segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O Doce Amargo da Tragédia


Toneladas de lama 
E já não há o doce do Rio Doce. 
No Bataclan 
O sangue a jorrar 
Sem piedade. 

Peixes a boiar 
Vida que se esvai 
Das margens insólitas do Rio Doce. 
Choro e lágrimas 
Banham os rostos pálidos 
De quem viu a vida desaparecer 
Do dia para a noite. 

Em meio as luzes multicoloridas 
Paris chora seus mortos espalhados pelo chão. 
Comoção universal 
Não no meu nome! 

Nigéria... 
Boko Haram mata sem piedade 
Os cristãos e as minorias de uma sociedade esquecida 
Mas quem se importa com isso? 

Lágrimas de um mundo em flagelo 
De uma sociedade violenta 
Discursos 
Falácias 
De governos ditatoriais... 

O ovo da serpente 
O fogo do dragão 
Lágrimas de crocodilo 
Sonhos desfeitos 
Pela embriaguez 
Pela estupidez humana. 

Até quando? 
Até quando? 
Até quando? 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

Paris
 Nigéria

Um comentário:

  1. Odair José, sempre se superando, fazendo das palavras Arte, uma arte poética e crítica. Parabéns sempre :D

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