segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Eu quis arriscar



As emoções do dia a dia afloram 
O coração tenta respirar 
Pegar embalo nas asas da imaginação. 
Tudo é tão fugaz 
O tempo parece não sobreviver 
Há uma saudade inconstante 
Uma ausência que dói na alma. 

Falo de sentimentos às paredes 
Mas, elas não respondem. 
Olho-me no espelho 
E não vejo nada além do vidro 
Um vazio 
Um silêncio que incomoda. 

Lembro-me, então, dos seus olhos 
Do mistério neles escondido 
Eu sabia que seria assim 
Sofrimento 
Mesmo assim, eu quis arriscar 
E aqui estou 
Preso em minha própria ilusão. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

O eco dos comunistas


Muito além da escuridão do inferno 
Lá onde não se pode ouvir mais nada 
No infinito da última estrela a se apagar 
Está o eco dos comunistas. 
Ouça minha voz! 
Sussurram eles evocando minha audição. 
Quem sou? Quem é você? 
Por que não se cala de uma vez? 
Só sai merda de sua boca 
Só impropérios Só calamidades! 
Tapo os ouvidos e não quero ouvir 
Mas, meus olhos são estilhaçados pelos gestos 
Olhos esbugalhados 
Estupefatos de ver o sangue jorrar 
Cargas d’águas. 
Cale-se, por favor! 
Você calado é um sábio. 
Onde estão os comunistas? 
Por que não aparecem seus calhordas? 
Quero devorá-los com meus próprios dentes 
Vou arrancar suas peles 
Comer suas carnes 
E sugar os seus sangues. 
Tenho fome 
Muita fome. 
Saiam de seus esconderijos 
Não derrubem esses muros 
Eles separam os imbecis de nós 
Ouço os gritos alucinantes 
Arrepio-me de ouvir 
Coloco uma rolha nos ouvidos 
Não adianta 
Vem de dentro. 
Calhordas! 
Quem é você? Quem é você? 
Bando de comunistas inúteis! 
Ah! Como soa maravilhosamente esse silêncio 
Essa paz que sinto agora 
No meu esconderijo perfeito 
Onde só contemplo o verde das matas. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Não te quero mais



Seus olhos estão cheios de lágrimas 
Mas não sinto nenhuma pena 
Nem comove mais o meu coração. 
Pode rasgar a alma se quiser 
Pode rolar pelo chão 
Não te quero mais. 
Desfez do meu amor e esnobou os meus sentimentos 
Como o vento faz com as nuvens. 
Brincou com a paixão que eu sentia 
E sorria quando eu chorava de saudade de você. 
Agora que percebe que cansei de suas promessas de mudança 
E vê que realmente estou decidido ir para sempre 
Joga-se ao chão em lágrimas. 
Quanta falsidade! 
Quanto egoísmo. 
Não vale mesmo as noites em claro que passei pensando em você. 
Ah! Como fui um tolo 
Tolo em acreditar que poderia me amar 
Imbecil em pensar que poderia viver com você a vida toda. 
Mas, hoje meus olhos se abriram 
Hoje vi a esperança de amor 
Em um olhar que me enlaçou. 
Você puxa a minha gravata 
Quer me segurar 
Agarra-se a última esperança de que eu não vá. 
Grita desesperada pela casa 
Rasga o livro que tanto gosto 
Falava de filmes… 
Não importa! 
As folhas estão esparramadas pelo chão 
Mas posso comprar outro algum dia... 
Você grita...acorda os vizinhos. 
De que adianta? 
Não te quero mais. 
Durante muito tempo eu sofri 
Escrevi poemas sobre seus olhos 
Encantava-me com seu sorriso… 
Até perceber que nada disso importava para você. 
Eu nunca fiz parte de seus planos 
De seus sonhos… 
E eu amei. 
Cada dia da minha vida 
Desde o dia em que te conheci. 
E você me desprezou 
Desfez do meu amor 
Gabou-se em dizer que nunca teria coragem de deixá-la. 
Que sempre comeria em suas mãos. 
Mas, isso não vai acontecer mais. 
Não te quero mais. 
Vou em busca da felicidade 
De um novo sorriso ao amanhecer 
De um olhar que enxergue o meu coração. 
Você agarra a minha camisa 
Faz ameaças. 
Nada disso adianta mais. 
Estou decidido e não vou ficar aqui. 
Agora vejo raiva em seus olhos 
Um orgulho que a destruirá 
Uma mágoa que alimenta seu coração. 
Abro a porta e dou os passos rumo à liberdade 
Sinto a brisa da noite 
Já é quase madrugada 
E amanhã será um novo dia. 
Você senta na varanda e fica me olhando 
Mas, de nada adianta 
Desfez do meu amor 
Não te quero mais. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Você olhou o mundo lá fora?


