sábado, 12 de julho de 2025

Nem sempre sei o que dizer

Há palavras que não nascem na boca, 
Mas no silêncio entre uma respiração e outra. 
São sementes tímidas, 
Esperando que teu coração seja terra fértil. 
 
Nem sempre sei o que dizer, 
Mas sei que há algo em mim 
Que pulsa no compasso do que te falta. 
Se eu achar o tom, 
Que não fira nem fuja, 
Talvez minha voz encontre tua alma. 
 
As palavras certas não gritam, 
Elas encostam de leve 
Como a brisa que te arrepia sem saber por quê. 
Elas não convencem, 
Mas lembram o que você já sabia 
Antes de esquecer. 
 
Eu não busco te impressionar, 
Quero apenas acender uma vela no escuro do teu peito 
Com a chama simples 
De uma verdade mansa. 
 
Se eu encontrar palavras que sejam pontes 
E não muros, 
Que sejam chuva, 
E não enxurrada, 
Então talvez, só talvez, 
Chegue até o teu coração 
Como quem volta para casa 
Sem jamais ter estado lá antes. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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