terça-feira, 26 de outubro de 2010

Fizeram-me acreditar



Fizeram-me acreditar que existiam monstros
Que se eu desobedecesse haveria uma punição
Falaram-me de um abismo cruel
Onde todos meus pecados seriam expostos em expiação.

Fizeram-me acreditar que sonhos não existem
Que se eu sonhasse com um mundo melhor
De nada adiantaria, pois mundo melhor não é possível
Com o ser humano corrompido e cada vez pior.

Fizeram-me acreditar que não poderia ser feliz
Pois a felicidade é um complemento da vida
E que vidas humildes não alcançam esse prazer
Porque em toda chegada há sempre uma despedida.

Fizeram-me acreditar que a dor é suportável
E que por ela na minha caminhada teria que conviver
Que não há bálsamo na alvorada da vida
E que, mais impossível ainda no alvorecer.

Fizeram-me acreditar em uma porção de bobagens
Que me nego hoje a acreditar
Pois a vida é feito de conquistas em cada manhã
Para que no crepúsculo possa sonhar.

Fizeram-me acreditar em certas coisas
Que não fazem mais sentido para mim
Tenho noção do que quero na minha vida
E ser feliz é possível sim.

Poema: Odair

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