quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

O caminho da solidão



Eu só não sei o que fiz de mim... 
Tudo que queria, 
Hoje não quero mais. 
O que eu podia fazer de mim 
Não fiz e não quero mais fazer. 
O sonho de outrora 
Se desfez no amanhecer 
E eu acordei para a realidade. 
Sou um sopro que se passa 
A minha juventude se foi. 
Eu que era inofensivo 
Tornei-me um monstro 
E as minhas presas são escolhidas a dedo... 
Embriago-me pelas noites 
E procuro ver aqueles olhos no fundo do copo 
Mesmo sabendo que eles já não existem mais... 
Não adianta tentarem tirar minha máscara 
Pois ela já está grudada ao meu rosto 
E não há como distinguir 
O que é certo ou errado. 
Meu caminho é a solidão 
De uma vida em meio a multidão... 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense.

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