quinta-feira, 23 de junho de 2016

Confissões


Chorava eu pelas madrugadas 
E não imaginava o que poderia 
Dissipar aquela angústia nefasta 
De mais um dia de solidão. 
Havia uma penúria 
Que dilacerava as últimas esperanças 
De uma vida sonhadora. 
Não há sonhos que resistam 
À força destruidora 
De olhares incriminadores. 

O desejo era libertar-me 
Das amarras cortantes e sufocadoras 
De uma ilusão 
Que insistia em rasgar-me o coração. 
O meu lamento era cruel e espantoso 
De uma vida sem sentido 
Rumo ao abismo eterno. 

Mas, no profundo do meu sofrimento, 
Quando eu pensava 
Não ter mais nenhuma esperança 
É que descobri não estar sozinho. 
Descobri que Tu estavas comigo. 
Tu me procuravas 
Como o Pastor busca sua ovelha perdida. 

Quando pensavas não ter mais livramento 
Dos grilhões que me prendiam 
Eis que tua luz invadiu 
Meu caminho envolto em trevas 
E libertou-me! 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

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