Os miseráveis são estes que perambulam
Pelas ruas da cidade
Sem esperança no coração
E nenhuma felicidade.
Choram pelas madrugadas
Lágrimas de uma triste solidão
De sonhos que se foram de repente
Sem ter nenhuma explicação.
Os miseráveis são aqueles que estão nos templos
E adoram uma falsa ilusão de um deus inexistente
Com falácias superficiais e artimanhas crués
Enganam as almas de muitos inocentes.
Lobos devoradores que destroem
Os sonhos e esperanças de raquíticos seres humanos
Presos as ideologias contemporâneas
Que só servem para a degradação da alma.
Os miseráveis são aqueles que vivem
Sob o domínio das três teologias que moldam o mundo atual:
A teologia da auto-ajuda, da prosperidade
E do empreendedorismo.
O que se prega e se ensina está baseado nestes pilares
Acredite em você!
Você é capaz!
Ame-se!
Dane-se os outros!
Você nasceu para ser cabeça e não cauda.
E porque quase metade da humanidade está passando fome?
Desperte o empreendedor que há em você!
Os miseráveis são estes que acreditam nestas baboseiras
Falácias e mais falácias
De um mundo em caos,
Em perigo de auto destruir-se.
Não há um lugar onde possa me esconder
Tudo está tão patente aos nossos olhos
E eu tenho que me adaptar ao sistema
Que corrói a minha alma até o fim.
O que devo fazer
Se sou um miserável em meio a tantos miseráveis?
Poema: Odair José, o Poeta Cacerense
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