Vai fundo, e essa beleza explora não demora. 
Olha como a manhã está linda, e se liga como o sol brilha... 
Você já foi poesia? 
Tudo bem se já chorou 
Isso é bom para aliviar a dor lembre-se isso não quer dizer nada, tu não é fracassado... 
Que tu comece então o dia e viva a poesia... 
Levanta, hora de seguir em frente, afinal se você desistir agora, quem vai lutar por você lá fora? 
Abra as cortinas, menina 
Tira o casaco 
Tira também essa capa preta 
Que reveste sua tristeza, depressa não se esqueça... 
Hora de encarar o mundo e deixar assim como o sol brilha a felicidade brilhar... 
Sei que o mundo não e fácil 
Lidar com as pessoas menos ainda ... 
Mas, coloque os pés firme no chão, que vamos vencer ainda. 
Se cansada estiver sente-se um pouco, afinal descansar também faz parte do jogo. 
Viva os momentos levanta a cabeça, 
E, por mais que enfraqueça e queira desistir novamente, 
Olha para trás e veja tudo que já passou até chegar aqui... 
Assim o dia termina 
Vou perguntar novamente 
E ai você já foi poesia? 
Até por que poesia vai além daquilo que se pode escrever... 
"Eu que nunca fui poetisa hoje sou poesia". 

Poema: Débora Laís Galeano

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Suspiro de amor por ti


Pensar em você é tão bom. 
Ah! Suspiro de amor por ti 
E esse encanto que você tem 
Revela o profundo do coração. 
Inventar o seu sorriso onde ele não está... 
Sentir o seu calor fora da estação. 
Caminhar em direção ao sonho, 
Invisível aos nossos olhos aberto. 
Lembrar sempre do encanto que é você. 
Assim é o destino que passa tão perto! 
E eu me rendo a essência desse seu olhar 
Ao encanto sublime de você mulher! 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Talvez eu escreva um poema


Ao ver você partir 
Deixando comigo a saudade 
Senti a tristeza invadir minha alma. 
Sentirei falta de ver você sorrir 
E de sentir a felicidade 
Que na minha vida trazia calma. 
Mas, se você não mais aparecer 
Talvez eu escreva um poema 
Que traduza 
Minha vontade de outra vez te ver. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

O suicida



Comecei a caminhar lentamente 
Em direção ao destino traçado em minha mente. 
A dor e o desespero de dias intermináveis já não eram suportáveis. 
Enquanto rolava pela cama e o sono teimava em não aparecer 
Milhares de pensamentos perturbavam minha mente. 
Vozes gritavam em meus ouvidos: 
- Para que continuar vivendo? Sua vida é um fracasso. Você não é nada! 
Uma angústia terrível tomava conta de mim. 
Não fazia sentido continuar vivendo. 
Ninguém ia sentir minha falta mesmo. 
Esse era o pensamento mais comum naqueles dias. 
Então imaginei em minha mente como seria. 
Do alto da ponte pularia sobre as pedras 
Com certeza, não era possível sobreviver àquela queda. 
Seria antes do nascer do sol. 
Quando as pessoas se dessem conta eu já não estaria neste mundo 
E nada mais importava. 
Quem sabe um pescador encontraria meu corpo esfacelado nas pedras 
Ou alguém fazendo caminhada de manhã 
Pararia no parapeito da ponte e avistaria o corpo estendido nas rochas. 
A notícia se espalharia rapidamente. 
Alguns ficariam admirados: 
- Mas ele parecia tão feliz! Era um cara alegre e sempre sorria para todos! 
Sim. Mas no fundo do peito amargava uma dor terrível. 
Outros afirmariam: 
- Nunca pensei que ele fosse capaz de uma coisa dessas. 
Na minha angústia noturna todos esses pensamentos eram reais. 
A imagem do corpo frio em um caixão cercado de pessoas com olhares de admiração e desprezo. 
- Como assim? Tirar a própria vida! 

