sábado, 10 de agosto de 2019

Onde estão às poesias dos que são mortos?


Quem pode decompor as esmolas 
Saciar a fome 
Suprimir a solidão existente? 
Essa angústia que aflige o coração 
Esse animal feroz que persegue a alma 
Nos silêncios do vazio existencial. 
Abate. 
Mortes. 
Extermínios. 
A dor expressa na face triste do mendigo 
Que vomita o que comeu. 
Quem pode abocanhar o pão da humilhação? 
Onde estão às poesias 
Dos que são mortos pelas madrugadas? 
Sou um hospedeiro que devora tudo 
Que ingere bebidas 
Que defeca ignorância 
E lamenta pelos que desviam os impostos 
Que são pagos por gente explorada. 
Que merda somos nós? 
Caminhando por um mundo cheio de gente ignóbil 
Que nos causam vergonha e sofrimento. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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