Há palavras que não nascem na boca,
Mas no silêncio entre uma respiração e outra.
São sementes tímidas,
Esperando que teu coração seja terra fértil.
Nem sempre sei o que dizer,
Mas sei que há algo em mim
Que pulsa no compasso do que te falta.
Se eu achar o tom,
Que não fira nem fuja,
Talvez minha voz encontre tua alma.
As palavras certas não gritam,
Elas encostam de leve
Como a brisa que te arrepia sem saber por quê.
Elas não convencem,
Mas lembram o que você já sabia
Antes de esquecer.
Eu não busco te impressionar,
Quero apenas acender uma vela no escuro do teu peito
Com a chama simples
De uma verdade mansa.
Se eu encontrar palavras que sejam pontes
E não muros,
Que sejam chuva,
E não enxurrada,
Então talvez, só talvez,
Chegue até o teu coração
Como quem volta para casa
Sem jamais ter estado lá antes.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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