Levantei-me por volta das quatro horas 
A lua estava clara e nem precisei acender as luzes da varanda. 
Não ia deixar bilhete nenhum. 
Ninguém entenderia mesmo. 
Então que continuasse sendo um mistério porque fiz aquilo. 
Passos decididos agora. 
Coração batendo a mil por hora. 
Adeus vida ingrata! 
Lágrimas de tristeza por não dar conta de suportar essa aflição! 
Sou mesmo um covarde? 
Antes de me decidir pular da ponte pensei na forca. 
Não! Não me imaginava pendurado em uma árvore qualquer. 
Seria uma cena horrível. 
Veneno? Sei lá, me parecia muito trágico. 
E que tipo de veneno seria eficaz para uma morte rápida. 
Não! 
Entrar na frente de um veículo em movimento? 
Colocaria a vida de inocentes em perigo. 
O melhor de todos seria mesmo pular daquela ponte. 
Quem sabe até achariam motivos para pensar que alguém poderia ter me empurrado. 
Ou que teria caído por acidente. 
Pelo menos daria trabalho para a perícia. 
Pensamentos mais malucos! 
Antes de abrir o portão ouço o barulho de uma pessoa chegando de bicicleta. 
Ouço alguém chamando meu nome. 
Estranho. 
Abro o portão e vejo um colega de trabalho. 
Às quatro horas da manhã? 
- Você está bem? – Perguntou-me. – O que ia fazer? 
Fiquei sem palavras. 
Disse que estava bem. 
Dei a desculpa de que estava sem sono e que iria fazer uma caminhada matinal. 
- Não é seu costume. – Ponderou. 
Chamei-o para entrar. 
Fiz café e ele ficou conversando comigo na varanda de casa até as 9 horas. 
O que não me esqueço dessa conversa: 
- Acordei por volta das três horas da madrugada – disse ele - e uma voz me disse: o Odair não está bem. 
Então resolvi vim ver o que está acontecendo. 
Eu insisti que estava bem e que aquilo era coisa da cabeça dele. 

Quando ele foi embora eu entrei em casa. 
Era um sábado. 
Chorei o dia todo. 
Arrependimento. 
Tristeza. 
Gratidão. 
Reflexão. 

Passado mais de onze anos desse fatídico dia posso ver um divisor de águas. 
Poderia ter sido um ponto final na minha vida. 
Mas, graças a Deus, foi uma vírgula. 
Uma pequena vírgula. 
Se não tivesse tido a intervenção daquele anjo naquele dia quantas coisas boas não teriam acontecido? 
Mais de 1000 poemas escritos; 
56 contos; 
Dois romances em andamento. 
06 livros publicados. 
Milhares de alunos. 
Dezenas de escolas. 
Quantas histórias vividas! 
Quantas alegrias! 
E por que revelo essa história tão íntima aqui? 
Porque pode ser que alguém esteja nesta mesma situação neste momento. 
Pode ser que alguém esteja pensando tudo que um dia eu pensei. 
Mas, digo a você. 
Vale a pena viver. 
Não dê um ponto final na sua vida. 
Que seja apenas uma vírgula. 
Tristezas, angústias e decepções sempre vão existir. 
Mas, apegue-se ao conselho máximo do salmista: 
- O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. 
Supere esse momento ruim e escreva novos capítulos na sua história! 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense 
Obs. Fatos verídicos que vivenciei em 2008 (Quando morava em Nova Xavantina)

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Ter e não ter





O coração não tem o direito de sentir 
O som amargo da ilusão. 
Dissipadas como as nuvens pelo vento 
As tristezas da ausência se foi... 
Mas, como um sussurro silencioso 
A dúvida da paixão se instalou 
No sentimento do que você viveu. 
Não sei se amo ou se odeio 
A sensação de ter e não ter. 
Nos meus braços você se esbalda 
Mas onde está seu coração? 
Seus olhos tão silenciosos aprenderam a esconder 
A sua alma arredia. 
Nada do que foi será 
Tudo novo acontece e eu perco a razão. 
Me rendo ao calor dos seus braços 
E a sutileza de seu sorriso. 
A certeza de ter você é apenas mais uma incógnita 
Que carrego no coração surrado pela dor. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Insensato coração


Na simplicidade de seus olhos 
Vi a beleza da flor 
E a fragrância sublime 
Em mim, fez nascer o amor. 

