Chega aquele momento em que não adianta mais gritar.
Ninguém ouve o seu grito e você sente que está sozinho na imensidão do universo.
Uma angústia terrível toma conta do seu ser e demônios sobrevoam sua cabeça.
Querem pousar e dilacerar sua alma.
Você até tenta espantá-los, mas suas forças se atrofiam.
Angústia do silêncio que perturba mais do que o escuro da solidão.
Quero apenas ouvir uma voz que possa me animar.
Mesmo que seja uma esperança falsa, mas que haja uma esperança.
Mas, não há!
Não há nada além da tristeza de uma alma vazia que tenta se desvencilhar desta armadilha psicológica que tira a paz que ainda podia existir.
O êxtase vem em forma de melodia.
Há um olhar em meio a multidão que invade meu sentimento.
Eu não queria tê-lo visto diante de mim.
Mas, não há como escapar.
Como um raio ele atravessa os céus e cai em minha direção.
Um êxtase nunca sentido, nunca imaginado.
Eu sou prisioneiro de tudo isso.
Minhas asas estão quebradas e não consigo alçar um voo sequer.
Sou presa fácil às aves de rapina que querem me devorar.
Lágrimas rolam de meus olhos e caem ao chão cheio de poeira.
Agonia e êxtase de uma vida que parece mais com uma metamorfose ambulante em uma encruzilhada do destino.
Poema: Odair José, o Poeta Cacerense
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