quinta-feira, 10 de julho de 2025

Nunca digo teu nome

 Teu nome, quando vem à minha boca, 
Vem como um vento que não sabe ser brisa. 
Traz a presença da que partiu 
E o peso do que não ficou. 
 
Nunca digo teu nome 
Sem que o peito se feche um pouco, 
Como se ele soubesse que, ao pronunciá-lo, 
Eu te chamo do fundo do que restou de mim. 
 
Há nomes que se dizem com leveza, 
Como quem dança. 
O teu, eu digo com o cuidado de quem pisa 
Sobre cacos de vidro escondidos na alma. 
 
Tua presença 
Ficou presa nas sílabas do teu nome. 
Cada vez que o digo, é como abrir a porta 
Para uma ausência que nunca me deixou. 
 
Teu nome é uma âncora lançada dentro de mim. 
Sempre que tento levá-lo aos lábios, 
Algo me arrasta de volta para o fundo. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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