terça-feira, 28 de julho de 2020

O rumo que aponta a rosa dos ventos



Pode parecer que estou perdido 
E não vejo o seu olhar na noite silenciosa 
O que tira de mim a paz de outrora 
Fazendo-me chorar na madrugada. 

Lágrimas são feitas de vento 
Que escorrem pela fenda da alma 
Na solidão que teima em estar aqui 
Para mostrar-me o quanto era feliz. 

O rumo que aponta a rosa dos ventos 
É mais distante do que meus olhos 
Conseguem alcançar 
Deitar-me faz em rochas frias 
Onde os espinhos parecem estar a ferir-me. 

Por que as angústias do dia a dia 
Extrapolam a alegria de um sonho louco 
E eu não posso ver-te nas nuvens 
Que agora foram dissipadas pela tempestade? 

Carregas em si a dor oculta do mundo 
No silêncio lúgubre das madrugadas 
Sem saber que a esperança daqueles olhos 
Não passaram de uma triste lembrança. 

Sabes o que pode definir a sua morte 
E não tens a coragem de lutar contra isso 
No escuro da solidão de um lamento 
Deixa-se ser vencido pela ilusão de um sorriso 
Que não pode mais dar alegria. 

O que é que eu posso fazer com essa rosa? 
Como posso entender esse mundo? 
O meu coração sente as agruras de um amor 
Que causa em mim esse desconforto. 

Sentes o frio da madrugada sem saber o que fazer 
E não pode ver o que se passa no meu coração. 
Tudo isso foi desfeito pelo tempo 
Em que deixou a incerteza tomar conta dos sonhos 
E levar para longe tudo que um dia desejamos. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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