Como louco fui em sua direção 
Na esperança de te abraçar 
Desejava tanto por seu carinho 
E só queria te amar. 

Mas, você era apenas uma miragem, 
Que desapareceu no amanhecer 
Deixou-me sozinho a caminhar 
Na solidão desse viver. 

Tenho em mim tristeza e angústia 
De uma grande desilusão 
Pois, seus olhos foram à escolha errada, 
Do meu insensato coração. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 8 de setembro de 2019

Se quero crescer



Se o mundo fosse governado pelos loucos 
Talvez aos poucos 
Tudo seria melhor do que é agora 
Enquanto tudo lá fora 
É perdição 
Parece não haver salvação 
Eu caminho por uma estrada 
E digo que nada 
Pode apagar as minhas lembranças. 
Não posso contentar-me com pouco 
Nem ser considerado louco 
Por esperar mais do mundo 
Sair desse abismo profundo 
Que sufoca minha alma 
Não tenho calma 
Nem poderia ter 
Se quero crescer 
Não posso aceitar a mentira 
Quando posso buscar a sabedoria 
E acordar as pessoas 
Para buscarem uma nova realidade 
Sair da mediocridade 
Que assola essa geração. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Loucura e ternura


Ao tocar seu corpo meigo 
Minhas mãos sentiram o pulsar do seu coração 
E o arrepio percorrendo a sua espinha. 
Os pelos que vi acima de suas nádegas 
Me fizeram imaginar 
E tocar esse corpo despido diante de mim. 
Foi então que parti para a conquista 
Não poderia passar minha vida só imaginando 
Minhas mãos percorrendo aqueles pelinhos. 
Sua boca de lábios carnudos foi a coisa maravilhosa 
Que senti ao beijar-me nesta noite. 
O amor que fizemos foi romântico e sedutor 
Foi loucura e ternura, 
Mas foi, acima de tudo, paixão! 
Paixão que não se acaba porque a cada dia 
Minha paixão aumenta mais. 
Amar você é a melhor coisa da minha vida 
A melhor sensação que posso sentir 
Pois tu és um vulcão em erupção, 
Desejo e sedução que invade meu coração. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Não diga nada


Não diga nada 
Que este silêncio permaneça infinitamente 
Nem ligo para as lágrimas 
Quem garante que não seja fingimento 
A dor que não existe nos seus olhos. 
O grito do mundo 
Ecoa firme em meus ouvidos 
Que estão tapados pela violência 
Causada pelo vacilo dos homens. 
Cambaleia como ébrio 
A esperança de futuro 
Das almas-perdidas pelo tempo 
Na escuridão da madrugada. 
Não entendes as minhas palavras? 
Como poderia entender? 
A sabedoria não está neste barulho 
Nem na euforia de sua falsa alegria. 
Não diga nada 
O meu silêncio não pode ser quebrado. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Eu penso em você



Eu penso em você 
E hoje quero apenas dizer essas palavras 
Dizer que os pensamentos 
São para você, por você... 
Porque você é importante em minha vida 
Tu és a inspiração 
És a paixão 
O sonho mais lindo que um dia sonhei. 
Seus olhos 
Seu sorriso 
Poderia escolher qualquer coisa em você 
Para poder expressar 
O sentimento do meu coração. 
Eu penso em você 
E é tão bom pensar em você 
É como se a vida me proporcionasse 
O melhor de tudo que há 
Na beleza do seu olhar. 
Eu penso em você 
E não existe nada mais bonito 
Nada mais intenso 
Mais sublime 
Do que em você pensar. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense