Vem como um vento que não sabe ser brisa.
Traz a presença da que partiu
E o peso do que não ficou.
Nunca digo teu nome
Sem que o peito se feche um pouco,
Como se ele soubesse que, ao pronunciá-lo,
Eu te chamo do fundo do que restou de mim.
Há nomes que se dizem com leveza,
Como quem dança.
O teu, eu digo com o cuidado de quem pisa
Sobre cacos de vidro escondidos na alma.
Tua presença
Ficou presa nas sílabas do teu nome.
Cada vez que o digo, é como abrir a porta
Para uma ausência que nunca me deixou.
Teu nome é uma âncora lançada dentro de mim.
Sempre que tento levá-lo aos lábios,
Algo me arrasta de volta para o fundo.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
Nenhum comentário:
Postar um comentário