quarta-feira, 6 de julho de 2016

A lâmina afiada do desejo



Há um grito preso na garganta 
Que teima em tentar escapar 
Para voar o infinito 
Na busca de te encontrar. 
Perambulo pelas ruas incólumes da cidade 
Nas vielas escuras 
E vejo os olhares a espreita 
Para devorar minha alma. 
São demônios da escuridão 
Que querem destruir os meus sonhos 
E eu não tenho medo 
Porque vivo na ilusão. 
Rasga a minha alma na incerteza 
De dias que já não voltam mais 
E a solidão de outrora 
É apenas uma luz ofuscada na noite. 
O grito já não está preso 
Foi solto no alto da montanha 
Onde agora me encontro 
Tristemente a vagar. 
Não preciso de seus conselhos 
Eles já não me ajudam mais 
Há uma incerteza 
Que ofuscam a minha visão. 
O sol está se escondendo 
E o amarelo dourado me deixa triste 
Em saber que mais um dia se foi 
Em que eu não vi os seus olhos. 
As ruas estreitas da viela 
São sujas e encobertas pela maldade humana 
Pessoas surrupiam a alma de inocentes 
Que não deveriam passar por aqui. 
Não há mais um grito preso na garganta 
Porque a garganta foi cortada 
Pela lâmina afiada do desejo 
Da liberdade da alma. 
Agora ela voa livremente 
Rumo ao infinito desconhecido 
De uma nova aventura 
Que está nos meus pensamentos. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

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