentimento 
Que meus olhos não propagam 
Para que o mundo tenha conhecimento 
Do amor e angustia que me esmagam. 

Caminho como um peregrino alado 
Em uma estrada longa e sofrida 
Por carregar no peito e sofrer calado 
Uma paixão secreta e dorida. 

Paixão que nasceu ao contemplar seu olhar 
Em um dia alegre de verão 
Mesmo com o passar do tempo e vindo o luar 
Não mais consegui tira-lo do coração. 

Amo-te com um desejo profundo 
De aquecer-me em seus braços na noite fria 
Apagar de mim a tristeza do mundo 
E encontrar no seu carinho a alegria. 

Fico parado no tempo como um admirador 
Na distancia vejo seu sorriso e fico a contemplar 
Enquanto no meu peito surge uma dor 
Porque te amo e não posso te falar. 

No meu profundo e silencioso sofrer 
O tempo parece ser meu inimigo 
Pois você segue firme em seu viver 
E considera-me apenas como amigo. 

Preciso encontrar uma forma de te dizer 
O quanto causas em mim um desejo 
Que preciso ir além da amizade, o querer, 
Possuir teus lábios em um beijo. 

Por isso escrevo-te hoje essa poesia 
Que expressa, por você, todo meu amor, 
Espero que não ache ser apenas uma fantasia 
Mas, que venha dar-me o seu calor. 

Que ela possa adentrar seu coração 
Como uma flecha lançada ao luar 
E que transmita a minha paixão 
E toda a vontade em te amar. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Medo primitivo


O que é a guerra? 
E por que os homens vivem se digladiando 
E destruindo-se uns aos outros? 
Não deveria ser assim, 
Mas enquanto a humanidade existir 
Dominada pelo pecado 
Os homens continuarão guerreando. 
Continuarão se digladiando por puro medo. 
Há um medo primitivo 
Desde as escuras cavernas 
Que é impossível ser eliminado 
Do coração humano. 
O homem não reconhece o Criador 
E teme as outras criaturas. 
E matam. 
E derramam sangue 
E contamina a Terra 
E a Terra clama e agonia-se. 
O que vemos? 
A guerra não é mais uma disputa entre homens 
É um massacre entre dominadores e dominados. 
É chacina nas favelas 
E extermínio nos campos de refugiados. 
É perseguição religiosa 
E genocídio por extremistas. 
Bombas, tanques e canhões. 
É uma batalha contra as mulheres 
Contra crianças indefesas 
Contra os idosos e deficientes. 
Não há um senso de equilíbrio. 
Os inválidos que não podem lutar 
Sucumbem diariamente 
Diante da violência 
Causada pelo medo primitivo do homem 
Que se afastou de seu Criador. 
Toda natureza geme 
E seus gemidos estão chegando diante de Deus. 
Só há uma saída para esse caos, 
Um retorno aos princípios bíblicos. 
Mas, parece que essa não é a escolha 
Do mundo atual. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

O Sorriso e a Lágrima


Conheci-te na noite em que o tempo nos destinou 
Onde um sorriso espontâneo rompeu com toda a tristeza; 
O sorriso que cativou um coração que a muito te desejava 
Mesmo não sabendo que a tua existência era uma certeza. 

Naquela noite houve um encantamento 
Um misto de paixão e ternura que nos envolvia; 
Na descoberta do amor 
Não imaginava que isso meu coração sentia. 

Em cada palavra que você dizia, em cada gesto 
O deslumbramento de alegria de seus olhos despontava; 
Amar-te foi conseqüência desse lindo sorriso 
Que ao invadir minha alma fez-me perceber que a amava. 

Sentados um em frente o outro nos possibilitou ver 
O encanto que pode fluir de um olhar; 
O que bebemos e dissemos não foi tão marcante 
Quanto o que sentimos na alma sob a luz do luar. 

O calor do seu corpo envolto em meus braços 
Foi fantástico e deixou-me sentir as batidas de seu coração; 
Deixou transparecer o doce aroma de seus lábios 
E fez-me amar-te com muita paixão. 

As noites foram tão lindas e ao mesmo tempo pequenas 
Lindas pelo amor revelado; 
Pequenas por que passaram tão depressa 
Que a saudade delas deixa o coração desesperado. 

Não seria perfeito se não houvesse as lágrimas 
Aquelas que saíram de seus olhos e enxuguei de sua face: 
Não que fosse momento de chorar 
Mas porque revelaram a saudade de um amor que ali nasce. 

O sorriso e a lágrima, disse-te, seria o tema de um poema 
Que pudesse marcar o tempo da nossa paixão; 
Escrevo-te esse poema para registrar eternamente 
A linda emoção que dominou meu coração. 

O coração tem razão que a própria razão desconhece 
Há muito já dizia os sábios; 
Não existem palavras para expressar o sorriso e a lágrima 
No entanto, jamais esquecerei seus lábios. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense